2º Dança se Move Ocupa

Crédito das Fotos: “Eu em Ti” – Cia Carne Agonizante. Foto: Gustavo Moliterno


Dezembro começa com ‘2º Dança se Move Ocupa’ no Centro de Referência da Dança

Durante duas semanas, evento organizado por artistas da dança de São Paulo, traz 23 apresentações de trabalhos coreográficos, dois debates sobre temas que envolvem a arte e a cultura no cenário atual do país, três residências artísticas e conversas diárias com o público.

Programação completa aqui.

Entre 3 e 14 de dezembro, o Centro de Referência da Dança acolhe a segunda edição do “Dança se Move Ocupa”, encontro de caráter colaborativo e integrativo, concebido pelos artistas do Movimento a Dança se Move – uma organização de trabalhadores da dança paulistana que atua na mobilização, debate e luta por políticas culturais -, com uma programação que propõe residências artísticas, apresentações, debates e palestras.

Esta segunda edição se lança a partir de interrogações sobre o quanto as políticas identitárias têm, na prática, impactado as políticas públicas, como o mercado se apropria da pauta da diversidade, e que lugar é dado à vida, à morte e ao corpo humano, para se pensar o corpo político e compartilhar distintas poéticas que possam transpor os desafios da arte no contexto atual. Além dos participantes do Movimento, foram convidados artistas e pensadores dispostos a atravessarem junto as indagações lançadas.

Na abertura, dia 3/12, às 19h, a carioca Carmem Luz, cineasta e fundadora da Cia Étnica de Dança; a educadora e deputada Erica Malunguinho; a performer e videoartista Estela Lapponi e a apresentadora, cantora e ativista por moradia Preta Ferreira, protagonizam a conversa “Devoramentos e Rupturas”.  Na sequência, o  ator e Dj Eugênio Lima, pesquisador da cultura afro-diaspórica, coloca suas ecléticas criações sonoras na caixa para a conversa continuar pelos corredores do espaço.

Nas duas semanas, a programação oferece residências artísticas durante o dia e apresentações de trabalhos coreográficos à noite, a partir das 19h, sempre seguidas de conversa mediada por um artista convidado.

No dia 4 (quarta), serão apresentados “Eu Em Ti”, da Cia Carne Agonizante, inspirado no poema homônimo, escrito por Adalgisa Nery, com quem Ismael Nery, um dos ícones da vanguarda brasileira, viveu por 12 anos; “Lugar de Cavalos”, depoimento cênico das andanças-vivências do artista Afonso Costa em seus trajetos do bairro de Taipas, extremo norte da cidade, até as regiões mais centrais da capital; e “Dissonâncias”, colaboração entre o percussionista Joaquim ‘Zito’ Abreu e a bailarina Gícia Amorim, baseada nos conceitos de independência entre a ação coreográfica e o discurso musical. Ao final, Vera Sala media a conversa entre os artistas e o público.

“Para se ver o que é possível”, criação de Letícia Sekito/ Companhia Flutuante, a favor da dança como forma vital, necessária e possível a todxs; “Filhxs da Rua”, do Coletivo Ara Ijó, que retrata o encontro de três personagens fictícios, vindos de Catulé, para procurar Joaquim, um menino preto, que se perdeu ao longo da viagem, e “Igbàewe”, pesquisa de Lucimeire Monteiro, que reconhece o entendimento do povo negro e seus antepassados em comparativo com a contemporaneidade, são as apresentações da quinta (5/12). A mediação da conversa fica a cargo de Vivian Cardozo. 

Mais três trabalhos serão apresentados na sexta (6/12): “Provocações Poéticas”, do Viver núcleo de dança, ação performática que dialoga com o espaço, trazendo para a criação as palavras, os afetos e os corpos com suas (in/de)formações; “Andar_Ilha: Estudos sobre o caminhar”, de Luciana Bortoletto/…AVOA!Núcleo Artístico, que comenta a errância de um corpo que quer dançar e seguir adiante; e “Coisa Huiyin”, criação de Daniel Kairoz para um coro de corpos – Aline Brasil, Guma Muliterno, Erika Malavazzi, Luann Dias, João Pedro, Rafael Carrion e Richard Reis – que se conectam e se movem numa mesma direção. Kleber Lourenço faz a mediação dessa noite.

Sábado (7/12), a programação traz “Povoado de Coisas Vivas”, solo de Helena Bastos/Musicanoar, que flui entre histórias, pessoas, lugares, pensamentos, emoções, caminhos, ideias e tudo que nos envolve em termos de vida nesse mundo; “Pedreira!”, que versa a dureza e a leveza da pedra, como metáfora de corpos que se deslocam e a luta pela sobrevivência, com Kleber Lourenço/ Visível Núcleo de Criação, e música executada ao vivo por George Ferreira; e “O que se perde”, de Vinicius Santi/ Nenhum Caminho, que faz o contraponto da necessidade de perder-se para, só assim, adentrar o desconhecido de si mesmo. Mediação: Wellington Duarte.

A segunda semana começa na terça, dia 10/12, com o Fórum “Arte e censura hoje”, também às 19h. O debate é encabeçado pelos artistas da dança e arte-educadoras Cléia Plácido, Deise de Brito e Luciana Bortoletto; o escritor e dramaturgo Dorberto Carvalho, presidente do Sindicato dos Artistas; Elle de Bernardini, artista plástica e bailarina não-binária; a vereadora Juliana Cardoso; Rafael Oliveira, diretor do Núcleo IÊÊ; a diretora teatral e atriz  Regina Galdino; Rudifran Pompeu, presidente da Cooperativa Paulista de Teatro e diretor do Grupo Redimunho de Investigação Teatral, e Sandro Borelli, diretor da Cia Carne Agonizante e presidente da Cooperativa Paulista de Dança.

Na quarta (11/12) tem “Zona”, trabalho colaborativo do coletivo Menos 1Invisível, que propõe uma experiência sobre o uso do tempo,  identidade e território; Relações Possíveis na Encruzilhada”, pesquisa da Fragmento Urbano, de composição com a cidade e movimentações que transitam entre as danças urbanas e as danças brasileiras; e “Quero sentir toda a realidade que é estar com você”, performance do Coletivo Sobrepor, que traz as possíveis construções de um relacionamento homoafetivo. A mediação da conversa é de Ana Sharp.

Do Núcleo Djalma Moura, “Boi da cara preta”, uma dança cíclica que escava estratégias de resistência às normatividades da vida contemporânea, criando fissuras para promover a potencialidade ancestral, é a primeira apresentação de quinta (12/12). Depois vêm “Relation X”, do NIC – Núcleo Improvisação em Contato, em cenas que sugerem a narrativa de conflitos e explorar os limites físicos de situações a que estão sujeitas todas as relações; e “Um primeiro movimento”, experiência viva-transformadora que Luciana Beloli/ Dança Acontecimento partilha do corpo-maternidade. Mediação: Cléia Plácido.

No dia 13 (sexta), Estela Lapponi, em “!la assimetria es más rica!”,  faz uso da repetição como estratégia de dilatação de uma ideia que se quer propagar;  na sequência, “Fluidos Dilatantes – Uma metáfora com possibilidades afetivas”, pesquisa de  Alexandre Yudi e Thiago Mor baseada no estudo dos Fluidos Não-Newtonianos, propõe refletir sobre as nuances de uma relação a dois; e “Filhxs –da– P°##@ – T O D A”, do Coletivo Calcâneos, que transpõe as dores da periferia delimitadas aos corpos que compõem os altos índices de preconceitos sociais. Mediação: Michele Carolina.

Dois espetáculos encerram o Dança se Move Ocupa/2019, no sábado (14/12): “A última mulher do mundo”, investigação cênica do Núcleo Patrícia Noronha, no limiar entre a dança e o teatro, em torno da noção do vazio e do tempo suspenso, onde realidade e ficção se confundem; e “Zona provisória”, reflexão poética de Rubia Braga acerca da percepção do tempo, cuja essência é a transformação constante. Helena Bastos faz a mediação entre os artistas e o público.

Residências artísticas

Durante as duas semanas do evento, acontecem três residências artísticas, com compartilhamento da pesquisa no último dia. De 4 a 6 (quarta a sexta), das 14h às 17h, Cléia Plácido e Ricardo Neves orientam “Olhares da Improvisação na dança”, dirigida a pessoas que se interessem por improvisação e performance, com ou sem experiência.

Na segunda semana, acontecem outras duas residências: de 10 a 13/12, das 10h às 13h, “Pedagogias das danças”, com Ana Sharp e Paula Petreca, oficina teórica e prática dirigida a professores, pesquisadores, estudantes e interessados no tema, que pretende refletir sobre as possibilidades e caminhos de ensino e aprendizagem da dança, e ampliar o olhar para outras perspectivas pedagógicas e de processos de criação; e “Dança e(m) Espaços Urbanos”, de 10 a 14/12, das 14h às 17h, conduzida por uma equipe transdisciplinar composta pelas dançarinas Michele Carolina e Mônica Cristina Bernardes, pelo músico Jovem Palerosi e pela Videomaker Fernanda Ligabue, que propõe, entre outros procedimentos, exercícios em sala de ensaio, intervenções em espaços urbanos, derivas, estudos topológicos e geográficos, estudos sonoros e audiovisuais, leitura de textos e documentos que descrevem e regulam os usos do espaço público.

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