LABORATÓRIO DA DANÇA

Será que a dança vai além do dançar? Um convite para a reflexão

Imagem: Reprodução Unsplash | Quinta, 02 de Junho de 2022 | por Thais Rabelo |

Pouco se fala sobre isso, mas a dança não é feita apenas de bailarinos.

Existe um leque repleto de profissões que interferem e constroem diretamente o mundo da dança e a insere no mundo real.

Quando imaginamos a construção da cena, onde os bailarinos geralmente se apresentam, fica mais fácil entender e visualizar as possibilidades. Para que os intérpretes cheguem ao palco é necessário ter uma preparação: professores, coreógrafos, ensaiadores, fisioterapeutas especializados, preparadores físicos especializados e um espaço para os ensaios.

Para que o espetáculo aconteça são necessários: um "palco", música, figurinos, cenário, iluminação.

Para que tenha público, vamos precisar de divulgação e para que esse público seja fiel vamos precisar saber contar as nossas histórias através de vídeos, fotos ou críticas.

Não podemos esquecer que para que tudo isso aconteça existe alguém que vai captar e gerenciar os recursos financeiros para dividir entre todos que estão prestando serviço.

E talvez eu até tenha esquecido de alguém. Listando dessa forma parece até obvio, no entanto, o meu ponto aqui é questionar o quanto percebemos isso durante a rotina de profissionais da área com responsabilidade para manter a cena em funcionamento.

O quanto nos preocupamos e apoiamos iniciativas que propõe debates entre os amantes da dança, cursos teóricos, entre outras experimentações, que são essenciais para todos os âmbitos da formação, inclusive para os alunos bailarinos que vão "apenas" dançar.

Será que, no Brasil, as escolas especializadas estão preparando profissionais para nutrir a área da dança como um todo?

Independente das funções que você exerce no mundo da dança hoje, durante a sua formação você pôde experimentar outras formas de fazer arte senão dançar?

Como seria um Brasil onde as pessoas que estudam dança têm a possibilidade de entender de fato como funciona cada área que faz a arte acontecer, incluindo a capacidade de compreender como o governo e as políticas públicas propostas por ele são fundamentais para construir ou destruir a cena?

Meu ponto é, nossas escolas de formação formam pessoas da área da dança ou bailarinos frustrados que encontram outra profissão?

Não tenho respostas para nenhuma dessas perguntas, minha intensão é apenas provocar o pensamento e se quiser me responder com o que te fiz pensar estou inteiramente disponível.

Mudanças na classe dependem de quem faz parte da classe e com certeza precisamos de mudanças.


*Este texto é de responsabilidade da autora e não reflete necessariamente a opinião do Portal MUD.

Publicado por :



Thais Rabelo

Jornalista e bailarina



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