Menos1 Invisível inaugura exposição e encerra temporada de Poemas Atlânticos

Crédito das Fotos: Isabel Praxedes

As últimas apresentações de “Poemas Atlânticos” serão transmitidas por três Casas de Cultura da cidade – Raul Seixas, do Hip Hop Leste e do Butantã -, ao mesmo tempo em que ocorre a abertura da exposição “Mar Adentro”, no CRDSP, com fotos clicadas durante a imersão do grupo para a criação do espetáculo, que mergulha profundamente em temas relacionados à ancestralidade de um corpo forçado a fazer sua travessia sobre o Atlântico.

Inspirada no pensamento do filósofo e poeta negro martinicano Édouard Glissant, para abordar a necessidade de trânsito e cooperação inter-racial como forma de sobrevivência num mundo hostil ao diferente, “Poemas Atlânticos”, a mais recente criação do Menos1 Invisível Núcleo de Dança, encerra sua temporada neste final de semana, com três apresentações online transmitidas pelas redes sociais das Casas de Cultura Raul Seixas (dia 10/9, às 18h), do Hip Hop Leste (11/9, às 20h) e do Butantã (dia 12/9, às 16h). Ao final da última apresentação, acontece um bate papo aberto à participação do público, com os integrantes e a professora e pesquisadora Valéria Cano Bravi.  

Ainda na sexta (dia 10), o grupo compartilha cenas do processo de criação que conduziu a montagem, registradas pelas fotógrafas Isabel Praxedes e  Mônica Cardim, na exposição “MarAdentro”, a ser inaugurada às 14h30, no Centro de Referência da Dança – CRDSP, em live com os artistas e as fotógrafas, transmitida pelo instagram da companhia @menos1invisivel.

Poemas Atlânticos” traz uma crítica à criação de muros – reais ou abstratos – e o desejo de celebrar a vida e a coexistência. Tendo a água como fio condutor do trabalho, os sete bailarinos-criadores – Edi Cardoso, Felipe Cirilo, Mônica Caldeira, Paulina Alves, Rafael Carrion, Rafael Markhez e Cléia Plácido – investigaram maneiras de habitar o mundo e “fazer caber” a circularidade, a africanidade e outras cosmologias, através da poética do Mar como elemento renovador de existências. 

Criação coletiva, “Poemas Atlânticos” tem luz de Hernandes Oliveira, trilha sonora de Sandra-X e Valquíria Rosa, com participação de Pedro Peu, e figurinos assinados por Samara Costa. Durante o processo de criação, Wellington Duarte (Núcleo Entretanto) atuou como provocador dramatúrgico e Eduardo Fukushima e Pedro Peu colaboraram na preparação corporal.

Exposição MarAdentro 

A exposição “MarAdentro” traz dois momentos importantes na trajetória do processo de criação do espetáculo “Poemas Atlânticos”: “Encontro com o Mar” tem imagens clicadas por Isabel Praxedes, durante laboratório do grupo no mar de Bertioga (litoral norte de São Paulo), que foi fundamental para alimentar a pesquisa e a investigação de movimentos, a partir do contato direto com a fluidez e temporalidade da água do Mar, e ainda culminou no vídeo-dança “Mergulho”. “Balde D’Àgua”, o segundo momento com fotos de Mônica Cardim, traz o  balde como elemento poético/político da escassez que invisibiliza o visível e remete à reminiscência da lata d’água tão presente nos sertões do mundo afro atlântico. Os baldes se tornaram outro fio condutor do trabalho. 

A exposição fica no saguão do CRD até o dia 19/9, e pode ser vista de segunda a sábado (segunda das 13h às 18h, demais dias das 10h às 18h), seguindo todos os protocolos de proteção.

As ações integram o projeto “Mergulho”, contemplado pela 28ª Edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a cidade de São Paulo.

