Pessoas com deficiências físicas exploram as possibilidades de suas disformidades na coreografia da austríaca Doris Uhlich, que se interessa pelas relações entre energia e forma e entre seres humanos e máquina. Os bailarinos pesquisam seus próprios fluxos, batidas e dinâmicas, transformando seus corpos numa espécie de combustível endógeno. Uhlich trabalha com o conceito de ícones energéticos, no qual movimentos individuais são guiados pelo prazer e pela busca de recursos de energia. A coreografia é criada por movimentos repetitivos que carregam energeticamente o corpo durante cada sequência. A performance também investiga as possibilidades que se abrem quando máquinas, como cadeiras de rodas e muletas, são consideradas extensões do corpo. Cada “corpo elétrico” é um convite simples, mas radical, para explorar os potenciais através da dança e mergulhar numa arqueologia de energia. O poder explosivo e a poesia do espetáculo repousam em como os performers percebem seus corpos e como eles são percebidos.
Coreografia: Doris Uhlich | Dramaturgia: Elisabeth Schack | Criação e performance: Erwin Aljukic, Yanel Barbeito, Adil Embaby, Sandra Mader, Karin Ofenbeck, Thomas Richter, Vera Rosner, Danijel Sesar e Katharina Zabransky | Iluminação: Gerald Pappenberger | Som: Boris Kopeinig | Figurinos e produção: Christine Sbaschnigg | Distribuição: Something Great.