Uma mulher se prepara para sua última apresentação no teatro. A partir dessa ficção, Denise Stutz une palavra e movimento para dar ritmo ao corpo. Utilizando aspectos da dança e do teatro, a artista tem como interesse as maneiras de construir narrativas. Há três anos, tomando como referência autores como o argentino Jorge Luis Borges (1899-1986) e o irlandês Samuel Beckett (1906-1989), a artista mineira que vive no Rio de Janeiro começou a escrever o texto do solo. A ideia era convidar o público a refletir sobre a passagem do tempo e a velhice, entre outros assuntos. A partir da questão do desaparecimento surge uma brecha entre o espectador e a intérprete. Na narrativa, as fronteiras do teatro precisam ser borradas para que essa história se transforme em outra. Ao espectador fica o encargo de dar continuidade à existência da artista ou de decidir pelo seu desaparecimento.
Texto, interpretação e direção: Denise Stutz | Colaboração: Inez Viana | Iluminação e direção técnica: Daniel Uryon | Idealização: Denise Stutz.