Circulação da programação cultural {Jandiras} será lançada dia 26/03 

A tradição e ancestralidade dos trabalhos manuais com linhas inspiram e tecem a criação de Hellen Audrey que reverencia as delicadezas das relações

A programação cultural {Jandiras}, que reúne dança contemporânea, artes visuais e interação com artesãs e artesãos de sete cidades paulistas, começa no dia 26 de março (domingo) às 10h com um Ponto de Encontro na Praça Carlos Gomes, em Campinas, SP. A atividade será conduzida pela artista da dança e das artes visuais Hellen Audrey, idealizadora do espetáculo e da programação.

Lançamento do projeto

Esta é a primeira atividade e também uma das ações de contrapartida do projeto contemplado pelo Programa de Ação Cultural (ProAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. A proposta prevê apresentações do espetáculo {Jandiras} e realização de oficinas em parceria com artesãs e artesãos em cada uma das sete cidades nas quais o trabalho será realizado. 

{Jandiras} é um híbrido de espetáculo de dança, performance e instalação de linhas. Criada e interpretada pela artista da dança e das artes manuais Hellen Audrey, com a participação do músico Guga Costa, a obra une a dança contemporânea e a execução de rendas e crochês ao vivo com uma trama musical tecida e remixada também ao vivo – produzida apenas com voz e um pedal de loop.

O município de Garça é o primeiro a receber a programação, com a apresentação de {Jandiras} no dia 1º de abril e uma oficina com Lúcia Leal, que ensinará a técnica de Crochê de Bruges no dia 2 de abril. Depois, a produção segue para Cananéia (na Enseada da Baleia), com oficina e apresentação no dia 8/4. São Bento do Sapucaí (13/5), Socorro (20/5), Bariri, Ibitinga e Guapiara também integram a circulação. A produção escolheu cidades que contam com coletivo de mulheres artesãs para vivenciar um intercâmbio de práticas, valorizar a riqueza destes trabalhos, as histórias e memórias das artesãs, além de evidenciar o artesanato como patrimônio cultural. 

Sobre o Ponto de Encontro

No Ponto de Encontro, o público se reúne para realizar práticas manuais com linhas, como o bordado, a renda nhanduti, o tricô de braço, entre outras técnicas. “A proposta é promover um encontro para pessoas interessadas em compartilhar e aprender sobre trabalhos manuais e a relação das linhas com o corpo. Nesta atividade, convido as pessoas a criarem uma escrita têxtil a partir de uma pequena observação do corpo e do espaço em que nos encontraremos. Neste momento, compartilharemos o tempo, o espaço, memórias, histórias, inclusive da cidade e do ambiente que nos encontraremos, e abrimos brecha para a criação e o afeto acontecerem.”, explica Hellen Audrey. 

A atividade é gratuita e as pessoas interessadas podem trazer suas agulhas, linhas, seu banquinho e, caso desejem, algum quitute para compartilhar em piquenique. O Ponto de Encontro é uma oficina lúdica que conecta todos os elementos que compõem {Jandiras}: os trabalhos manuais com fios e linhas, as técnicas ancestrais, a dança contemporânea e o público em si. 

Sobre  {Jandiras}  

A proposta de {Jandiras} é poder estabelecer conexões com a arquitetura e o contexto de cada local. A obra fala, a partir de um contexto feminino, sobre as relações que estabelecemos com o mundo, com as pessoas e com nós mesmos; como tudo está conectado por uma delicada renda social; como o território e sua história nos atravessam; como nos influenciamos e nos afetamos o tempo todo; e como nosso corpo se expressa, se relaciona com tudo isso, e se modifica o tempo todo. Adaptabilidade e escolhas. “{Jandiras} é um trabalho que costura a arte têxtil, a dança e a poesia para falar sobre ancestralidade, sobre o tempo e sobre a delicadeza das relações. O corpo e as linhas como ferramentas de encontro, diálogo, cuidado, respeito, memória… ritual e política. É uma proposta que se desdobra em vários formatos e que fala sobre a poética de nossas cicatrizes, sobre a potência de cura e a adaptabilidade do corpo. Rendas e trabalhos manuais como forma de criação de diálogos e de comunidades saudáveis”, completa a artista.

