
Foto de Gilson Abreu.
Com 57 anos de história e mais de 150 coreografias em seu repertório, o Balé Teatro Guaíra vive um momento marcante de expansão. Uma das companhias de dança mais antigas e respeitadas do Brasil amplia sua presença nacional e internacional com diversas turnês programadas ao longo de 2025.
Sob a direção artística de Luiz Fernando Bongiovanni, o Balé Teatro Guaíra vem investindo na construção de um repertório autoral, focado na criação de obras contemporâneas que dialogam com a atualidade e a diversidade brasileira.
Em junho de 2025, a companhia levará sua versão de Romeu e Julieta, com coreografia de Bongiovanni, ao Palácio das Artes, em Belo Horizonte. O espetáculo será realizado em parceria com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, sob regência da maestra Ligia Amadio, marcando o início de um intercâmbio entre duas importantes instituições culturais públicas. As apresentações ocorrem nos dias 28 e 29 de junho de 2025, no Grande Auditório CEMIG.
Nesta releitura contemporânea da mais célebre história de amor do teatro ocidental, Bongiovanni propõe uma abordagem poética para a tragédia de Romeu e Julieta. A coreografia potente transporta os personagens para a contemporaneidade, estabelecendo conexões com o público por meio de sentimentos universais. Um dos destaques da montagem é a presença das Parcas do Destino — trio simbólico que conduz a narrativa e imprime novo ritmo à história. Com trilha sonora baseada na icônica partitura de Sergei Prokofiev, interpretada ao vivo pela Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, o espetáculo intensifica sua carga dramática e emocional.
Essa montagem integra o repertório de grandes produções do Balé Teatro Guaíra. A primeira versão da obra foi encenada em 2008, em parceria com a Orquestra Sinfônica do Paraná. A atual encenação, dirigida por Bongiovanni, estreou em 2023 no Teatro Guaíra, com sete sessões lotadas e mais de 16 mil espectadores.
Em julho, nos dias 12 e 13, a companhia paranaense segue para São Paulo com o programa Contraponto, que reúne duas coreografias autorais de destaque na cena da dança contemporânea brasileira: Anima – Imensidão Adentro, de Alan Keller, e Castelo, de Alessandro Sousa Pereira. A montagem explora temas como resistência, força, coragem, cansaço, sensibilidade e medo — emoções que atravessam o corpo e se transformam em potência poética e visual. As apresentações acontecerão no Teatro Sérgio Cardoso, um dos principais espaços dedicados à dança contemporânea na capital paulista.
Apoiada pelo Governo do Estado do Paraná e gerida pelo Centro Cultural Teatro Guaíra, a companhia conta com elenco estável e infraestrutura pública para ensaios, produção e circulação. Esse modelo de companhia pública tem se mostrado eficiente não apenas na produção artística de qualidade, mas também como política de Estado voltada ao desenvolvimento cultural e à formação de público. “Produzimos tanto quanto as grandes companhias do mundo, com profundidade, pesquisa e compromisso com o tempo em que vivemos. A internacionalização do Balé Teatro Guaíra é resultado do amadurecimento artístico da companhia e do apoio constante do Centro Cultural Teatro Guaíra”, afirma Luiz Fernando Bongiovanni.
Além dos palcos, a circulação nacional e internacional do Balé Teatro Guaíra fortalece a imagem do Paraná como polo de produção artística de excelência. “O Balé Teatro Guaíra é um patrimônio do povo paranaense. Sua presença em festivais internacionais e em palcos de destaque no Brasil reforça o valor das políticas públicas de cultura e mostra que é possível construir arte de qualidade com base na continuidade, na formação e no diálogo com a sociedade”, destaca Luciana Casagrande Pereira, secretária de Estado da Cultura do Paraná.
Em agosto de 2024, o Balé Teatro Guaíra participou do Sommerballet, tradicional festival de verão do Teatro Bellevue, em Copenhague, na Dinamarca. A coreografia Castelo, criada por Alessandro Sousa Pereira especialmente para a companhia, foi recebida com entusiasmo pelo público dinamarquês. A participação marcou o retorno da companhia paranaense ao circuito europeu após quase duas décadas e rendeu novo convite para agosto de 2025, quando a companhia volta à Dinamarca com Castelo e o inédito espetáculo “Stol – a matter of trust”.
Já em março deste ano, o Balé Teatro Guaíra realizou uma turnê por quatro cidades de Portugal — Leiria, Loulé, Torres Vedras e Torres Novas — com as coreografias V.I.C.A., de Lili de Grammont, e Castelo, de Alessandro Sousa Pereira. A turnê teve sessões com lotação esgotada e foi viabilizada por meio de parceria entre o Centro Cultural Teatro Guaíra, a Associação Brasileira de Apoiadores Beneméritos do Teatro Guaíra e o Arte Institute. Além das apresentações, a companhia participou de encontros com programadores culturais europeus e realizou visitas técnicas a instituições como a Companhia Nacional de Bailado e o Teatro Nacional Dona Maria II. Essas ações contribuíram para estabelecer redes de colaboração que devem gerar novas oportunidades de circulação internacional, incluindo uma nova temporada na Europa, prevista para o próximo ano.

Coreografia Castelo do Balé Teatro Guaira. Foto Gilson Abreu
Sobre o Balé Teatro Guaíra
O Balé Teatro Guaíra é a terceira companhia de dança mais antiga do Brasil, fundada em 1969 pelo Governo do Paraná. Ao longo dos seus 57 anos de história, apresentou mais de 150 coreografias, incluindo grandes sucessos de público e crítica, como “O Grande Circo Místico”, “Lendas do Iguaçu”,”O Segundo Sopro”e “O Lago dos Cisnes”. Entre os seus diretores constam nomes renomados como Ceme Jambay, Yurek Shabelewski, Hugo Delavalle, Eric Valdo, Carlos Trincheiras, Isabel Santa Rosa, Jair Moraes, Marta Nejm, Cristina Purri, Suzana Braga, Carla Reinecke, Andreia Sério, Cintia Napoli, Pedro Pires e, atualmente, Luiz Fernando Bongiovanni. O Balé Teatro Guaíra tem realizado ao longo desses anos uma contribuição expressiva para o desenvolvimento da dança no Paraná e no Brasil.
Sob a direção de Luiz Fernando Bongiovanni, à frente da companhia desde 2021, o Balé Teatro Guaíra segue reafirmando seu papel central no desenvolvimento da dança brasileira. Entre as obras criadas nesse período estão V.I.C.A. (2021), Piá, Outras Estações, Tempestade, Lendas Brasileiras, Carmen e O Lago dos Cisnes (2022), Romeu e Julieta, Anima – Imensidão adentro, Castelo e O Quebra-Nozes (2023), além de Unwaltz – Isso não é uma valsa e Orfeu & Eurídice (2024). Algumas dessas produções, como Castelo e V.I.C.A., já circularam internacionalmente com grande sucesso de público e crítica, consolidando o Balé Teatro Guaíra como uma referência da dança brasileira no exterior.