Foto: Celso Junior
A dança brasileira se despede de Gisèle Santoro. Bailarina, coreógrafa e professora, ela faleceu nesta quinta-feira, 9 de outubro, aos 86 anos. Com uma trajetória marcada pela criação de importantes iniciativas e pela formação de gerações de artistas, seu nome está profundamente ligado à história cultural da capital federal e do país.
Gisèle Santoro nasceu no Rio de Janeiro em 1939. Formada pela Escola de Danças Clássicas do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Gisèle chegou a Brasília em 1962, a convite da russa Eugenia Feodorova, fundadora da Fundação Brasileira de Ballet. Na capital, conheceu o maestro Cláudio Santoro, com quem construiu uma parceria artística e pessoal que atravessou fronteiras.

Durante o período de exílio imposto pelo regime militar, Gisèle viveu na França e na Alemanha, onde atuou no Teatro Municipal de Heidelberg e fundou sua própria escola de dança. De volta ao Brasil em 1978, participou da inauguração do Teatro Nacional, colaborando na formação da orquestra, do coro e de outros departamentos da instituição.
Gisèle também foi fundadora do Seminário Internacional de Dança de Brasília e criadora da Mostra de Dança de Brasília, eventos que consolidaram a cidade como polo importante da dança no país. Ao longo de mais de seis décadas, dedicou-se à formação de gerações de bailarinos no Centro de Dança do DF, deixando um legado profundo na cultura da capital.
Entre suas homenagens, destacam-se:
- Em 2015, recebeu o Título de Cidadã Honorária da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
- Em 2023, foi uma das homenageadas pelo Prêmio Funarte Mestras e Mestres das Artes.
- Em 2025, recebeu a Medalha do Mérito Distrital da Cultura “Seu Teodoro”, a maior honraria concedida pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF.
O velório será realizado neste sábado, 11 de outubro, no Teatro Nacional Cláudio Santoro, em horário a ser confirmado.
Portal MUD