“Traditional Future”, do coreógrafo queniano Fernando Anuang'a.
Entre os dias 7 e 29, evento recebe artistas do Quênia, França, Itália, Suécia, Costa do Marfim e Brasil e encerra com “Borda”, a nova peça de Lia Rodrigues
O Festival Panorama 2025 dá continuidade à programação no Rio de Janeiro com apresentações gratuitas e a preços acessíveis no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Museu de Arte Moderna (MAM), no Teatro Nelson Rodrigues e no Teatro João Caetano. O evento, um dos mais relevantes e longevos festivais de dança contemporânea da América Latina, retorna no mês da Consciência Negra, entre os dias 7 e 29 de novembro, e traz um line-up diverso que tem como fio condutor a ancestralidade e a diáspora africana, com artistas nacionais e internacionais. A nova leva apresenta peças dos coreógrafos Fernando Anuang’a (Quênia), Anne Nguyen (França), Alessandro Sciarroni (Itália), Leandro Zapalla e Anna af Sillén de Mesquita (Brasil / Suécia) e a companhia Lia Rodrigues (Brasil).
A programação abre com “Traditional Future”, do coreógrafo queniano Fernando Anuang’a. O espetáculo é um solo que reinventa a tradição Maasaï sob uma ótica contemporânea, combinando canto ancestral e movimento. O trabalho evita clichês ao investir em uma gestualidade ondulatória, sutil e profunda, que evoca o fluxo da memória e do tempo. A atração será exibida nos dias 7 (sexta-feira) e 8 (sábado), às 18h, no Centro Cultural Banco do Brasil. Os ingressos custam entre R$15 e R$30.

SUPERSTRAT, de Anne Nguyen. Foto: Patrick Berger
Em seguida, o festival recebe a Compagnie par Terre (França) com o solo “[Superstrat[”, da coreógrafa Anne Nguyen, performance que investiga os vínculos ancestrais da dança e música com a diáspora afro-americana. O dançarino Willy Kazzama, da Costa do Marfim, utiliza sua fusão de danças urbanas e tradicionais para despertar memórias, rituais e trajetórias migratórias, de modo que afirma o movimento como resistência e reinvenção cultural em um mundo em constante deslocamento. A apresentação acontece no Teatro Nelson Rodrigues no dia 8 (sábado), às 19h30, e no dia 9 (domingo), às 18h. Os ingressos estão entre R$15 e R$40.

Save The Last Dance For Me. Foto: Raoul Gilibert
No fim de semana seguinte, o Panorama migra para o Museu de Arte Moderna (MAM) com “Save the Last Dance for Me”, projeto concebido por Alessandro Sciarroni. Centrado na Polka Chinata, uma dança de cortejo de Bolonha, o espetáculo envolve giros acrobáticos, corpos inclinados e resgata a tradição italiana ao reativar e difundir este patrimônio cultural. O show tem sessões marcadas para o dia 15 (sábado), às 10h30 e às 12h, e para o dia 16 (domingo), às 15h. A entrada é gratuita.

MOVING LANDSCAPES. Foto: Frankie Fouganthin
Também no MAM, no dia 16, às 15h30, Brasil e Suécia se encontram em “Moving Landscapes”, da premiada companhia QUARTO, formada por Leandro Zapalla e por Anna af Sillén de Mesquita. A peça é uma instalação performativa e site-specific que investiga a relação entre corpos, território e ecologia. O ato utiliza um cubo metálico e plástico, e cria coreografias que exploram o vazio e o espaço habitável. A obra dialoga com o Construtivismo Russo e a estética de Hélio Oiticica, vendo o cubo como uma arquitetura comunitária, transitória e em constante reinvenção, inspirada pela lógica das favelas. A entrada é gratuita.

BORDA, de Lia Rodrigues. Foto: Sammi Landweer
Encerrando a programação da temporada de 2025, nos dias 28 e 29, às 19h, o Festival Panorama recebe a companhia de dança Lia Rodrigues com o espetáculo “Borda”. A obra tece em seu conceito os múltiplos sentidos da palavra, desde as tensões à fluidez entre significado e metáfora. O ato se aprofunda na ideia de um “lugar intermediário”, onde se manifestam as tensões entre pertencimento, alteridade e as demarcações sociais e geográficas. Os ingressos custam entre R$10 e R$20.
Há mais de 30 anos em atividade e reconhecido ao redor do mundo, o Festival Panorama é um pilar da memória da dança no Rio de Janeiro. Pioneiro em associar arte contemporânea de ponta a preços populares, o evento ocupa a cidade com uma programação diversa, que explora corpo, espaço e movimento. O Panorama atua como uma plataforma vital para a projeção de artistas brasileiros e latino-americanos. Iniciado em 1992, o evento se reinventa continuamente, conjugando dança, tecnologia e novas dramaturgias, e se firma como um ponto de encontro cultural essencial na cidade.
SERVIÇO
Traditional Future
Fernando Anuang’a (Quênia)
Data: 07 e 08/11 – 18h
Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro II – Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
Ingressos: R$15,00 (meia) e R$30,00 (inteira). Na bilheteria do Teatro ou antecipados online.
Desconto de 50% para assinantes Globo e 50% para funcionário/prestador de serviço da Petrobras.
Classificação indicativa: 10 anos
[Superstrat[
Compagnie par Terre / Anne Nguyen (França)
Data: 08/11 – 19h30 | 09/11 – 18h
Local: Teatro Nelson Rodrigues – Av. República do Paraguai, 230, Centro
Ingressos:
Plateia: R$20,00 (meia) e R$40,00 (inteira).
Balcão: R$15,00 (meia) e R$30,00 (inteira). Na bilheteria do Teatro ou antecipados online.
Desconto de 50% para assinantes Globo e 60% para funcionário/prestador de serviço da Petrobras.
Classificação indicativa: 10 anos
Save the Last Dance for Me
Alessandro Sciarroni (Itália)
Data: 15/11 – 10:30h e 12h | 16/11 – 15h
Local: MAM Rio
Entrada gratuita
Classificação indicativa: Livre
Moving Landscapes
QUARTO (Brasil / Suécia)
Data: 16/11 – 15:30h
Local: MAM Rio
Entrada gratuita
Classificação indicativa: Livre
Borda
Lia Rodrigues (Rio de Janeiro, Brasil)
Data: 28* (*sessão acessível em audiodescrição) e 29/11 – 19h
Local: Teatro João Caetano – Praça Tiradentes, Centro
Ingressos: R$10,00 (meia) e R$20,00 (inteira). Na bilheteria do Teatro ou antecipados online.
Classificação indicativa: 16 anos
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