Mostra MonStrA

Surgida virtualmente em tempos pandêmicos, a MonStrA chega, agora, ao palco do Centro Coreográfico do Rio de Janeiro, nas duas primeiras semanas de junho. Mas para falarmos da MonStrAção de Artes Integradas é preciso conhecermos a sua gênese, o Campo Aberto.

Há mais de dois anos, quando entramos na pandemia, a bailarina Camila Fersi teve a ideia de reunir pessoas das mais diversas áreas, para através da música e de maneira virtual, improvisar e criar experiências sensíveis para superar, juntos, os momentos difíceis em que vivíamos. Esses encontros receberam o acertado nome de Campo Aberto.

A partir da dança, da performance, da ação e da atitude em relação à câmera, ao outro, ao espaço e aos objetos que rodeiam cada um, bailarinos, músicos, atores, artistas plásticos, curiosos, crianças e até animais, participaram de criações cada vez mais inventivas. Sem regras ou orientações prévias. Foi daí que surgiram os desdobramentos deste Campo Aberto. E foram vários. Sendo um deles a MonStrA.

Nesses mais de dois anos, já foram mais de 100 encontros, reunindo quase 150 participantes de diversos pontos do país. E como explica Camila Fersi, “foi uma experiência de criação artística contemporânea, que nasceu do paradoxal afastamento e proximidade”. Como resultado, alguns artistas se sentiram provocados a continuar trabalhando e desenvolveram as suas composições coreográficas.

Desde o seu início até hoje, o projeto já esteve presente nos festivais Rasgamundo e XI Semana de Dança Cariri, além das mostras internacionais Festival de Videodanza Cuerpo Mediado e Festival Filmóptico. Por fim, foi contemplado com o prêmio Funarte – Respirarte. Esta 5° edição da MonStrA, a primeira presencial, conta com o trabalho de onze artistas: Camila Fersi, Carol Martins, Gabriela Jung, Gabriela Alcofra, Daniel Conti, Julia Gil, André Rumjanek Laura Silveira, Maria Hermeto, Ricardo

Aparecido Silva, além da grata surpresa, no ultimo dia, do bailarino e coreógrafo Alysson Amâncio que, há onze anos, criou o Festival de Dança do Cariri (CE) . No mesmo dia, ele fará o lançamento do seu livro “Danças de enfrentamento: redes de ocupações e resistências no interior do Ceará”, inspirado em sua tese de doutorado em Artes.

A direção artística é de Camila Fersi e, como nas edições digitais, a mostra contará com uma apresentação. Dessa vez, a mesma ficará a cargo da carioca Luisa B, mulher trans de 46 anos; arquiteta, arte educadora e artista multi/transdisciplinar.

O desafio desses artistas foi unir as questões de acessibilidade às questões estéticas, para permitir que o público vidente e não vidente vivenciem as mesmas experiências. Para chegar a este trabalho inclusivo, a mostra contou com a valiosa orientação da bailarina e consultora de acessibilidade em dança, Moira Braga.

A presente mostra foi contemplada pelo edital FOCA – Fomento à CulturaCarioca da secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro e tem apoio doCentro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro (CCO).

Ficha Técnica

MonStrA

Direção artística: Camila Fersi
Curadoria: Helena Matriciano e Renata Reinheimer
Artistas: Camila Fersi, Carol Martins, Gabriela Jung, Gabriela Alcofra, Daniel Conti,
Julia Gil, André Rumjanek Laura Silveira, Maria Hermeto, Ricardo Aparecido Silva e
Alysson Amâncio.
Apresentação das noites: Luisa B.
Produção: Andreia Pimentel
Assistente de Produção: Maria Hermeto
Produção Gráfica: Gabriela Jung
Desenhos: Patricia Reinheimer
Fotos: Alanna Dahan
Filmagem: Karoline Coube
Consultoria de Acessibilidade: Moira Braga
Iluminação: Cris Ferreira
Som: Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro – CCO
Assessoria de Imprensa: Vera de Souza

Programa

03 e 10/06 – Camila Fersi, Gabriela Jung e Maria Hermeto

04 e 05/06 – Laura Silveira e Ricardo Aparecido Silva

11/06 – Alysson Amâncio

11 e 12/06 – Carol Martins, Gabriela Alcofra, Daniel Conti e Julia Gil