Levantamento inédito mostra que a prática da dança promove posicionamentos sociais e luta contra o preconceito
Uma pesquisa realizada entre o dia 31 de agosto e 10 de setembro de 2023 buscou entender como os brasileiros se relacionam com a dança. Promovida pela Anjuss e por influenciadores digitais, o levantamento obteve 2.151 respostas de brasileiros de vários estados. O estudo buscou investigar quais os atributos que a dança oferece aos seus praticantes e não-praticantes em termos de representatividade, vitória sobre preconceitos e liberdade de expressão.
Abaixo estão as 6 principais descobertas. A análise completa de cada dado pode ser acessado na página da pesquisa.
Contra o preconceito, eu danço
Uma significativa proporção dos brasileiros, cerca de 77%, vê a dança como um poderoso símbolo de luta contra o preconceito. Este número, em si, é uma prova do impacto cultural e social que a dança tem em nossa sociedade. Notavelmente, essa percepção é ainda mais forte entre os respondentes que se identificam como Negros, onde 81,1% concordam com esta afirmação. O racismo estrutural está profundamente enraizado na sociedade brasileira, com muitos afro-brasileiros enfrentando discriminação em várias esferas da vida. A dança, especialmente estilos afro-brasileiros, serve como uma forma de resistência e reafirmação cultural.
Lugar de fala. Lugar de dança
Ao analisar mais detalhadamente as respostas, identificamos nuances nas percepções entre diferentes grupos étnicos. Enquanto 78% dos respondentes que se identificam como pretos e pardos veem a dança como um símbolo contra o preconceito, esta proporção é ligeiramente menor, 75%, entre outras etnias. Este insight destaca a importância da dança como meio de expressão e resistência, particularmente para comunidades marginalizadas.
Mesmo quem não dança é impactado pela dança
A cultura brasileira é rica em tradições de dança, desde o samba ao forró. Mesmo aqueles que não dançam ativamente são frequentemente expostos a estas tradições, seja em festas, carnavais ou celebrações familiares. A percepção de 70,75% de que a dança é uma forma de expressão reflete essa imersão cultural.
Dança de Rua é bastante discriminada
Apesar dos muitos benefícios e do valor inerente da dança, a pesquisa também revelou um lado sombrio. A dança de rua, em particular, é percebida como um foco de discriminação por uma esmagadora maioria dos respondentes - mais de 70%. Este dado ressalta a necessidade de mais inclusão e aceitação na sociedade, reconhecendo a dança de rua como uma forma legítima e valiosa de arte e expressão.
A avaliação.
Luiza Boiko, diretora criativa da Anjuss, avaliou a pesquisa e os resultados atingidos. "Sempre trabalhamos muito focados no público jovem, tentando ao máximo ouvi-los e entender seus movimentos. Vimos na pesquisa que o fato de dançar ressalta posicionamentos como luta contra o preconceito, liberdade de expressão, formação de identidade, saúde mental e outros. Um dado que choca na pesquisa, é que mais de 70% diz que a dança de rua é percebida como um foco de discriminação. Este dado ressalta a necessidade de mais inclusão e aceitação na sociedade, reconhecendo a dança de rua como uma forma legítima e valiosa de arte, representatividade e expressão".
A pesquisa.
Essa pesquisa foi realizada de forma on-line do dia 31 de agosto a 10 de setembro e obteve 2.151 respostas. O levantamento contou com pesquisas de múltipla escolha e não continha nenhuma limitação de região, faixa etária ou critério econômico ou social.
Para conferir todos os resultados da pesquisa é preciso entrar em https://blog.anjuss.com.br/