MITsp | Wayqeycuna [Meus Irmãos]

Assim como as mulheres andinas tecem seus quipus [artefato têxtil feito de cordas e nós] como memoriais, o artista argentino Tiziano Cruz retoma o caminho de volta à sua própria infância para se reencontrar com sua comunidade. A partir de um trabalho de arquivo, a obra, que faz sua estreia internacional na MITsp, propõe uma reflexão sobre como as hierarquias raciais e as estruturas de dominação operam em um mundo no qual o neoliberalismo varre violentamente os traços culturais, vitais e coletivos. O espetáculo é a parte final da trilogia Tres Maneras de Cantarle a una Montaña [Três Maneiras de Cantar para uma Montanha], na qual o artista articula, por meio de uma série de gestos poéticos, suas primeiras memórias no interior do Norte da Argentina com manifestos políticos sobre o mercado de arte e o privilégio de classe.

HISTÓRICO

Tiziano Cruz é um artista argentino interdisciplinar que une em suas obras as linguagens visual e teatral, além da performance e da intervenção artística em espaços públicos. Foi bolsista do Fondo Nacional de las Artes e do Instituto Nacional del Teatro ARG, além de ter vencido a Bienal de Arte Joven (2019), na Argentina, e o prêmio finlandês ANTI (2023). É fundador da plataforma de gestão cultural Ulmus, dedicada à mediação entre diferentes organizações culturais na Argentina e em países vizinhos. Também trabalhou como produtor de conteúdo no Centro Cultural Recoleta, em Buenos Aires. Suas criações já percorreram locais como Chile, Brasil, México, Canadá, Portugal, Espanha, Suíça, Alemanha, Finlândia e Estados Unidos.

FICHA TÉCNICA

Direção geral, dramaturgia e performance: Tiziano Cruz
Dramaturg: Rodrigo Herrera
Produção audiovisual, coordenação técnica, fotografia, design de som e música: Matías Gutiérrez
Produção artística, design e realização de figurinos: Luciana Iovane
Colaboração artística: Rio Paraná (Duen Sacchi e Mag De Santo)
Produção executiva: Ulmus Gestión Cultural
Relações internacionais e gestão: Cecilia Kuska e ROSA Studio
Residência de criação: La Virreina Centre de la Imatge (España) e CRL – Central Elétrica (Portugal)