A Sagração da Primavera do BCSP

Crédito das Fotos: Balé da Cidade de São Paulo (Divulgação). Foto: Fabiana Stig

Em sua montagem original, A Sagração da Primeira, obra que completa 105 anos em 2018, trata do ritual ao deus da primavera. A composição de Igor Stravinsky, coreografada por Vaslav Nijinsky, teve uma estreia tumultuada em 29 de maio de 1913 no Théâtre des Champs-Elysées, em Paris, quando desafiou as convenções estéticas devido a uma música ritmicamente complexa e uma coreografia provocante. A obra , que é uma das mais icônicas do século 20, já teve versões de Maurice Bejart, Pina Bausch e de Luis Arrieta, também para o Balé da Cidade de São Paulo.

Neste ano o Balé da Cidade de São Paulo celebra 50 anos de sua fundação (leia mais sobre a trajetória do BSCP aqui) e comemora em grande estilo com a releitura deste clássico da dança mundial. A produção é assinada por Ismael Ivo, diretor artístico da cia, e será acompanhada pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, regida pelo maestro Roberto Minczuk, que desempenha a difícil tarefa de executar uma das peças mais difíceis do repertório orquestral. Nesta releitura os bailarinos não apenas celebram a primavera, como na versão original, mas tratam também sobre a sobrevivência do planeta.

Durante todo o espetáculo, uma chuva de pétalas inunda o palco e perfuma o teatro. O fluxo se intensifica à medida que a Sagração se desenvolve. “A beleza que se introduz com uma suave chuva de pétalas, dá lugar a uma tempestade, num delírio incessante e incontrolável. Os bailarinos passam a ter muita dificuldade para dançar e o que era bonito, vira uma tortura. Funciona como uma metáfora e uma forma de alarme ao desequilíbrio das condições ambientais”, afirma Ismael Ivo.

A mega produção reafirma o caráter inovador e desafiador que é habitual ao BCSP.  O diretor entende o Balé como um “Corpo Cidade”, cuja missão é utilizar a arte como veículo de comunicação com o público e com a cidade. Diante deste desafio, Ismael Ivo propõe uma reflexão acerca das questões ambientais na atualidade. Somos uma espécie à beira da extinção? 

No palco, os bailarinos executam uma coreografia que remete ao primitivo, mas ao mesmo tempo sensual, embalados pela música intensa, atonal e tribal de Stravinsky. Se, ao fim, algum sacrifício será feito, Ivo explica que o legado não será a vida que nasce da morte, como na Sagração tradicional, mas a demonstração de uma luta pela sobrevivência. “Por que uma mulher/homem tem de ser sacrificado, se todos temos apenas uma vida?”, indaga.   

Durante o prólogo, os bailarinos executam uma performance ao som de Fire and Frost Pattern, de Andreas Bick, por 15 minutos. Por meio da composição, é possível ouvir sons que remetem a atividades vulcânicas e degelo, como um pedido de socorro da natureza. 

A convicção de Ismael Ivo de que o “Corpo Cidade” deve ser um documento de sua época foi assertiva. A Sagração da Primavera do Balé da Cidade de São Paulo nos fala sobre a sobrevivência do planeta e do próprio ser humano. E, como em todo ritual, deve sempre haver um sacrifício… 

Durante a preparação do espetáculo, Ivo destacou que os bailarinos ensaiaram ao ar livre e em parques públicos da cidade de São Paulo, em redutos preservados da Mata Atlântica, a fim de se atentar para o fato de que existe sim verde na cidade. Desta ação resulta um presente do BCSP para a cidade: empenas (grafites) nas laterais de prédios de São Paulo e 70 instalações em formato de lambe-lambe espalhadas pela cidade. 

SERVIÇO:

Sábado, 15/9, 20h

Domingo, 16/9, 18h

Terça, 18/9, 20h

Quarta, 19/9, 20h

Sexta, 21/9, 20h

Sábado, 22/9, 20h


A Sagração da Primavera

Balé da Cidade de São Paulo

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo

Roberto Minczuk  – regência

Ismael Ivo e Marcel Kaskeline – ideia e conceito geral

Ismael Ivo – coreografia

Andreas Bick – música do prólogo

Igor Stravinsky – música

Marcel Kaskeline – espaço cênico

Marisa Bentivegna – desenho de luz

Gabriele Frauendorf – figurino

Bailarinos

Alyne Mach, Ana Beatriz Nunes, Antônio Adilson Jr., Ariany Dâmaso, Bruno Gregório, Bruno Rodrigues, Camila Ribeiro, Carolina Martinelli, Cleber Fantinatti, Erika Ishimaru, Fabiana Ikehara, Fabio Pinheiro, Fernanda Bueno, Grecia Catarina, Harrison Gavlar, Igor Vieira, Isabela Maylart, Jessica Fadul, Leonardo Hoehne Polato, Leonardo Muniz, Luiz Crepaldi, Luiz Oliveira, Manuel Gomes, Marcel Anselmé, Márcio Filho, Marina Giunti, Marisa Bucoff, Rebeca Ferreira, Renata Bardazzi, Reneé Weinstrof, Uátila Coutinho, Victor Hugo Vila Nova, Victoria Oggiam, Yasser Díaz

              

Duração: aprox. 60 min.

Classificação Indicativa: 14 anos

Ingressos: R$ 80 / R$ 40 / R$ 12

Vendas na bilheteria do Theatro Municipal de São Paulo ou pelo site www.eventim.com.br.


Theatro Municipal de São Paulo

Praça Ramos de Azevedo, s/nº – São Paulo, SP

Horário da bilheteria: De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, sábados e domingos, das 10h às 17h. Nos espetáculos à noite, a bilheteria permanece aberta até o início do evento; em dias de espetáculos pela manhã, o espaço abre ao público duas horas antes do início da apresentação. Apenas venda e retirada de ingressos para os eventos do Theatro Municipal de São Paulo.

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