YEBO MUSICAL na MID-SP

O Itaú Cultural e a Associação Pró-Dança realizam a primeira edição da Mostra Internacional de Dança de São Paulo (MID-SP). A programação acontece presencialmente na sede do Itaú Cultural, com espetáculos e mesas de debates, além da exibição de videodanças no Piso Térreo do Itaú Cultural. Digitalmente, uma mostra de vídeos também acontece no site da Associação Pró-Dança www.prodanca.org.br.

Show percussivo de dança do grupo Gumboot Dance Brasil que traz a musicalidade percussiva e corporal nascida na África do Sul. A partir da direção do diretor e coreógrafo Rubens Oliveira, leva ao palco o encontro potente entre a música e a dança africana e afro-brasileira, e convida o público para dançar. O Gumboot Dance (dança de botas de borracha) é uma forma de dança popular que foi criada pelos trabalhadores das minas de ouro e de carvão da África do Sul no século XIX: homens negros, cuja força de trabalho era explorada pelos senhores do capital. Eles expunham suas vidas ao risco, distante de suas aldeias e famílias, cavando buracos onde ficavam enterradas suas histórias, memórias e vozes. Yebo aborda a exploração, tanto das minas, como dos povos levados para extração do minério. É a criação de um dialeto sonoro a partir das batidas nas botas de borracha e transformado em um alegre espetáculo percussivo em que a dança produz o som, e o som, conta as histórias dos poucos momentos de descanso e animação que esses trabalhadores tinham.

Sobre o grupo

O Gumboot Dance Brasil foi criado em 2008, a partir da pesquisa do bailarino e coreógrafo Rubens Oliveira, que atuou na Cia. Teatrodança Ivaldo Bertazzo, onde conheceu a dança Gumboot por meio do grupo Kholwa Brothers, da África do Sul. Interessado nesta pesquisa foi à África do Sul para intensificar seu estudo. No seu retorno ao país, formou o Grupo Gumboot Dance Brasil, que desde então se apresenta e ensina esta técnica em diversas cidades. É o único grupo do país e um dos raros no mundo a pesquisar essa dança.

Sobre o coreógrafo

Rubens Oliveira é diretor, bailarino e coreógrafo. Há 20 anos desenvolve pesquisas, experimentações estéticas e tecnológicas para conectar artistas da dança ao mundo integrado da arte. É formado pelo Método de Reeducação do Movimento Ivaldo Bertazzo. Durante 5 anos atuou na criação do Núcleo de Dança Pélagos (projetos com jovens do Campo Limo e entorno), Projeto Chega de Saudades (com o foco de colocar no palco pessoas não profissionais). Em 2018 foi premiado com o prêmio APCA na categoria melhor coreografia com “Subterrâneo”, da Cia. Gumboot Dance Brasil. Há 5 anos Rubens criou a Com.uns  – produtora criativa do movimento – para fomentar e fortalecer a linguagem da dança negra na cidade, e suas vertentes.