Crédito das Fotos: Corpo a beira da crise. Foto Cassio Machado
De 24 a 30 de agosto, acontece a primeira edição da SP-Arte Viewing Room, maior feira do segmento da América Latina. Em função da pandemia, a Feira, que há 16 anos ocupa o Pavilhão do Ibirapuera, adaptou o seu formato e lança uma plataforma hospedada em seu próprio site: www.sp-arte.com. Com intensa e dinâmica programação 100% online, o evento reúne atividades gratuitas, como: conversas com artistas, visitas guiadas, lives, performances e aulas online. Dentre os 136 expositores – da arte e do design nacional e internacional – a Feira também apresenta trabalhos de artistas que encontraram na dança uma nova forma de se expressar perante o mundo.
Um dos nomes que está presente nessa edição da SP-Arte é Élle de Bernardini, representada pela Galeria Kogan Amaro e pela Karla Osorio. Bernardini tem formação em ballet clássico pela Royal Academy of Dance, porém foi impedida de tirar o seu DRT (Registro dos Profissionais das Artes) por uma questão de gênero – é uma mulher transexual. Impossibilitada de seguir os seus sonhos na dança clássica, ela encontrou na dança, na performance, na pintura e na fotografia um novo campo de experimentação de ideias. Suas obras abordam questões de gêneros, sexualidade, política e identidade com a história da humanidade e da arte; porém é mais do que isso. Élle cria de acordo com a sua vivência em dança; o seu modo de repensar a geografia corporal. Para ela, a imagem e a percepção do corpo está relacionada à sociedade – até mesmo as questões políticas são diretamente sentidas no corpo. Esses questionamentos sobre a formação e a imagem de um corpo em cena continuam até hoje em seus trabalhos, porém, agora, somados às artes plásticas.
Foto1 – Butoh london. Foto: Ana Marin | Foto 2 – Corpo a beira da crise. Foto Cassio Machado.