Se historicamente, o feminino é entendido como subalterno e analisado “fora da história”, porque sua presença não é registrada, liberar a história é falar de homens e mulheres numa relação igualitária. Falar de mulheres não é somente relatar os fatos em que elas estiveram presentes, mas é reconhecer o processo histórico de exclusão de sujeitos. (As Mulheres e a Ditadura Militar no Brasil – Ana Maria Colling)
SINOPSE
O espetáculo solo de teatro-dança A Dita Consequência a Duras Penas de Ontem e Hoje, do Núcleo CInA (Corpus Infinitus na Arte), traz à cena situações que ecoaram dos gritos de corpos femininos sofridos durante a Ditadura Militar e em outras instâncias de submissão e apagamento de suas falas interrompidas. A pesquisa no universo feminino vai além do contexto político da época, abrange a contemporaneidade de outras violências femininas e acrescenta à cena teatral um trabalho árduo, potente, de resistência visceral e real.
Um corpo permeado de sensações traça no palco uma trajetória; vivências de tantos outros corpos femininos angustiados e violentados. Um corpo que dança, que fala através de imagens e signos, navegando entre tecidos invólucros em movimentos narrados por desenhos gestuais e palavras que apresentam contexto de repressão e questionamentos, trazendo à tona desejos e utopias recalcados por um sistema controlador.
FICHA TÉCNICA
Criação, textos e encenação: Maria Lúcia Brancotomé | Provocador cênico: André castelani (in memoriam) | Produção executiva: Evinha Sampaio e Maria Lúcia Brancotomé | Cenografia: Caio Marinho | Figurinista: Caio Franzolin | Criação de luz: Renato Mendes | Pesquisa sonora: André Castelani (in memoriam) e Maria Lúcia Brancotomé | Fotografia: Nayra Barros | Designer/Social Media e Assistente de Produção: Bruna Gabrille | Técnico de luz: Lucas Profírio | Técnico de som: Nayra Barros | Edição de Áudio: Thiago Marques | Voz off : Maria Lúcia Brancotomé e Thiago Marques | Produção: Núcleo CInA