Galeria Kogan Amaro apresenta mostra  inédita de Élle de Bernardini

Crédito das Fotos: Obra As marcas que carreguei (2014) de Élle Bernardini - Fotografia Ana Pigosso

Em Nem tudo que reluz é ouro, Bernardini apresenta telas, esculturas, foto performances e desenhos e convida o público a refletir sobre questões de gênero, identidade e sexualidade

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Artista multidisciplinar, Élle de Bernardini transita entre a dança e as artes visuais e retrata o corpo inteiro, trans, vivo e pulsante. Por meio de telas, pinturas, esculturas, foto performances e desenhos, ela faz alusão às questões da sexualidade que confrontam os padrões que circundam o mundo contemporâneo e busca resgatar e reconstruir as narrativas esquecidas, apagadas e silenciadas das minorias de gênero. Uma seleção inédita destes trabalhos poderá ser vista em Nem tudo que reluz é ouro, exposição com curadoria de Ana Carolina Ralston, em cartaz a partir segunda semana de setembro na Galeria Kogan Amaro. 

O público poderá visitar a mostra com horário agendado por telefone (11 3045-0755/ 0944) ou e-mail (atendimento@galeriakoganamaro.com). Seguindo o protocolo de segurança ambiental e sanitária da pandemia do Covid-19, a Galeria funcionará em horário especial, das 11h às 15h, com número limitado de visitantes, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool em gel e orientação de distanciamento mínimo de 1,5 metro entre clientes e colaboradores.

“Memória e repetição. Essas duas palavras são a base das obras reunidas na primeira mostra individual da gaúcha Élle de Bernardini na Galeria Kogan Amaro São Paulo. A mostra trata a artista como um corpo inteiro e pulsante, que percebe na reafirmação dessas duas constantes uma forma de mudar a percepção de um fato, criando, assim, novas verdades”, escreve a curadora.

Bernardini traz aos seus trabalhos dor e alegria, beleza e horror, emoções que remetem aos limites que atravessamos na vida. O rosa e o azul surgem em suas criações como elementos simbólicos para borrar as margens entre o feminino e o masculino, o certo e o errado e as convenções, de modo geral, da sociedade normativa.

“O trabalho de Élle aborda a intersecção entre questões de gênero, sexualidade, política e identidade com a história da humanidade e da arte a partir de sua própria experiência”, pontua Ralston.

Élle faz uso de materiais diversos, como plásticos, pvc, tecidos macios, frios e quentes ou ásperos para aludir à uma beleza que incomoda. São recortados dando formas às partes do corpo sexual, são agradáveis ao olhar, mas também desconfortáveis ao se aproximar no desejo de tocá-los.

Em meio ao período de isolamento social imposto pela pandemia do Covid-19, Bernardini percebeu-se por um momento suspensa das pautas relativas à sexualidade e questões de gênero no mundo da arte. Isolar-se a levou a um contato mais intenso e criativo com sua obra. Decidiu, a partir disto, concentrar sua pesquisa no processo formal das relações entre as cores rosa e azul, escolhendo formatos e dimensões que cabiam em sua casa.

Tal qual um casulo, Élle de Bernardini voltou-se para dentro. Passou a se questionar como artista trans e a pensar se deveria abordar sempre em seu trabalho as questões de gênero, de sexualidade e de sua identidade transexual. Mas, tudo indica, não há resposta para essas perguntas. “Não há arte inocente ou arte da inocência e sim, a arte é também um posicionamento do artista perante do mundo”, segundo Ricardo Resende, diretor artístico da galeria.

“O próprio ‘Élle’, faz alusão a uma ambiguidade que habita nosso ser. A palavra, uma espécie de raiz de seu nome de batismo, coloca em cheque a língua portuguesa e a francesa e suas semelhanças e oposições na percepção do masculino e feminino. É justamente sobre esse virtuoso acasalamento que se encontra o ser artista”, complementa a curadora da mostra, Ana Carolina Ralston.


Sobre Élle de Bernardini 

Nascida em Itaqui, Rio Grande do Sul, em 1991, vive e trabalha em São Paulo, transita entre a dança e as artes visuais, além de ser uma mulher trans, interessada em resgatar e reconstruir as narrativas esquecidas, apagadas e silenciadas das minorias de gênero. Formada em balé clássico pela Royal Academy of Dance, em Londres, e pelos mestres japoneses de Butô, Yoshito Ohno  e Tadashi Endo. A artista foi a única mulher transexual a ser aceita para estudar balé clássico na escola inglesa, onde retornou em 2011 e 2012, para a conclusão de sua formação, de 13 anos de balé. Portanto, a linguagem artística de Élle de Bernardini começou a ser modificada em 2013, ano em que ela se autodenominou como artista visual. O trabalho de Élle de Bernardini já foi exposto em diversas instituições nacionais, como o MASP, Pinacoteca de São Paulo, Museu de Arte do Rio/ MAR, Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Museu de Arte Contemporânea de Niterói.


Serviço: Nem tudo que reluz é ouro, individual de Élle de Bernardini

Curadoria: Ana Carolina Ralston | Local: Galeria Kogan Amaro | Período expositivo: de 10 de setembro a 31 de outubro | Endereço: Alameda Franca, 1054 – Jardim Paulista, São Paulo | Horário: das 11h às 15h, com agendamento prévio | Informações: (11) 3045-0755/0944

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Patrícia Marrese

Patrícia Marrese

Ver Perfil

Patrícia Marrese é formada em Relações Públicas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e certificada em Ballet Clássico. É mestre em Comunicação e Cultura pela Université Côte d’Azur, na França. Já teve experiências de trabalho em agências de relações públicas, tais como a Burson Marsteller e a Edelman do Brasil, atendendo contas como Casas Pernambucanas e Damha Urbanizadora. Foi assessora de Comunicação e Marketing da São Paulo Companhia de Dança. Atuou como assessora de imprensa, freelancer, do núcleo de cultura na A4&Holofote, atendendo clientes como: Drive Thru Art, Sesc São Paulo, MAM SP, SP-Arte 2023, Casa SP-Arte, dentre outros. Em 2016, decidiu unir as suas duas grandes paixões – a arte e a comunicação -, ao criar a Marrese Assessoria. Já atendeu diversos clientes, entre eles: Ballet Paula Castro, Ballet Blend, Studio Arte Movimento, Tangará Cia. de Dança, ArPa – feira de arte, Nano Art Market, Simões de Assis, Coletivo Coletores, Galeria Plexi, Atelier Travessia, Boletim de Notícias – Sou 1 de 11 Milhões, La Vie en France, Circuito Consórcio Honda, dentre outros.