Cooperativa Paulista de Dança anuncia premiados do IX Prêmio Denilto Gomes de Dança
Mesmo que 2021 tenha sido mais um ano adverso em decorrência da Pandemia da Covid-19, os profissionais do setor não pararam de pesquisar, produzir e fazer dança. Aliás, foram além, continuaram lutando pela aprovação e implementação de leis e programas que possam estruturar de maneira digna o setor.
E sendo a Cooperativa Paulista de Dança, uma entidade que abarca centenas destes profissionais, não podíamos deixar de realizar mais uma edição do Prêmio Denilto Gomes de Dança.
Para a nona edição, contamos com a sensibilidade da Comissão de Seleção formada por Fernanda Ferreira, Mainá Santana e Gal Martins que tiveram a incumbência de apontas os profissionais merecedores da premiação.
A cerimônia de premiação, assim como aconteceu em 2021 será virtual, no dia 12 de abril às 19h30, com transmissão ao vivo via Facebook da Cooperativa Paulista de Dança.
Abaixo a lista de premiados:
1. PERSONALIDADE DA DANÇA | Tião Carvalho
2. AÇÃO POLÍTICA | José Renato
3. ARTISTA REVELAÇÃO | Rodrigo Alcântara
4. PROJETO DE DANÇA | Jussara Miller pelo projeto ‘Verdes e Ouvirdes’
5. PLASTICIDADES CÊNICAS | Cenário – Rodrigo Cândido pela cenografia do espetáculo ‘Tirem os Sapatos’ (Cia Diversidança) | Figurino – By Babis e Ana Lúcia pelo figurino do espetáculo “Ensaio para o verdadeiro Momento do Falso” (Próximo Coletivo de Dança) | Iluminação/Fotografia – Cammino Núcleo de Dança pela fotografia da Obra “Voz(s) que dança” | Trilha Sonora – Alex Barbosa (Coletivo Calcâneos) pela trilha sonora do espetáculo “Carmen”
6. INTERATIVIDADE ONLINE | Renan Marangoni (Corpo Molde) pelo “Programa CENA”
7. DIFUSÃO DE DANÇA | Dança nas Bordas (Cia Diversidança)
8. PLATAFORMA DE MÚLTIPLAS AÇÕES COLABORATIVAS | Cia Dual pelo Projeto “Danças Paulistas – Dos Guarani aos B.Boys”
9. MEMÓRIA E/OU CRÍTICA EM DANÇA | Cia Perversos e Polimorfos, pela série de vídeos “Ensaios Perversos – Conversas sem fim”
10. INFÂNCIAS | Lagartixa na Janela, pelo espetáculo “Sobre as Coisas”
11. PERFORMATIVIDADE | Estela Lapponi, pela performance “Solos”
12. INTÉRPRETE | Paula Salles, pelo espetáculo “Entre Glúteos, Cadeiras e Histórias”
13. DRAMATURGIA E DIREÇÃO | Djalma Moura, pela obra Iku (Núcleo Ajeum)
14. FILME DE DANÇA | Nave Gris Cia Cênica, pelo filme de dança “Corredeira”
A Comissão concedeu ainda menções honrosas para:
1 – Elenco | Para elenco de Cia Carne Agonizante em “Pequenas Fábulas” | Para elenco de TF. Style em “Zona Cinzenta”
2 – Intérprete | Robson Jacqué em “Woyzeck”
3 – Projeto de Dança | Ângelo Madureira por “Delírio”
4 – Plasticidades Cênicas – Cenário | Eliseu Weide (Cia Danças Sem Fronteiras) – pela cenografia de “Ciranda de Retina e Cristalino”
5- Plataforma de Múltiplas Ações Colaborativas | Para Cia Fragmento de Dança, pelo projeto “Mulheres em Cena”
6 – Filme de Dança | Para Carolina Moya e Julia Giannetti, pelo filme de dança “Ciaporã – Da casa do povoador à Lagoa da Alma” | Para Bárbara Malavoglia e Bianca Turner, pelo filme de dança “Matakala” | Para Kleber Lourenço e Osmar Zampieri, pelo filme de dança “Pedreira” | Para Dentre Nós Cia Dança, pelo filme de dança “Todes Nós”
Sobre a Comissão
GAL MARTINS | Artista e pensadora em dança, atriz, arte educadora, gestora cultural e cientista social. Em 2002 cria a Cia Sansacroma, grupo paulistano de dança contemporânea preta. Também criou em 2016 a Zona Agbara grupo de dança formado por mulheres negras e gordas. Criou e sistematizou a metodologia de formação em dança denominada A Dança da Indignação. Recentemente atuou como curadora e assessora artística da 13ª do programa Dança Contemporânea do Sesc TV o que rendeu sua indicação ao Prêmio APCA 2020. Atualmente também atua como Supervisora Artística Pedagógica do Programa Fábricas de Cultura.
