Jogo de interação entre bailarinas e bailarinos, mediados por telas, cria uma nova linguagem cênica em ambiente online, visual, fragmentado e crítico
Concebido durante a Pandemia e sua imposição de isolamento social, o trabalho levanta questões sobre o corpo e a relação com as telas e a internet, os paradoxos do comportamento humano e a distopia, o cotidiano vivido e a radicalização do uso da tecnologia. Realizadas no aplicativo Zoom, as performances levam aos espectadores crônicas visuais e, através das telas de computadores e de celulares, constroem uma relação corpo-tela.
As apresentações, transmitidas ao vivo pelo canal da Companhia no YouTube (www.youtube.com/user/
Antes da pandemia, a Companhia investigava o corpo na relação com o espaço urbano, pesquisa intitulada Corpo e Cidade. Inevitavelmente, durante a pandemia, se depararam com a impossibilidade de realizá-la. Passou, então, a encarar a videoconferência como um novo lugar do fazer e do perceber, assim, “inauguramos uma outra pesquisa, tínhamos o tempo, afinal estávamos juntos no momento, apesar de separados no espaço. Limitados pela mediação das telas, ao mesmo tempo, percebemos que estávamos diante de novas possibilidades de subjetivação e interação”, conta Luciana Lara, diretora e coreógrafa da Companhia.
No desenvolvimento desta nova pesquisa, se afastaram da ideia de videodança ou um registro videográfico, “…porque a especificidade desse trabalho está na experiência de estar online com outras pessoas, no encontro e na troca com o outro por meio das telas. A telepresença agrega uma importante camada de emoção, sensação e risco, diferente de um trabalho gravado”, explica Luciana.
Para a criação coreográfica, investigaram as dimensões e a fragmentação do corpo, a relação com o espaço da tela e com a câmera, a bidimensionalidade e a ilusão de tridimensionalidade e ainda a multiplicidade dos significados das palavras e imagens. “O resultado é multidisciplinar com diálogo forte com as artes visuais, a colagem, a fotografia, o cinema, a linguagem da internet e das redes sociais”, detalha a coreógrafa.
Na criação e construção das cenas, foram considerados a configuração visual com telas simultâneas, o fechar e abrir as câmeras, como efeito de edição, e os efeitos de fundo (cromaqui, background e outros). O resultado é como um jogo único, em tempo real, porém, não é uma improvisação livre, “pois é amplamente estudada, com contornos dramatúrgicos pré-discutidos”, ressalta Luciana.
Exibido pela primeira vez em abril de 2020, a performance JUNTOSeSEPARADOS, desde então, vem sendo recriada e atualizada com versões inéditas a cada apresentação, ao qual novas materialidades, assuntos e recursos tecnológicos são inseridos em sua dramaturgia.
A presente temporada conta com o fomento do FAC – Fundo de Apoio à Cultura do DF e faz parte do projeto de Manutenção Anti Status Quo nas Telas. Anteriormente, oito outras versões foram apresentadas em festivais sendo: 27º Porto Alegre em Cena (RS), 25º Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília (DF), CAMP_ iN Encuentro Scénico (México) e o Fiver Dance (Lograño – Espanha).
Ficha técnica:
Anti Status Quo Companhia de Dança
Direção e concepção: Luciana Lara
Dramaturgia em colaboração com os bailarinos da Companhia: Déborah Alessandra, Leandro Menezes, Leonardo Rodrigues, Luciana Lara, Márcia Regina, Mônica Bernardes, Rebeca Damian.
Pesquisa em conjunto com o Núcleo de Formação ASQ: Jaqueline Silva, Raoni Carricondo, Camilla Nyarady, João Lima, Maria Ramalho, Marcela Brasil, PA e Renata Studart.
Trilha sonora: Valeria Lehmann
Suporte técnico para streaming: Leonardo Rodrigues
Informações do evento
Datas e Horários:
14 de julho de 2022
até 22 de julho de 2022
20:00 às 20:35 -
Quinta-Feira
20:00 às 20:35 -
Sexta-Feira
Entrada Gratuita
Classificações: livre
Acessibilidade: Com Acessibilidade
Telefone para contato: (61) 98654-2569
Site: http://www.youtube.com/user/ANTISTATUSQUO
E-mail: rodrigomachado@territoriocomunicacao.com
Formato do Evento: Presencial
Local: Online
Endereço: Youtube