Festival Internacional de Dança em Paisagens Urbanas

por Cia Artesãos do Corpo

festival | Todos os estilos de dança

13o Visões Urbanas - Festival Internacional de Dança em Paisagens Urbanas – Formato on-line

18 a 27/6 – vários horários

Link de acesso para espetáculos, videos, documentários e exposição: https://www.youtube.com/artesaosdocorpo (*sessão aberta sem necessidade de inscrição)

Link de acesso para oficinas: https://linktr.ee/festivalvisoesurbanas (*para inscrições antecipadas)

Encontros/palestras – enviar email para: artesaosdocorpo@hotmail.com (serão enviadas senhas para acesso à plataforma Zoom)


Confira a programação completa no canal do Youtube e redes sociais da Cia. Artesãos do Corpo e do Festival Visões Urbanas:

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O Visões Urbanas, festival Internacional de dança em paisagens urbanas chega a sua 13ª edição. A mostra de dança, que desde a sua criação, em 2006, pelos artistas Ederson Lopes e Mirtes Calheiros, da Cia Artesãos do Corpo, leva espetáculos, performances, oficinas e intervenções inspirados nas ruas, será totalmente realizada em formato on-line, priorizando a saúde e a segurança em meio a um cenário ainda complexo diante da pandemia. No entanto, os artistas encontraram novos modos de criar e continuar dançando, trazendo o espírito da rua em paisagens possíveis, gravados em vídeos presentes na programação do festival.  

De 18 a 27 de junho, através das redes sociais da Cia. Artesãos do Corpo e de espaços parceiros, artistas do Brasil, Colombia, EUA e Portugal compartilham com o público criações que, mesmo apresentadas no modo virtual, refletem a cidade que atravessa seus corpos neste momento em que vivemos. Durante os 10 dias, uma extensa e diversificada programação traz 11 espetáculos, outros cinco mais voltados para o público infanto-juvenil no Urbaninhas, que também convida um astrônomo para um bate-papo sobre os fenômenos do céu; duas mostras de videodança com uma seleção de premiados nos festivais internacionais InShadow e AnimaShadow, dois documentários, além de quatro oficinas e duas palestras.

O festival abre no dia 18, às 20h, com a exposição “Projetando Passados – Dança-Cidade-Memórias”, com imagens das edições anteriores, captadas pelas lentes de Fabio Pazzini, e que, projetadas nas paredes de um edifício da Rua da Consolação, na região central da cidade, revelam camadas e texturas sobre a relação corpo-cidade-memória trazidas para o contexto atual. “Realizada em parceria com o #Projetemos, a exposição reforça o conceito do Visões Urbanas de dançar a rua, na rua, com a rua, para a rua, apesar da rua, utilizando os recursos que temos disponíveis nessa nossa época”, ressalta Mirtes Calheiros curadora da mostra.

Em seguida, às 21h, é inaugurada a já tradicional Mostra Internacional de Videodança com a parceria do Festival InShadow, realizado anualmente em Lisboa-Portugal, trazendo a seleção de criações premiadas na edição de 2020. A sessão será reprisada no dia 27, às 16h, com audiodescrição. Além da exibição de vídeos e documentários de diversos países, em 2021, o Visões Urbanas estreia o “AnimaShadow”, para incluir o público infanto-juvenil, que também terá a oportunidade de realizar duas oficina teórico-prática sobre a linguagem.

No sábado à tarde (19/6), rola o “Urbaninhas”, a versão do Visões voltada para crianças e adolescentes. Começa às 14h, com a oficina “Geração Dança”, orientada por Ana Rita Barata e Mara Pacheco, da CiM Companhia de Dança de Lisboa, Portugal, tendo a improvisação como ferramenta para explorar o movimento do corpo de crianças e jovens entre 6 e 16 anos. Às 16h30, a Balangandança Cia., dirigida por Georgia Lengos, apresenta “Feito de Quê?”, realizado durante a residência “Cabaninha”, que era para acontecer ao vivo, mas teve de ser online. Em quatro episódios, mostra os encontros preciosos entre os integrantes da companhia e crianças de 7 a 10 anos, recheados de conversas, danças e cabanas, num vaivém de descobertas e criação de vínculos reais.

A partir das 20h, serão exibidas três performances, começando por “Rainforest Awakens”, que reúne, ao vivo e online, três artistas de locais diferentes, que exploram a beleza e a crise em uma floresta tropical visionária em 3D: enquanto de Washington D.C., Maida Withers recebe, em sua sala de estar, os mundos virtuais da artista computacional Tania Fraga manipulados em tempo real, diretamente de São Paulo, na Florida, Steve Hilmy cria a música ao vivo para essa performance. Em seguida, em “O que me Toca”, Thiago Soares, codiretor na Cia. Flex de Dança, de Trairi, no Ceará, acompanhado pela voz e o pandeiro de Mestre Moisés Cardoso e o violão de Marcos Douglas, redesenha os rastros das pegadas vivas dos brincantes encantados. “Primavera”, dos colombianos Margarita María Milagros e Juan Kiroga, que associa as estações do ano com os ciclos da sexualidade com seus objetos e figurinos estravagantes, encerra a noite.

O domingo (20/6) começa de manhã, com a oficina “Videodança” (Criação-Edição-Reflexão), que continua no dia 27, das 10h às 13h. Ministrada pelo professor e cineasta português Pedro Senna Nunes, diretamente de Lisboa, o workshop abordará os princípios fundamentais do vídeodança e questões como a percepção do espaço, corpo, imagem e movimento. Os exercícios de filmagem ocorrerão a partir de uma frase coreográfica, através de um plano sequência, passando pela idealização, planeamento, filmagem e edição.

Às 15h, a portuguesa CiM Companhia de Dança, apresenta “Geografia Humana”, coreografia de Ana Rita Barata, que observa no espaço, a distribuição das coisas, os movimentos e fenômenos, criando memória no corpo que o habita e relações com o meio ambiente.

A programação da noite tem o documentário “Dance is my gun”, de Marco Bollinger, sobre o bailarino refugiado sírio Ahmad Chaaban, que partilha, por meio de sua própria coreografia, sua tocante história ao escapar da guerra, as frustrações em perseguir seu sonho, o amor pela dança e sua expressão de liberdade. Na sequência, vêm  o artista alagoano Jessé Batista com o solo “Da ponte para cá”, uma metáfora dançada em memória aos quatro jovens mortos, no episódio que ficou conhecido popularmente como “chacina da ponte do mata quatro”, em União dos Palmares, interior de Alagoas; e “Shizumi – estudos sobre a profundidade”, composição de seis vídeos dos intérpretes da Cia. Artesãos do Corpo, que traduzem os momentos que estamos enfrentando, a partir das imagens e sensações experenciadas no corpo provocadas principalmente pelos treinamentos de Do-Ho e Setai-ho.

Na segunda (21/6), às 15h, acontece, dentro do Urbaninhas, a Mostra de Videodança AnimaShadow, com sessões de filmes de animação, que exploram o corpo através da geometria da dança, onde a comédia, o espirito animal e o toque físico são realçados numa época em que nos encontramos privados de tais sensações. No final da tarde (18h), o mestre e performer Toshi Tanaka ministra a oficina “Performance Fugaku”, com duração de três horas,  que busca despertar, por meio de estímulos ligados à natureza, sensações esquecidas nas profundezas dos corpos.

Com a brincadeira em video “Nuvens”, dentro do Urbaninhas (terça, dia 22, 15h), a Cia Artesãos do Corpo convida crianças de todas as idades a contemplarem o céu, seja através de uma janela, na laje, no quintal, na praia ou no meio do mato, para se inspirarem nas nuvens e nas paisagens criadas por elas. Depois da apresentação, que tem duração de 20 minutos, o professor de Astronomia Eder R. Canalle faz a palestra-bate-papo “Raios e Trovões”, explanando de forma lúdica e bem humorada os fenômenos da natureza que acontecem no céu. O público pode enviar perguntas.

À noite (20h30), também tem encontro: em “Experiências do XXI: a casa e a poética do sujeito-predicado”, Juliana Kase, mestra em cultura japonesa pela FFLCH-USP, que busca questionar conceitos estanques na cultura predominante ocidental-científica, conversa sobre a intensificação do estar no âmbito doméstico, as inúmeras mudanças que ocorreram à nossa revelia e como pensar em uma proposta de construção de uma casa neste contexto.

Na quarta e quinta (23 e 24), das 10h30 às 12h, o Projetemos Lab, oferece a oficina “Como fazer da vídeo-guerrilha um videodança”, coordenada por Mozart Santos, Felipe Spencer, Raquel Diógenes e Celso Lembi. Os partipantes passarão por um percurso formativo a partir de dinâmicas que envolvem desde a formação de rede até desenvolvimento de conteúdo e ensaio de apresentação.

Ainda na quinta, às 20h30, acontece o encontro “Buscando Espacialidades Ma, no corpo, na dança, na cidade”, com os artistas e pesquisadores Mirtes Calheiros, Emilie Sugai, Dudu Tsuda e Ederson Lopes, que integram o grupo Kinyokai, criado por Michiko Okano, sobre como cada artista/grupo busca criar, através de sua pesquisa, especialidades MA no palco, nos espaços públicos e paisagens urbanas.

Com sessão na sexta (26), às 16h, “Geração Soma”, documentário realizado por Pedro Sena Nunes e produzido pela Vo’Arte, de Portugal, pretende promover reflexão e práticas para a inclusão das crianças em contexto escolar, pela exploração de novas estratégias e abordagens de integração a nível artístico, pedagógico, terapêutico e social. Às 20h, o grupo Caixa de Imagens, criado por Mônica Simões e Carlos Gaucho, apresenta dois trabalhos: “Fio de Luz – Possibilidades de um Nascimento”, que surge no final de 2020, delineada pelos limites da pandemia; e “Será”, filme que traduz a sensação física e lírica dos espectadores da performance urbana “Travessia”, ao receberem da personagem, que tem como cenário o vestido de quem a manipula, a sua respectiva flor. Na sequência, a Fragmento Urbano estreia a performance “Terrorismo Poético: pequenas ações para encantar a quebrada”, que reune ações de performances de intervenção, realizadas pela cidade de forma sorrateira, percebidas apenas pelas pessoas mais atentas.

No segundo sábado (26/6), a Artesãos do Corpo repete, na programação do Urbaninhas, a performance “Nuvens”, seguida pela conversa divertida “Raios e Trovões”, com o professor de Astronomia Eder R. Canalle, sobre os fenômenos que acontecem no céu. O público pode participar fazendo perguntas. Às 17h, o CiM apresenta a “Performance CiM”, que coleta gestos reconstruídos a partir das novas descobertas do corpo, geometricamente multiplicados no quadrado digital dos tempos que atualmente vivemos, mas nos mantém conectados.

A programação noturna, a partir das 20h, exibe “Janela 47”, filme do GRUA, a partir do roteiro de Roberto Alencar e Willy Helm, interpretado por Fernando Martins, Henrique Lima,  Jerônimo Bittencourt, Jorge Garcia e Vinicius Francês, com filmografia de Osmar Zampieri, tendo como interface as despudoradas janelas do Edifico Mirante do Vale, no coração de SP, que nos convida a acompanhar uma jornada íntima e vertiginosa do seu reencontro presencial, após um ano de isolamento e interações virtuais. Depois, entra a performance “Para Insistir em Brotar”, de Marcos Moreno, que contempla a passagem do tempo observando algo que teima em irromper nas frestas  das calçadas, nos buracos do asfalto e por entre os fios de energia dos postes.

Domingo, 27/6, é o último dia do Festival. Das 10h às 13h, o cineasta Pedro Senna Nunes finaliza a oficina “Videodança”. Às 16h, tem início a Mostra Internacional de Videodança com audiodescrição durante a exibição dos Premiados no InShadow. Finalmente, às 20h, o encerramento do Visões Urbanas fica a cargo de “Dance Portraits on Screen”, criação de 2021, que reune nove artistas da Universidade George Washington (Washington DC), parceiros de Maida Withers, sob o conceito de dança como retrato, em referência à complexidade do impacto do COVID-19 em nossas vidas. Steve Hilmy compôs uma partitura original para cada uma das danças de um minuto e  Robin Bell criou o pano de fundo visual, com cada bailarino usando uma tela enquanto se apresentavam em diferentes cidades dos EUA.  

A 13ª edição do Festival Visões Urbanas foi contemplada pelo Proac, programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo.