Crédito das Fotos: Foto Marcelo Kahn @instakahn / Digital arte @maisplie /Logo e Slogan McDonald’s
Um sabor que é bastante peculiar. Até arrisco dizer que esse gosto é difícil de sentir. Mesmo eu, sendo sempre faminto, corro o risco de perder o paladar quando o menu é sobre esse sabor.
O sabor de ser amador, é um gosto que raramente ocupa lugar nos cardápios de mesa ou de painel, desses luminosos que ficam acima dos caixas. Porque, de uma forma bem simples e direta, ele não é um gosto muito atraente.
Confessado isso, nem preciso mencionar que esse gosto jamais estaria em um outdoor ou qualquer outra propaganda com o objetivo de dar “água na boca”. Também não preenche requisitos para participar de combos e outras promoções, porque é um sabor que exige o autorreconhecimento de valor e um saber sentir sozinho.
Não há dúvidas de que a escolha dos ingredientes são um conteúdo fundamental quando se está vivendo a experiencia de saborear. Mesmo assim, o fazer por amor não conquista muitos paladares porque ele não é capaz de fazer salivar no primeiro olhar.
Por que as pessoas salivam diante de pratos que elas nunca comeram? Isso é a prova de que os ingredientes integrantes do conteúdo, e as características pessoais de cada paladar, não tem assim tanta importância?
Eu tenho consciência de que o poder de um sabor profissional é oferecer a possibilidade de criar expectativas. E quando o assunto é sentir sabor, proporcionar expectativas, independente do gosto, é sinônimo de validar um prato e ganhar lugar no cardápio. É garantia de água na boca.
Mas o meu sabor é amador. Esforços de alta gastronomia dedicados em um gosto que não faz os olhos alheios salivarem e nem gera boas expectativas. Um paladar particular que só traz sabor quando não é comparado e sim compreendido. Um sabor que tem muito amor, apesar de tudo isso.
*Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal MUD.