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Serviço

“Poemas Atlânticos” – Menos1 Invisível – Núcleo de Dança

10/9 (sexta), 18h – Casa de Cultura Raul Seixas

11/9 (sábado), 20h – Casa de Cultura Hip Hop Leste

12/9 (domingo), 16h – Casa de Cultura do Butantã

(*após a apresentação, bate papo aberto ao público com a pesquisadora Valéria Cano Bravi)

Transmissão nas redes sociais das Casas de Cultura

Link para reserva de ingressos gratuitos https://www.sympla.com.br/produtor/menos1invisivel

Classificação indicativa: 16 anos. 


“MarAdentro”-   exposição processo de criação ˜Poemas Atlânticos˜

 Fotos de Isabel Praxedes e Mônica Cardim 

10/9 – 14h30 – Live de Abertura – instagram da cia. @menos1invisivel

até 19/9 – terça a sábado, das 10h às 18h/ segunda, das 13h às 18h

Centro de Referência da Dança – CRDSP – Galeria Formosa – Baixos do Viaduto do Chá, s/n – Pç Ramos de Azevedo

 

Ficha Técnica

Concepção, direção geral e artística: Cléia Plácido / Artistas da dança e co-criadores: Edi Cardoso, Felipe Cirilo, Mônica Caldeira, Paulina Alves, Rafael Carrion, Rafael Markhez e Cléia Plácido / Provocações dramatúrgicas: Wellington Duarte / Preparação corporal: Eduardo Fukushima e Pedro Peu / Trilha sonora: Sandra-X, Valquíria Rosa e participação de Pedro Peu / Desenho de Luz: Hernandes Oliveira / Figurino: Samara Costa / Assessoria de imprensa: Elaine Calux / Redes sociais: Renata Pimpinatti, Rúbia Galera e Talita Bretas (Portal MUD) / Produção: Dafne Nascimento e Kelson Barros]


As Fotógrafas

Isabel Praxedes é fotógrafa e videomaker. Estuda Audiovisual com ênfase em Direção de Fotografia e tem trabalhado na área. Realiza trabalhos que relacionam o audiovisual ao teatro e à dança. Na fotografia tem foco em retratos e fotografia de moda.

Monica Cardim é Doutoranda e Mestre (2012) pelo Programa de Pós-graduação Interunidades em Estética e História da Arte/USP. Foi contemplada com o Prêmio USP-TV Cultura 2020, com o vídeo sobre Retratos Transatlânticos: a Circulação da Representação da Afro Diáspora Brasileira na Fotografia de Alberto Henschel. Desde 2018, ministra “Fotografia além do Olhar do Ocidente”, na disciplina “Fotografia e Arte: Interações ao longo dos séculos XX e XXI”, da Profa. Dra. Helouise Costa, MAC-USP.


A companhia

O Menos1 Invisível surgiu em 2012, com a proposta de investigar procedimentos artísticos que integravam corpo, imagem e sonoridades com o encontro inicial entre o músico Luis Vitor Maia, o artista visual Daniel Freitas e a bailarina Cléia Plácido. A primeira criação, “Passeio Dentro da Paisagem” (2013), inspirada na cena “Corvos”, do filme de Akira Kurosawa, foi apresentada na Mostra de Dança da Fábrica de Cultura Jd. São Luís, Festival Baixo Augusta, 6ª Mostra Lugar Nômade de Dança e Projeto Proart, em versões solo, duo e trio, com colaborações do músico Marcos Battistuzi e dos bailarinos Evandro Gonçalves, Pedro Penuela e Tatiane Ramos. No ano seguinte, em parceria com o artista visual Daniel Seda, teve lugar a criação de “Turning Dance”, o primeiro experimento sobre as obras de Willian Turner. Na Ocupação da Casa Amarela, realizaram intervenções artísticas e os vídeosdança “Dança na Casa Amarela” 1 e 2. Em 2017, realizaram a Residência Artística no E.T.A., do SESC Itaquera, com intervenções e performances para crianças e adultos. 2018 foi o ano de “Flutuante”, sob a direção de Luísa Coser, no Centro de Referência da Dança. Em 2019, estrearam, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, o segundo espetáculo inspirado na obra de Turner, “Zona”, também dirigido por Luísa Coser, contemplado pelo 25º edital de Fomento à Dança SP, depois apresentado no Centro de Referência da Dança, na Funarte/SP e na Mostra Dança se Move Ocupa.

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