Padê é a dança de celebração da força que vai da gargalhada ao conflito, do olhar desconfiado ao sorriso largo, do sangue pulsando aos desejos de transformação. A desordem como uma possibilidade de reaver caminhos, lembrando-se de quem se é.

Núcleo Ajeum celebra a existência de corpos pretos a partir daquilo que os faz desejar a vida

De 28 a 30 de julho de 2023, sexta-feira e sábado às 20h, domingo às 18h, o Núcleo Ajeum (@nucleoajeum), realiza a temporada de estreia do espetáculo de dança “PADÊ”, no Sesc 24 de Maio, que fica na Rua 24 de Maio, 109 – República, São Paulo. Os ingressos podem ser adquiridos no site ou nas bilheterias do Sesc SP com valores a partir de R$ 12,00.

Em “PADÊ”, Djalma Moura, criador, coreógrafo e diretor do núcleo, instiga os bailarinos na cena a externalizar desejos e pulsões de vida para criar uma dança ebó. Uma dança que venha como proposição de arrastar as mazelas físicas, emocionais e espirituais que ainda corrompem meninos e meninas negras e induzem aos seus extermínios.

Uma dança que busca revigorar o corpo e espírito tendo em vista a continuidade e manutenção da vida, seus desejos carnais, as trocas nesse mercado de Exú, recolhendo e partilhando boas notícias, para engolir e cuspir outro de si. Um inteiro em sua integridade que celebra sua existência e roça a vida em gozo, prazer e gargalhadas.

“Levando em consideração que o contrário de Exú é o cárcere, a certeza imutável, os dogmas e o medo da contradição, o apequenamento; Padê é a dança de celebração da força de ordem, da gargalhada, do conflito e contradição, do sexo e gozo, do olhar desconfiado e do sorriso largo, da encruzilhada, do sangue pulsando e dos desejos de transformação. Diante do inevitável, a vida!” comenta Djalma Moura, Diretor do Núcleo Ajeum.

A proposta da obra coreográfica “PADÊ” parte da compreensão dos processos de manutenção da vida a partir de um estado de persistência e desejo. Quais são os desejos que nos mantêm vivos? Quais formas e formatos organizam nossos movimentos cotidianos na busca por vitalidade?

“A complexidade em lidar com esses disparadores que possibilitam caminhos infinitos exige que escutemos o processo de forma mais aguçada e porosa. Isso me instigou a ter um olhar mais atento junto às qualidades dos bailarinos, suas habilidades e vontades tanto individuais quanto coletivas, para conduzir os caminhos da obra, e encontrar outras formas de organização das gestualidades que surgiam”, complementa Moura.

O Núcleo Ajeum em seus dois últimos trabalhos vem criando questões em torno do ciclo nascimento, vida e morte. Em “IKÚ”, a poética da morte e suas silhuetas evocam a perda, a reorganização da comunidade, o lamento e a celebração dos legados deixados por quem partiu. Já no espetáculo “LAMA” a proposta de compreender a invenção do corpo, uma matéria que vem da manipulação do barro, se transformando em revitalização do nascimento por mãos de encantamento que se questiona e reconfigura a partir das relações do que é corpo. “PADÊ” parte da busca por respostas criativas e dançadas sobre a desordem como mais uma possibilidade de reaver os caminhos percorridos, de parar e olhar para si, lembrando-se de quem se é.

Sobre o Núcleo Ajeum

Criado em 2014 por Djalma Moura e sediado na periferia da Zona Sul de São Paulo, o Núcleo Ajeum pesquisa as estéticas negras e suas cosmovisões de mundo inseridas em contextos sociais, tradicionais e contemporâneos. As obras coreográficas do núcleo partem da encruzilhada entre contos, mitologias, filosofias e liturgias africanas e afro-brasileiras.

Com onze obras criadas ao longo da trajetória, entre elas produções de espetáculos para caixa cênica, espaços alternativos, ruas e audiovisual o núcleo também produz a Revista Ajeum, com duas edições publicadas, onde discorre sobre processos de criação das coreografias, seus atravessamentos, além de contar com contribuições de outros artistas e pensadores de dança e arte negra.

Destaque para o projeto “IKÚ” lançado em versão para o palco e versão de filme, ambas indicadas ao Prêmio APCA de 2022. A versão filme “IKÚ: A Morte Um Dia Acolherá o Orí” foi a vencedora deste prêmio na categoria Espetáculo não estreia em 2022. A versão presencial ganhou o Prêmio Denilto Gomes da Cooperativa Paulista de Dança na categoria Direção e Dramaturgia, no mesmo ano.

Mais informações: www.nucleoajeum.com, www.facebook.com/nucleoajeum e @nucleoajeum

Ficha Técnica – Concepção, Direção e Coreografia: Djalma Moura. Intérpretes-Criadores: Aysha Nascimento, Djalma Moura, Erico Santos, Marina Souza, Sabrina Dias e Victor Almeida. Artistas Residentes: Barbara Aquino, Paulo Felito e Prudy Oliveira. Criação Musical: Lucas Brogiolo. Criação e Operação de Luz: Juliana Jesus. Figurino e Visagismo: Gil Oliveira. Cenário: Núcleo Ajeum. Confecção da Mesa: José Lourenço. Palavras de Pesquisa: Bruno Garcia Onifade, Luís Rufino e Baba Flávio de Yemonja. Preparadores Corporais: Djalma Moura, Jessy Velvet e Tainara Cerqueira. Assessoria de imprensa: Luciana Gandelini. Produção: Dafne Nascimento

Informações do evento

Datas e Horários:
28 de julho de 2023 até 30 de julho de 2023 18:00 às 19:00 - Domingo 20:00 às 21:00 - Sexta-Feira 20:00 às 21:00 - Sábado

Valor: R$ 12,00 a R$ 40,00

Classificações: 18 anos

Acessibilidade: Com Acessibilidade

Site: http://www.nucleoajeum.com

Formato do Evento: Presencial

Local: Sesc 24 de Maio

Endereço: Rua Vinte e Quatro de Maio, 109, lado ímpar - São Paulo / SP - 01041-001

Localização: