TRANSE EM TRÓPICO

Uma transa com Glauber Rocha, Oswald de Andrade, Lygia Clark, sem essa aranha, em uma aproximação talvez xamânica, talvez decolonial, talvez carnaval, no meio de uma floresta de papel manilha e celofane. Pede passagem a onça na encruzilhada. A coisa é. Eufórica, profana, furiosa. É sair de si. Trânsito de ser um para ser outro. Transe entre afetos respiratórios. Corpas entorpecidas pelos padrões cíclicos. O gozo, o êxtase, O revirar dos olhos. A coisa é um acontecer entrópico nos trópicos. Antropofagia, estereótipos e faces gloriosas. Esgarçamento de clichês, copo de cachaça, urucum e banana. Pausa para a onça beber água. Mesmo enfurecides e tristes faremos festa. A festa é uma arma? Uma armadilha? É um grito de desespero ou sobrevivência? Ou é tudo isso junto? Descascar o abacaxi nos dentes. Ser bicho e ser gente. Lambidas e saliva. A coisa é. Crítica e clichê. Vertigem em bando. Um ritual, um manifesto, um delírio festivo.

Concepção e direção: Núcleo Cinematográfico de Dança/ Criação e performance: Adriane De Luca, August Severin, Fabiane Carneiro, Ilana Elkis, Jaqueline Andrade, Katharina Câmara, Larissa Alexandre, Mayk Ricardo Santos, Mariana Sucupira, Mariana Taques, Maristela Estrela, Paulo Barcellos e Pedro Athié/ Produção: Lívia Império – Naru Produções / Assistente de produção: Thaís Rossi/ Figurino: Fause Haten/ Cenografia: Renan Marcondes/ Iluminação: André Boll/ Trilha ao vivo: Rayra Costa e Ricardo Vincenzo/ Colaboração dramatúrgica: Maria Tendlau/ Preparação corporal kempo: Ciro Godoy/ Influências: Carolina Bianchi, Carolina Nóbrega e Cia LCT e Quarteto à Deriva/ Criadores que fizeram parte do processo: Adriele Gehring, Aline Fiamenghi, Bárbara Schil, Gabriel Crispim, Isis Marks, Júlia Lima, Lainx Dias, Laís Ribeiro, Maytê Amarante, Natália Nery, Rebecca Leão, Renata Dalmora e Val Castro