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Subcategoria
Ano
Data do Evento
21 de janeiro
País
Estado
Cidade
Estilo de Dança
Descrição
Imagens do espetáculo “A Dama das Camélias: Um Delírio Romântico”, concebido por José Possi Neto, com direção artística de Klauss Vianna (1928-1992). Estas fotos pertencem ao Acervo Arquivo Multimeios do Centro Cultural São Paulo.
A Dama das Camélias é, sem dúvida alguma, o maior arquétipo romântico feminino criado no século passado.
Alexandre Dumas Filho criou os personagens ideais para a realização do mito: dois jovens nascidos para o amor e acossados até a morte pelos preconceitos sociais.
Marguerite é mais uma criatura perseguida pela sociedade do seu tempo. Antes de se tornar romântica, a história de Marguerite foi seguramente um duro ataque de Dumas contra aquela sociedade.
Sabemos bem que o escândalo e o repúdio ao tema naquela época foram a primeira razão do seu grande sucesso. Mas qual o motivo que fez perdurar esse mesmo sucesso (na literatura, no teatro, no cinema, na dança) numa sociedade onde o amor de Marguerite e Armand não mais escandaliza?
Sinceramente, tudo leva a crer que, desde sempre, os principais fenômenos sentimentais são idênticos no mundo inteiro. O público sempre se comoveu essencialmente pelas mesmas razões: AMOR e MORTE.
Assim como Romeu e Julieta, Marguerite e Armand compõem o mesmo binômio artístico do amor e da morte, embora reflitam mundos diferentes.
Saber a história de Marie (Alphonsine) Duplessis, a verdadeira Dama das Camélias, nos comove. Essa menina de formação rude, que, vinda do campo e vivendo na pobre Paris, conquista em pouco tempo, entre os 17 e 21 anos, através de sua beleza e astúcia, a postura de um mito vivo no seio da Paris elegante, criando para si mesma um personagem que a imortalizaria: “A DAMA DAS CAMÉLIAS”.
Pois assim já era reconhecida em Paris, nos teatros e grandes salões, antes mesmo da sua morte. Antes mesmo de ser imortalizada por A. Dumas Filho como Marguerite Gautier.
A capacidade de impor diante de uma sociedade implacável seu próprio personagem e depois abdicar dele para se permitir a comoção do AMOR compõe o fascínio da nossa heroína, essencialmente romântica, que escolhe a vida intensa e apaixonada ao invés da extensa e preservada, traço que denota as características de sua liberdade moral.
Por isso, a Marguerite do nosso espetáculo tenta mais uma vez surpreender seu mundo. Como roteirista, me permito subverter a ordem do binômio AMOR-MORTE por MORTE-AMOR.
Começamos participando da cerimônia fúnebre da própria Marguerite, para onde correm todos os personagens do seu mundo e são surpreendidos pela chegada de um personagem desconhecido e perturbador.
Esse personagem é uma artimanha da própria Marguerite, que, estando a morrer tuberculosa e abandonada, em nome da preservação da família – imposição da moral burguesa através do personagem do pai de Armand –, não hesita em matar o personagem DAS CAMÉLIAS e criar um novo: CAMILLE, uma espécie de George Sand, que, travestida de homem, procura penetrar de maneira mais livre no seu mundo e subverter-lhe os valores.
Tudo isso possui uma única finalidade: a celebração do AMOR, através da conquista do seu Armand, sob a pele desse novo personagem. Não é mais à DAMA DAS CAMÉLIAS que ele deverá amar, mas sim aquele ser, objeto de sua paixão, independente de qualquer personagem.
Ficha Técnica
Artista/Cia/Grupo/Instituição
Local
Theatro Municipal de São Paulo
Acervo doado por
Coleção
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