O nome {Jandiras} é uma homenagem à tia de Hellen Audrey que iniciou a artista ainda criança no crochê. “Quando pequena, minha tia me dava um crochê para me aquietar, e assim me ensinava a quietude das linhas e como escrever poesia através das rendas. Hoje é uma alegria poder compartilhar com as pessoas um pouco do que ela, junto com tantas outras mulheres, simbolizam para mim. E foi assim que minha tia Jandira foi me ensinando tantas coisas, junto com tantas outras mulheres de minha trajetória. Um VIVA à todas as {Jandiras}, filhas da terra e que nos ensinam sobre a vida, sobre as plantas que curam, sobre as linhas que criam fios de prosas e segredos; histórias que nos inspiram e que permanecem”, destaca Hellen Audrey. 

{Jandiras} nasceu como uma performance no primeiro semestre de 2017, após convite para a abertura da mostra Fio da Meada, realizada no antigo espaço The Mix Bazar (Campinas/SP) e que reuniu importantes artistas plásticos paulistas ligados ao contexto de criações com linhas e fios. A artista Hellen Audrey, que também atuou como curadora do projeto, concebeu o híbrido de improvisação em dança, performance e instalação de linhas {Jandiras} – mesmo nome da exposição com suas obras, inspiradas em rendas autorais – em um modelo site specific.

Um ano depois, {Jandiras} ganhou também uma versão espetáculo de dança e instalação de linhas para espaços alternativos, e desde então, o projeto tem circulado por diversas unidades do SESC SP, e também integrou programações importantes como o Circuito Cultural Paulista (2018) e a Virada Cultural (2022). Em 2021, o espetáculo-performance recebeu a contribuição da Cia. 22:22 de Ana Clara Amaral e Eduardo Brasil, com orientações e provocações cênicas para a elaboração do videodança na 15ª Bienal Naifs do Brasil – Ideias para Adiar o Fim da Arte, realizada pelo SESC SP e na qual Hellen Audrey também participou com duas de obras.

FICHA TÉCNICA 

Hellen Audrey – dança, rendas e interpretação

Guga Costa – paisagem sonora (voz e loop station)

Eduardo Brasil – orientação cênica, criação e operação de luz

Rafael Scucuglia – fotógrafo/videomaker e assistente de produção

Julio Giacomeli – designer gráfico

Cecília Gomes – assessoria de comunicação

Redário Cultural – produção executiva

Duração aproximada: entre 40 e 60 minutos (a depender do formato)

Classificação indicativa: Livre

Sobre Hellen Audrey 

Bacharel e Licenciada em Artes Corporais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP – 2003/2007), Hellen Audrey atua como artista e educadora no campo da dança, da educação somática e das artes visuais. Dentre suas principais criações, estão o espetáculo de dança Nosso Flamenco (2013), do qual é responsável pela criação e pesquisa do brincante, da dança contemporânea, do cenário e da direção geral; a performance Egas – A Imprevisibilidade da Água (2016), em parceria com o SESC Campinas e com importante artista plástico paulista Egas Francisco; e seu trabalho autoral { {Jandiras} } (2017), no qual une a dança contemporânea e seu trabalho em artes visuais, em um híbrido de espetáculo de dança, performance e instalação com linhas. Em 2020, em meio à pandemia do COVID-19, foi criado o trabalho de videodança Cartas para o Novo Mundo, inspirado no livro 21 lições para o século 21, de Yuval Harari. Este trabalho foi selecionado para a mostra Arte como respiro, do Itaú Cultural. No mesmo ano, a artista teve duas obras selecionadas para a 15ª Bienal Naïfs do Brasil (SESC SP), tendo recebido Menção Especial pelo trabalho {Jandiras} #33.

​Desde 2019, também é fundadora e gestora do espaço cultural Casa Amálgama, localizado em Campinas/SP, onde também reside. Neste espaço, desenvolve suas criações artísticas e também oferece seus trabalhos como educadora do movimento.

Informações do evento

Datas e Horários:
26 de março de 2023 10:00 às 12:00 - Domingo

Entrada Gratuita

Classificações: 12 anos

Acessibilidade: Sem Acessibilidade

Site: https://www.hellenaudrey.com.br/

Formato do Evento: Presencial

Local: Praça Carlos Gomes

Endereço: R. Irmã Serafina, s/n - Campinas / SP