A bailarina e pesquisadora Vera Sala dá continuidade ao seu percurso criativo que parte de questões propulsoras como incompletude, precariedade, errância, instabilidade, vazio e esgarçamento do tempo. É numa zona de incertezas, dissoluções e rupturas que acontecem seus processos, que não têm como objetivo a construção de uma obra, mas sim a criação de estados de derivas que se abrem para o inesperado, para atravessamentos e deslocamentos os modos de pensar o corpo e criar dança. Neste solo, Sala realiza microgestos com seu corpo. Numa espécie de suspensão do tempo entre um instante e outro, o corpo, nas palavras da artista, se exaure, se esvazia e dissolve seus contornos e limites. Desse esgarçamento surgem frestas de percepções e poéticas que expõem a precariedade da condição humana.
Concepção e direção geral: Vera Sala | Arquitetura e luz: Hideki Matsuka | Estímulo à autopercepção do movimento: José Antonio Lima | Cenotecnia: Wanderley Wagner da Silva | Assistente de produção: Marcelo Leão | Direção de produção: Dora Leão – PLATÔproduções.