Itinerância do 38º Panorama da Arte Brasileira no Sesc Campinas terá apresentação da Tropa do Gurilouko

No dia 15 de agosto, sexta-feira, às 20h, a Tropa do Gurilouko ocupa o Sesc Campinas com uma apresentação performática que integra a itinerância do 38º Panorama da Arte Brasileira: Mil graus, mostra realizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo. Criada no bairro carioca de Campo Grande em 2023, o grupo ressignifica a figura tradicional dos “bate-bolas” do carnaval carioca em ações que misturam arte, festa e identidade periférica.

O “bate-bola” é caracterizado por trajes avolumados e coloridos, compostos por roupa bufante, máscara, luva e sua marca registrada: uma bola de borracha ou de plástico presa por uma corda à extremidade de um bastão, usada para bater no chão. É o som forte e característico dessa batida que anuncia a aparição do “bate-bola”, figura que tanto apavora quanto diverte. 

Sua criação vem da releitura de tradições europeias durante a Folia de Reis e teve raízes fincadas durante as décadas de 1930 e 1940, sobretudo nas zonas norte e oeste do Rio e na Baixada Fluminense. Com o tempo, as turmas passaram a criar narrativas para cada saída e a se identificar por cores, estampas e acessórios específicos — como bexigas, bandeiras, sombrinhas e bichos de pelúcias —, além de hinos autorais. 

Na fusão de duas figuras clássicas do carnaval, o “bate-bola” e o gorila, a Tropa do Gurilouko borra a linha entre o terror e a diversão. O conjunto de calça e casaco demanda pelo menos 15 mil sacolas cortadas em fitas para ganhar suas proporções imponentes, e é complementado por uma máscara com olhos que acendem e a tradicional bexiga presa a um bastão. O furor que trazem consigo é a melhor mistura do mistério, da fantasia e do júbilo que definem o espírito do carnaval.

A Tropa do Gurilouko também é tema de um dos episódios do Mil graus, série em áudio realizada pelo MAM São Paulo no contexto do 38º Panorama da Arte Brasileira. No podcast, integrantes da Tropa do Gurilouko falam sobre o surgimento do grupo, as referências culturais por trás dos figurinos e a força simbólica dos “bate-bolas” como forma de expressão nas periferias do Rio de Janeiro. O episódio está disponível gratuitamente nas principais plataformas de áudio.

Em cartaz até 31 de agosto, a mostra reúne obras de 25 artistas de diferentes regiões do Brasil, cujos trabalhos — em diversos suportes e linguagens — compartilham um alto grau de intensidade e transformação.