Valsa para Vinte Veias

Categoria

Fotos

Subcategoria

Espetáculo

Ano

1982

País

Brasil

Estado

SP

Cidade

São Paulo

Descrição

Imagens do espetáculo “Valsa para Vinte Veias”, com coreografia de J. C. Violla e Lala Deheinzelin para o Balé da Cidade de São Paulo, com direção artística de Klauss Vianna (1928-1992). Essas imagens fazem parte do Acervo Multimeios do Centro Cultural São Paulo.

Tendo como prólogo a composição de Maurice Jarre para o filme “Tambut”, do cineasta Volker Schlöndorff, a coreografia “Valsa para Vinte Veias” é envolvida, praticamente toda, por “A Valsa”, de Maurice Ravel. Serve ela aos primeiros movimentos dos bailarinos, aparece mixada em vários momentos da primeira e da segunda parte e encerra o espetáculo.

A primeira parte, apoiada na estranha “Ambiente 1 – Música para Aeroportos”, mostra uma coreografia de movimentos lentos, silenciosos, de estranha impessoalidade, sugerindo uma repressão semelhante à dos ambientes hospitalares, onde sempre se pede silêncio, onde os sussurros parecem gritos. É frequente haver nesses lugares o que se chama “música ambiente”, ou seja, sons saídos de aparelhos de frequência modulada, músicas que conhecemos com arranjos alegres, trepidantes, só que passadas por um filtro gelado, cinzento. Essa música baixa, sussurrada, combina em perfeita harmonia com a luz fluorescente branco-azulada que ilumina imensos corredores e salas de espera. A música de Brian Eno traduz de maneira perfeita esses climas. As multidões que vemos evoluir no palco são quietas, ameaçadoras, amedrontadas, indiscretas.

A segunda parte, coreografada a partir de “Come Out”, parece um fim de semana no centro de uma cidade grande, quando as pessoas não se conhecem e, vestindo suas melhores roupas, procuram alguém ou alguma coisa com que preencher um vazio. O lugar onde se encontram pode lembrar um desses grandes salões públicos de dança. O objetivo que procuram na diversão parece não se realizar e homens, mulheres, anônimos se procuram e se desesperam, tornam-se violentos, tentam fugir, mas não encontram a saída.