O diretor explora a interação entre dança, arquitetura e arte visual no terraço do New York Times Building, destacando uma performance poética a 200 metros de altura, ao som de Nils Frahm e com a colaboração da artista Pauline Loctin.
O diretor Jacob Krupnick lançou seu mais recente curta-metragem Above, uma obra que combina dança, arquitetura e arte visual de forma surpreendente. No centro dessa produção está Ingrid Silva, renomada bailarina brasileira, que executa uma performance cativante no icônico terraço do New York Times Building. A escolha desse cenário é crucial: situado a aproximadamente 200 metros de altura, o terraço oferece um panorama deslumbrante da cidade de Nova York, ao mesmo tempo que desafia os limites entre o ambiente urbano e a natureza humana.
O filme explora essa dicotomia ao trazer o contraste entre a rigidez estrutural do edifício e a fluidez dos movimentos de Ingrid. Seus passos delicados e expressivos se desenrolam em meio à vastidão do horizonte nova-iorquino, criando uma metáfora visual entre a imensidão da paisagem e a vulnerabilidade humana. A trilha sonora, assinada pelo compositor alemão Nils Frahm, adiciona uma camada de profundidade emocional à obra, estabelecendo um diálogo sensível entre a música minimalista e os gestos da bailarina.
Além disso, Above destaca a intervenção artística de Pauline Loctin, que criou uma impressionante escultura de papel, adicionando um elemento de leveza e efemeridade à performance. A estrutura se movimenta com o vento, como se fosse uma extensão dos movimentos de Ingrid, acentuando a sinergia entre a dança, a arquitetura e a arte visual. A escultura se torna quase um personagem próprio, interagindo com a bailarina e o espaço, reforçando o caráter poético do curta.
Com uma cinematografia cuidadosa e ângulos cuidadosamente escolhidos para captar a grandiosidade do espaço e a delicadeza da performance, Krupnick nos convida a repensar a relação entre o corpo humano e os cenários urbanos. Above é uma obra que transcende a ideia de um simples curta-metragem, oferecendo uma experiência sensorial e visual que nos leva a refletir sobre a coexistência do homem e da cidade, e como a arte pode, de fato, transformar espaços inexplorados em palcos para a expressão humana.