Crédito das Fotos: Cia de Dança Deborah Colker - Divulgação
Aclamado pela crítica internacional, a Cia de Dança Deborah Colker traz a São Paulo uma releitura do espetáculo “Nó”, que estreou em 2005 na Alemanha. Com curtíssima temporada no Teatro Alfa (SP), “Nó” ressurge em nova leitura, com novos significados, marcando os processos de amadurecimento da coreógrafa e seu grupo – e talvez influenciado pelo viés narrativo surgido em espetáculos como Tatyana, de 2011, inspirado na literatura de Alexander Pushkin.
Bailarinos amarrados com cordas, corpos que se aprisionam e se libertam, movimentos inspirados em um cavalo, dançarinos entrelaçados, uma mulher presa pelos cabelos. Em seu sétimo espetáculo, “Nó”, a coreógrafa Deborah Colker transforma em dança um tema demasiado humano: o desejo.
O espetáculo traz os elementos que tornaram a companhia um fenômeno de comunicação com o público – o virtuosismo coreográfico, a precisão e o vigor dos bailarinos, a exploração e a ocupação de novos espaços cênicos –, mas está impregnado de novidades.
Vestindo figurinos do estilista brasileiro Alexandre Herchcovitch, os bailarinos fazem de “Nó” um espetáculo ao mesmo tempo violento e delicado, brusco e sensível, chocante e amoroso, onde a dramaturgia se torna evidente.
No primeiro ato, eles se movimentam em meio a um emaranhado de 120 cordas. Cordas que dão nós e que simbolizam os laços afetivos que nos amarram. Cordas que servem para aprisionar, para puxar, para ligar, para libertar. Numa companhia marcada pela disciplina, foram necessários meses de treinamento exaustivo para lidar com o acaso das cordas, já que a cada dia os movimentos saíam diferentes.
No segundo ato, saem as cordas e o palco é ocupado por uma caixa transparente de 3,1 x 2,5 metros, uma criação do cenógrafo Gringo Cardia. A inspiração veio de uma viagem que Deborah fez a Amsterdã, Holanda, onde visitou o Red Light District (Bairro da Luz Vermelha), em que garotas de programa se expõem em vitrines nas fachadas das casas. Neste aquário gigante, feito de alumínio e policarbonato – material usado na blindagem de carros –, os bailarinos se enlaçam, se atraem e se repulsam, se atam e se desatam. É uma metáfora do desejo, daquilo que se quer, mas não se pode pegar, daquilo que se vê, mas não se pode ter, daquilo que se ambiciona, mas não se pode realizar. Ao fundo, a voz de Elizeth Cardoso em Preciso aprender a ser só, ilustra a solidão daquelas mulheres e de seus “clientes”. Os bailarinos equilibram técnica clássica e contemporânea em movimentos delicados e brutais.
Com um olhar voyeurístico, o público acompanha os bailarinos num espetáculo visceral, recheado de elementos fetichistas como cabelos e cordas. Deborah evita eleger vítimas e culpados. Ela quer mostrar que, nas relações de dominação, há espaço para a escolha e para o consentimento. Um domina e o outro é dominado, mas os papéis se invertem e se misturam. Os nós humanos se fazem e se desfazem, a perversão seduz, a sedução perverte. – Nó que estrangula e sustenta, que aperta e libera o desejo, que impede e aproxima – sintetiza Deborah Colker.
De volta à cena com um espetáculo de 59 minutos, ela mantém a intensa comunicação com o público, ao mesmo tempo em que atiça a sensibilidade e nos leva a investigar partes inexploradas de nós mesmos.
SERVIÇO
De 20/09/2018 até 30/09/2018
Ingressos: R$ 75,00 à R$ 180,00
Ingressos online: http://www.teatroalfa.com.br/espetaculo/cia-de-danca-deborah-colker/
Local: Teatro Alfa
Endereço: Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, bairro Jardim Dom Bosco, São Paulo-SP
Telefone: (11) 5693-4000
Acessibilidade: Sim
Classificação: livre
Fonte: http://www.ciadeborahcolker.com.br/release-no
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