3º Festival Abril Para Dança apresenta dez espetáculos gratuitos

Crédito das Fotos: Rosas dants Rosas da Dentre Nós Cia. de Dança. Foto Paulo Nunnes

Por Gabriel Fabri 

O Festival Abril Para Dança chega à sua terceira edição e apresenta dez espetáculos. Com o tema “Dança em Diálogo”, o evento ocorre entre os dias 22 e 28 de abril em diversos espaços da cidade, promovendo o encontro dessa arte com outras linguagens artísticas – todas as atrações são gratuitas.

A programação inclui as estreias de “aTEMPOral”, e “Afeto, Capítulo 1, Lorca”; os inéditos no Brasil: “Sinestesia”, da Espanha, e “Vistas I e II”, da Argentina; e a primeira apresentação em São Paulo de “Estou sem Silêncio”, da Quasar Cia. de Dança, de Goiás. A cantora Tulipa Ruiz é convidada da Clarin Cia. de Dança para interpretar, ao vivo, as canções de “Cebola, Cascas de um Todo”. O Balé da Cidade leva ao Auditório Ibirapuera o espetáculo que marcou, em 2018, seus 50 anos: “A Sagração da Primavera”.

Estreias nacionais
Direto da Espanha, o Centro Cultural Olido recebe a estreia nacional de “Sinestesia”, da Iron Skulls Co. O espetáculo mistura hip hop e artes marciais em um cenário pós-apocalíptico. “Esse diálogo é um trabalho de artesanato, no qual, pouco a pouco, ocorre uma dissolução das duas linguagens, que acabam tomando forma no corpo dos dançarinos”, afirma o diretor Adrian Vega. Dentre as referências estéticas do espetáculo, estão a fotografia expressionista, a música eletrônica de Berlim (Alemanha) e os videogames. “O resultado é síntese das inquietudes do coletivo.”

O mundo pós-apocalíptico é apresentado de maneira não muito delineada, deixando as interpretações em aberto, seja pensando em temas políticos ou psicológicos. “Acreditamos que cada um pode identificar essa ideia de apocalipse com suas próprias experiências, que pode ir desde um ponto final a um novo começo – no geral, tudo o que tem a ver com uma mudança de etapa”, conclui Vega.

No Centro Cultural da Penha, ocorre a estreia nacional do espetáculo argentino “Vistas I e II”, que traz o diálogo entre música, tango e dança contemporânea. Apresentada com o apoio do Consulado da Argentina, a coreografia busca criar um caleidoscópio com múltiplos pontos de vista, apesar de ter apenas dois dançarinos no palco. “O movimento é resultante do diálogo entre os corpos e o espaço, sem conotação realista, sendo a combinação de formas, superfícies e contorno de corpos”, afirma a diretora Florencia Olivieri.

Em cena, um músico toca bandoneón, complementando a carga dramática do espetáculo. “A combinação do instrumento com o duo homem-mulher no palco me permite buscar um tango”, explica Florencia. “Este percorrerá o mesmo processo de abstração de toda a obra, sem remeter em momento algum a seus elementos reconhecíveis, tanto como música quanto dança.”

Quasar reinventada

Pela primeira vez, a Quasar Cia. de Dança, de Goiás, traz para São Paulo o espetáculo “Estou sem Silêncio”. No palco do Teatro João Caetano, quatro bailarinas partem da coreografia “Céu na Boca”, do repertório da companhia, para dialogar com a própria história do grupo. “Neste momento que a mulher vem se posicionando diante de tudo e de todos, este exercício de criação se coloca como mais uma humilde possibilidade desta mulher se expressar, de alguma forma, sobre o hoje e sobre ela própria”, explica Henrique Rodovalho, diretor artístico da companhia.

O coreógrafo conta que sempre teve vontade de aprofundar o momento de “Céu na Boca” em que quatro mulheres contracenam, revelando estereótipos femininos. “Mas, desde o princípio, não quis fazer um espetáculo engajado! Acho que existem outras formas eficientes também de expressar essa ideia”, afirma. “Quis muito, a partir de maneiras mais subentendidas e delicadas, colocar essa mulher hoje, com suas forças e fraquezas.”

Flamenco e literatura

No Centro Cultural Olido, a Cia. Ale Kalaf estreia o espetáculo “Afeto, Capítulo 1, Lorca”, coreografia que entrelaça o flamenco à obra do poeta espanhol Federico García Lorca, autor que foi um grande entusiasta desse estilo de dança. “Lorca buscava em suas obras encontrar a si mesmo, e a arte flamenca o ajudava a conseguir; sua relação com o flamenco era total”, conta a diretora Ale, citando obras como “Romancero Gitano” e “Poema del Cante Jondo”. “O universo andaluz está em seus textos, ele admirava este mundo escuro, tenebroso e trágico e o recriava em sua escrita. Tinha um conhecimento poético dessa arte, suas poesias eram flamencas.”

Segundo a diretora, o ponto de contato entre o flamenco e o trabalho de Lorca é a intensidade. “Sua obra, sobretudo seus poemas, assim como a dança flamenca, não se explicam, se sentem – e em sentir está toda a experiência”, conclui.

Outros diálogos

No Teatro Alfredo Mesquita, a Raça Cia. de Dança apresenta “aTEMPOral”. O espetáculo traz duas coreografias, uma de repertório e outra inédita, ambas dialogando com a história do grupo. No Teatro Cacilda Becker, a Clarin Cia. de Dança se une à MPB e convida a cantora Tulipa Ruiz para a apresentação de “Cebola, Cascas de um Todo”. A Trupe Benkady leva ao Teatro Zanoni Ferrite “Sons D’Oeste”, espetáculo que promove o diálogo das danças africanas e brasileiras. Misturando hip hop e candomblé, a Cia. Treme Terra estreia “Anonimato” no Teatro Flávio Império.

Confira a programação completa:

A SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA (Balé da Cidade de São Paulo) – saiba mais aqui

AFETO – CAPÍTULO 1, LORCA (Cia. de Flamenco Ale Kalaf)  – saiba mais aqui

SINESTESIA (Iron Skulls Co)  – saiba mais aqui

VISTAS I E II (espetáculo da Argentina)  – saiba mais aqui

SONS D’OESTE (Trupe Benkady)  – saiba mais aqui

ESTOU SEM SILÊNCIO (Quasar Cia. de Dança – estreia em São Paulo)  – saiba mais aqui

ATEMPORAL (Raça Cia. de Dança de SP)  – saiba mais aqui

CEBOLA – CASCAS DE UM TODO (Clarin Cia. de Dança convida Tulipa Ruiz)  – saiba mais aqui

ANONIMATO (Cia. Treme Terra)  – saiba mais aqui

ROSAS DANST ROSAS (Dentre Nós Cia. de Dança)  – saiba mais aqui

*TODA A PROGRAMAÇÃO É FORNECIDA PELA PRODUÇÃO DOS EVENTOS E/OU PELOS ESTABELECIMENTOS E ESTÁ SUJEITA A ALTERAÇÃO. CONFIRME SEMPRE ANTES DE SAIR DE CASA!

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