Laço Vermelho traz histórias reais sobre HIV aos palcos de São Paulo
Espetáculo da Cia Estrelas do Amanhã une dança e poesia em cenas que atravessam corpo, memória e estigma.
Obra é costurada por canções emblemáticas como Bicho de Sete Cabeças (Geraldo Azevedo), Mulher do Fim do Mundo (Elza Soares), Mal Nenhum (Cazuza), Mulher (Linn da Quebrada) e Divino, Maravilhoso (Ney Matogrosso).
Laço Vermelho, espetáculo da Companhia Estrelas do Amanhã, criado por Jon Diegues e dirigido por Duda Oliveira, é uma experiência sensível, política e visceral, que parte de histórias reais de pessoas vivendo com HIV. Com entrada gratuita e apoio do ProAC, a obra é apresentada ao longo do mês de junho em diversos espaços culturais de São Paulo.
O projeto nasce a partir da performance Linha de Lã, matéria-prima de Jon para o primeiro fio de narrativa. A partir daí, iniciou-se um processo de pesquisa intenso e afetivo. Ele próprio vive com HIV, e ouviu relatos de outras pessoas que também vivem com o vírus. A dramaturgia é construída a partir de declarações intensas e íntimas, transformadas em movimento, palavra e trilha sonora.
Em cena, a dança se une ao teatro e à música para criar um abrigo poético, onde é possível existir com verdade, mesmo em meio à dor. O laço vermelho deixa de ser só símbolo. Representa o HIV como atravessamento, narrativa coletiva, marca que não impede a vida.
A obra é dividida em 12 cenas e costurada por canções emblemáticas como Bicho de Sete Cabeças (Geraldo Azevedo), Mulher do Fim do Mundo (Elza Soares), Mal Nenhum (Cazuza), Mulher (Linn da Quebrada) e Divino, Maravilhoso (Ney Matogrosso), entre outras.
Cada música embala um relato: da mãe que descobre o diagnóstico no parto, do menino que ignora a prevenção, da travesti que segue em frente, da criança criada em abrigo. Histórias que doem, mas também curam, fortalecem, atravessam.
“Quero que o público sinta que as pessoas continuam vivendo. Que elas existem com beleza, força e profundidade, mesmo quando o mundo insiste em apagá-las”, diz Jon Diegues, idealizador do projeto.
O espetáculo conta com tradução simultânea em Libras, o que amplia o acesso para pessoas surdas e com deficiência auditiva.
Além das apresentações, Laço Vermelho propõe vivências abertas ao público, integrando à programação oficinas gratuitas de dança e improviso, oferecidas pela Companhia Estrelas da Manhã. Voltadas para qualquer pessoa interessada, com ou sem experiência prévia em dança, as atividades convidam o público a experimentar o corpo em movimento como espaço de escuta, expressão e cuidado. A proposta dialoga diretamente com a temática do espetáculo, ao promover trocas sensíveis, presença e afeto como formas de resistência. A participação na oficina é gratuita e as inscrições devem ser realizadas neste link.
Na capital paulista, os espetáculos e oficinas acontecem em espaços como o CEU São Mateus, Centro Cultural Grajaú e Centro Cultural Olido. As cidades de São Sebastião, Campinas e Praia Grande também recebem a programação da Companhia.
Sobre a Companhia Estrelas do Amanhã
A Cia Estrelas do Amanhã é um coletivo artístico formado por jovens artistas da dança, performance, teatro e canto, com foco em projetos que unem arte, informação e transformação social. O trabalho é atravessado pelo compromisso em dar visibilidade a vozes muitas vezes silenciadas.
Serviço
Laço Vermelho
Diversos locais da capital e do estado de São Paulo
Programação confirmada:
06/06 – CEU São Mateus, São Paulo (SP). Espetáculo às 20h.
07/06 – Centro Cultural Grajaú, São Paulo (SP). Oficina de Dança e Improviso às 13h. Espetáculo às 18h.
13/06 – Teatro Municipal de São Sebastião (SP). Oficina de Dança e Improviso às 13h. Espetáculo às 18h.
14/06 – Teatro Municipal de São Sebastião (SP), às 16h
17/06 – CEU Perus (evento para alunos)
18/06 – Teatro Maria Monteiro, Campinas – SP. Oficina de Dança e Improviso às 13h.
às 18h
19/06 – Teatro Maria Monteiro, Campinas – SP. Espetáculo às 16h.
26/06 – Palácio das Artes, Praia Grande – SP. Oficina de Dança e Improviso às 13h. Espetáculo às 18h.
27/06 – Palácio das Artes, Praia Grande – SP. Espetáculo às 16h.
28/06 – Centro Cultural Olido, São Paulo (SP). Espetáculo de encerramento às 18h.
29/06 – Centro Cultural Olido, São Paulo (SP). Oficina de Dança e Improviso às 13h.
Espetáculos: entrada gratuita.
Oficinas: inscrições devem ser realizadas neste link.
Demais informações serão divulgadas nas redes sociais da companhia: @ciaestrelasdoamanha
Ficha técnica
Criação: Jon Diegues
Direção: Duda Oliveira
Produção/Design: Rubens Silva
Intérpretes de Libras: Efraim Canuto e Leticia Lima
Ensaiador: Leandro Affonso
Assistentes de produção: Chico Tomaz, Letícia Oliveira e Uli Dias
Elenco
Alikah
Angela Dizioli
Duda Oliveira
Jon Diegues
Leandro Affonso
Pietra D’ofá
Rubens Silva
Nota de contexto: HIV hoje
Cerca de um milhão de pessoas vivem com HIV no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Com o avanço da medicina e o acesso gratuito ao tratamento pelo SUS, a maior parte dessas pessoas vive com saúde, trabalha, se relaciona, ama e não transmite o vírus. Quando o tratamento é seguido corretamente, o HIV se torna indetectável, o que significa intransmissível.
Mesmo assim, o preconceito persiste. Muitas pessoas ainda vivem o diagnóstico em silêncio, com medo do olhar do outro.
Este espetáculo nasce desse atravessamento.
Não para falar de dor, mas para lembrar que há vida.
E que onde há vida, há dança, há voz, há corpo presente.
Informações do evento
Datas e Horários:
28 de junho de 2025
18:00 às 19:30 -
Sábado
Entrada Gratuita
Classificações: 14 anos
Acessibilidade: Com Acessibilidade
Capacidade de pessoas: 139
Telefone para contato: (11) 95464-7484
Site: https://www.instagram.com/ciaestrelasdoamanha/
E-mail: [email protected]
Formato do Evento: Presencial
Local: Centro Cultural Olido
Endereço: Avenida São João, 473 - São Paulo / SP - 01035-000
Localização: