Bate-papo com Thiago Soares

Crédito das Fotos: Lina Nunes

Em cartaz com o espetáculo “Último Ato”, Thiago Soares fala sobre sua carreira como bailarino e sobre sua turnê internacional.

Thiago Soares é um renomado bailarino brasileiro que conquistou reconhecimento internacional por sua técnica, carisma cativante e presença magnética no palco. Ingressou no The Royal Ballet, uma das companhias de dança mais prestigiadas do mundo, sediada em Londres.  

Ao longo de sua carreira, Thiago recebeu inúmeros prêmios e homenagens por suas performances excepcionais. Sua contribuição para a dança e sua representação orgulhosa do talento brasileiro no cenário mundial foram amplamente reconhecidas e aplaudidas.

Ele continua encantando plateias ao redor do mundo com sua arte e mostrando ao público que a dança transcende barreiras culturais e geográficas, unindo pessoas por meio da beleza e da emoção da expressão corporal. O atual diretor do Ballet de Monterrey está em cartaz com sua última turnê internacional, Último Ato, que será apresentada em São Paulo nos dias 07 e 08 de outubro, no Teatro J. Safra.


Vamos falar um pouco sobre sua trajetória como bailarino. Onde tudo começou?

Thiago Soares: Comecei a dança no Street dance, mais precisamente como dançarino de um grupo que dançava em bailes charmes e festas de rua pelo Rio de Janeiro. Aí tudo começou.

 

Você ocupou por mais de dez anos o posto de primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres, como foi para você ocupar esse posto tão cobiçado por bailarinos?

Thiago Soares:  Sim, foram 16 anos como primeiro bailarino do Royal Ballet. Foi um período inesquecível, lindo, porém de muito trabalho, dedicação e disciplina. Disciplina não só comigo mesmo, mas de saber escutar, respeitar as regras e processos de uma instituição. Ali deixei tudo que pude fisicamente e artisticamente, mas em troca aprendi intermináveis coisas, maneiras de trabalhar e ensinamentos que hoje levo comigo e que passo adiante. Um capítulo de muita alegria na minha vida.

 

Sobre o espetáculo “Último Ato”, como foi a estreia em Portugal?

Thiago Soares: Último Ato em Portugal teve momentos muito lindos onde pude estar em contato com o público que gosta de mim e me apoia lá. É claro rever grandes amigos e o lindoTeatro Tivoli.

 

O espetáculo estará em São Paulo nos dias 07 e 08 de outubro. É a sua despedida dos palcos como bailarino?

Thiago Soares: Sim! Sampa, aí vou eu! Acho que já ficou claro que não. Rs. O espetáculo brinca com um término, porém quem conhece um pouco da minha jornada acho que já entendeu que seguirei fazendo projetos especiais e dançando para o lindo público que gosta do meu trabalho.  Porém, Último Ato tem data para em algum momento terminar. Se puder não perca!

 

Acredita que existe um limite para os bailarinos atuarem dançando?

Thiago Soares: Acredito que para uma carreira como bailarino clássico do repertório tradicional, sim. Acho que como o esporte profissional o ballet clássico de repertório pede um extremo do corpo e da imagem cênica e conforme um artista vai ficando mais maduro e tendo mais histórias, pessoalmente acredito que vai mudando e talvez tendo que transitar para outros formatos de espetáculos.  O Ballet Classico não é tão flexível, ele requer uma entrega específica de execução e de estética.   Mas mesmo dizendo isso acho que é pessoal, o momento de transição. Quem decide é o próprio artista e suas vontades. Em particular eu amo ver artistas mais maduros em cena, como eu!

 

Hoje você se vê diferente do bailarino que foi quando estava no The Royal Ballet, de Londres?

Thiago Soares: Sim, me sinto melhor em alguns aspectos. Eu sinto que soltei de copiar outros artistas e de ter um padrão de repertório. Me abri mais e me sinto melhor, porque ainda o corpo, graças a Deus, me permite. Claro que não sou mais aquele menino de 22 anos, porém ainda dou um caldo bom, acho!  Aprendi muito na Inglaterra e isso me deu a base para hoje ser livre.

 

Você também está à frente da direção do Ballet de Monterrey, no México. Como tem sido essa experiência?

Thiago Soares: Incrível!! Ajudar a outros artistas é algo maravilhoso. Muito trabalho, porém, um sentimento lindo e diferente de quando eu estou em cena. Generosidade, estou curtindo muito.

 

O que podemos esperar do filme “Um Lobo entre os Cisnes”, que tem estreia prevista para 2024?

Thiago Soares: Eu acho que será um filmaço. É sobre a busca de sua melhor versão e amor incondicional


* Fotos de Lina Nunes

Carol Contri

Carol Contri

Ver Perfil

Fundadora e Diretora Artística do Espaço Co.Art e da Cia Co.Art de Dança Contemporânea, formada em ballet clássico pelas metodologias Vaganova e Cubana e em Dança Contemporânea. Cursou Metodologia Vaganova pela Escola do Teatro Bolshoi Brasil e docência em dança contemporânea pela EDASP – Escola do Theatro Municipal de São Paulo. Jornalista, licenciada em Letras, Especialista em Psicopedagogia pela Universidade Anhembi Morumbi e Especialista Letras – Processos de Ensino e Aprendizagem pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.  Professora de ballet clássico e dança contemporânea.