FERNANDA FERREIRA | Fernanda Ferreira é artista – articuladora- ativista e produtora em dança. Integrante fundadora do Coletivo Anônimos da Dança de Piracicaba. Coordenadora do Conselho Municipal de Política Cultural de Piracicaba (2021-2023). Integrante e Colaboradora da Companhia Estável de Dança de Piracicaba. Diretora do Núcleo Sala de Ensaio. Integrante dos grupos de Cultura Popular: Samba de Lenço de Piracicaba, Maracatu Baque Caipira e Quilombo Vila África. Doutoranda e Mestra em Educação Estética. Pedagoga e Especialista em Ensino e Metodologias da Arte.
MAINÁ SANTANA | Mainá Santana é artista da dança, escritora, psicóloga e especialista em arte-educação. Em São Paulo, atuou na Cia Carne Agonizante, na Jorge Garcia Cia. de Dança, com passagens por outras companhias da cidade. É mediadora, organizadora de debates e palestrante em assuntos ligados a dança e a luta antirracista, além de banca de editais. Atualmente, escreve sobre dança para o Projeto Escritas de Okan, de Deise de Brito, desenvolve projetos de videodança e participa como atriz em filmes e outras produções audiovisuais. Em São Paulo, foi membro do Fórum de Danças Contemporâneas – Corporalidades Plurais e, em Natal (RN), se articula no Setorial de Dança do estado e no Fórum de Danças da cidade.
Sobre o Prêmio Denilto Gomes:
Com o intuito de ampliar a visibilidade das produções artísticas de dança desenvolvidas no estado de São Paulo, a Cooperativa Paulista de Dança criou o PRÊMIO DENILTO GOMES DE DANÇA em 2013. Constituída em 2005, a Cooperativa reúne dezenas de coletivos de dança que gestam o mesmo ofício de diferentes formas, assegurando na prática cotidiana o espaço para a diversidade do pensar e do fazer como possibilidade de seguir construindo um segmento forte que consiga, ao menos em parte, ecoar a voz de tantos outros coletivos espalhados por este país-continente chamado Brasil.
Natural de Sorocaba, Denilto Gomes desenvolveu, como intérprete e criador, trabalhos de grande importância para a história da dança contemporânea brasileira. Através das influências de Janice Vieira, Maria Duschenes e do diretor Takao Kusuno, Denilto construiu uma emblemática trajetória. Sempre provocador, agregou, com maestria, visceralidade, contundência e leveza em seus espetáculos. Seu modo peculiar de criar tinha forte influência dos elementos da natureza e dos ritos ancestrais e sua presença cênica provocava forte impacto na plateia. Considerado um transgressor da dança, se manteve irrequieto até morrer prematuramente em 1994, aos 41 anos.
Por estes motivos e muitos outros feitos deste artista, que escreveu através do seu movimento, potentes poemas de dança, a Cooperativa Paulista de Dança decidiu homenageá-lo com o prêmio, que será anual e pretende buscar uma integração maior e mais consistente entre os artistas da dança paulista.
O objetivo da CPD é implantar o prêmio considerando os modos de entender a dança que está inserida no estado, e com isso jogar uma luz sobre suas especificidades e favorecer uma compreensão mais ampla sobre suas abrangências.