Diário Particular de um aprendiz a bailarino #2

Crédito das Fotos: Foto Marcelo Kahn @instakahn / Digital arte @maisplie /Logo e Slogan McDonald’s

Um sabor que é bastante peculiar. Até arrisco dizer que esse gosto é difícil de sentir. Mesmo eu, sendo sempre faminto, corro o risco de perder o paladar quando o menu é sobre esse sabor.

O sabor de ser amador, é um gosto que raramente ocupa lugar nos cardápios de mesa ou de painel, desses luminosos que ficam acima dos caixas. Porque, de uma forma bem simples e direta, ele não é um gosto muito atraente.

Confessado isso, nem preciso mencionar que esse gosto jamais estaria em um outdoor ou qualquer outra propaganda com o objetivo de dar “água na boca”. Também não preenche requisitos para participar de combos e outras promoções, porque é um sabor que exige o autorreconhecimento de valor e um saber sentir sozinho.

Não há dúvidas de que a escolha dos ingredientes são um conteúdo fundamental quando se está vivendo a experiencia de saborear. Mesmo assim, o fazer por amor não conquista muitos paladares porque ele não é capaz de fazer salivar no primeiro olhar.

Por que as pessoas salivam diante de pratos que elas nunca comeram? Isso é a prova de que os ingredientes integrantes do conteúdo, e as características pessoais de cada paladar, não tem assim tanta importância?

Eu tenho consciência de que o poder de um sabor profissional é oferecer a possibilidade de criar expectativas. E quando o assunto é sentir sabor, proporcionar expectativas, independente do gosto, é sinônimo de validar um prato e ganhar lugar no cardápio. É garantia de água na boca.

Mas o meu sabor é amador. Esforços de alta gastronomia dedicados em um gosto que não faz os olhos alheios salivarem e nem gera boas expectativas. Um paladar particular que só traz sabor quando não é comparado e sim compreendido. Um sabor que tem muito amor, apesar de tudo isso.

*Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal MUD.

Samuel Nogueira

Samuel Nogueira

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Apresentando o covarde mais corajoso que você vai conhecer hoje: eu ! Meu nome é Samuel. Assistente de desenvolvimento de produto, metido a image maker, que começou a fazer aulas de ballet há 4 anos. Esta é a história de um tímido e desajeitado que sonha em aprender a dançar ballet, mas também é uma história de um nativo do mundo da lua que está tentando viver na terra e confiar mais em sim mesmo. Pra responder meus por quês, e sem precisar de para que, eu criei um diário virtual chamado @maisplie. O título da correção que eu mais recebo em todas as aulas de ballet. Um perfil de seu ninguém, misturado com repertório de zé mané; que aprende movimento para poder escrever, fotografa para poder enxergar, compartilha para poder acreditar. Um fulano, que apesar de todos medos, deseja continuar aprendendo a dançar.