De 20 a 23 de maio, às 20h no YouTube do grupo MEIO: https://www.youtube.com/c/grupomeio/featured
Criação em dança traz diálogo com artes visuais e intervenção urbana por meio do vídeo e revisitando marcos históricos da cidade de São Paulo
A partir do dia 20 de maio, o Grupo MEIO apresenta ao público a série de vídeos MATÉRIAS MOVEDIÇAS – ação acoplamento, que faz parte do projeto Corpos-paisagens: corpos que atravessam os fluxos da cidade . Composta por quatro episódios, a ação parte de quatro marcos históricos da cidade de São Paulo (Parque da Independência, Estação da Luz, Pátio do Colégio e Biblioteca Mário de Andrade) e questiona os limites do corpo numa ação de dança e como esses locais impactam e reverberam nos corpos e memórias dos quatro artistas do grupo.
Formado pelos artistas Carolina Canteli, Everton Ferreira, Iolanda Sinatra, Lucas Reitano e Maria Basulto, todos oriundos da UNICAMP, o Grupo MEIO tem uma pesquisa que questiona muito o limite do movimento na dança. O que pode ser considerado corpo? Quem é o protagonista numa ação coreográfica? Eles buscam o movimento não só no artista presente em cena, mas também no ambiente e seu entorno. “Tudo é corpo . Prédios, objetos, pessoas que passam… nosso objetivo é investigar essa relação entre diversos corpos e expandir isso para uma noção coreográfica”, explica Carolina Canteli.
A ideia é questionar a hierarquização do corpo humano em cena. Por que ele sempre precisa ser o protagonista? E por que quando falamos de paisagem, excluímos o sujeito? A pesquisa do grupo trabalha na fricção desses dois conceitos, expandindo o fazer cênico . No caso de MATÉRIAS MOVEDIÇAS , edição, câmera, além de outros limites que eles já exploraram, também são movimento.
Pensado originalmente para ser uma performance ao vivo, assim como muitos trabalhos nesses últimos 14 meses, o projeto teve que ser adaptado para o vídeo. Os quatro artistas se dividiram e, cada um pesquisou sobre um dos quatro marcos históricos abordados no projeto, escolhendo o que mais se relacionava com as suas memórias, repertório ou história. Com base nessa relação, cada um levou o conceito de corpo-paisagem para a sua composição e explorou isso de uma maneira diferente, trazendo essa confluência de temas.
Isso rendeu aos quatro vídeos da série estilos bem diferentes. Em alguns, o marco histórico aparece por meio de imagens inseridas numa fenda. Em outro, ele surge por meio de objetos, no estudo literal do seu significado ou na memória de um corpo negro e toda a representação que ele traz. O grupo traduz a intervenção urbana em corpos-paisagens virtuais, movendo a fronteira do espaço público e os encontrando dentro de casa.
Para Everton Ferreira, o Parque da Independência é retratado a partir da controversa história ali colocada em forma de monumento, seja pela ausência de homenagens aos corpos negros que navegaram por mares incertos e ainda assim edificaram cidades, mas que não tem seus nomes e seus bustos ali representados. Já na Estação da Luz, Maria Basulto questiona se o local não poderia ir além da função de servir ao transporte às multidões, mas ser também uma estação para viajar pela luz diante da escuridão. O Pátio do Colégio vem em cena por meio de suas manifestações coletivas, seja pelos corpos ocupando aquele espaço em carnavais passados ou pelos corpos que ali estão, atualmente, sem moradia no vídeo que traz Iolanda Sinatra. E quanto à Biblioteca Mário de Andrade, Carolina Canteli encontra o espaço em cada empilhamento de prédio e de livros da cidade, a cada janela de vidro que deixa entrar a luz e a cada palavra num livro. Entre a paisagem de sua janela e o próprio entorno da Biblioteca, move-se por ideias, cores e palavras.
Grupo MEIO
MEIO é um grupo de jovens criadores dirigido e performado por Carolina Canteli, Everton Ferreira e Iolanda Sinatra, e conta com a participação dos artistas Lucas Reitano e Maria Basulto. Têm como foco atual pensar a dança enquanto campo ampliado, explorando sua intersecção com a linguagem audiovisual, a arquitetura e o urbanismo. É essencial para o grupo o exercício de habitar a urbe, as ruas, os palcos e espaços cênicos com o mesmo comprometimento ético e estético, desejando revelar em atos coreográficos, possíveis modos de existir na cidade, com o intuito de reformular a compreensão da subjetividade imposta pelo senso de “normalidade”, criando outras ficções ou mesmo questionando as várias coreografias do dia a dia. Em Maio de 2018 estrearam a intervenção urbana de dança ‘180’ pela programação “Cartografia do Possível” do Centro de Referência da Dança da Cidade de São Paulo. Ainda em 2018 foram selecionados no Circuito Vozes do Corpo 2018 e no Festival do Instituto de Artes 2018 com a mesma intervenção. Em Novembro de 2019 realizaram a residência “Corpos-paisagens: corpos que atravessam os fluxos da cidade” no Sesc Pinheiros, convidando os artistas da residência a performarem o trabalho 180 no Largo da Batata – Pinheiros. No final de 2020 foram contemplados pelo 28º Fomento à Dança com o projeto “Corpos-paisagens: corpos que atravessam os fluxos da cidade”, projeto que está em execução de modo virtual através de ações de formação e criação artística.
Ficha técnica
Direção Artística: Carolina Canteli, Everton Ferreira e Iolanda Sinatra
Direção Audiovisual: Lucas Reitano
Pesquisa e Criação: Carolina Canteli, Everton Ferreira, Iolanda Sinatra, Lucas Reitano e Maria Basulto
Edição de som: Olívia Fiusa
Produção: Tetembua Dandara
Artistas Colaboradores: Gustavo Ciríaco, Maitê Lacerda e Nina Giovelli
Designer Gráfico: João Brito
Duração: aprox. 10 minutos
Projeto Corpos-paisagens: corpos que atravessam os fluxos da cidade, contemplado pela 28ª Edição do Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo
Informações do evento
Datas e Horários:
20 de maio de 2021
até 23 de maio de 2021
20:00 às 20:10 -
Domingo
20:00 às 20:10 -
Quinta-Feira
20:00 às 20:10 -
Sexta-Feira
20:00 às 20:10 -
Sábado
Entrada Gratuita
Classificações: livre
Acessibilidade: Sem Acessibilidade
Site: https://www.youtube.com/c/grupomeio/featured
Formato do Evento: Presencial
Local: Online
Endereço: Online