História da Dança como Museu

Este projeto de ensino da História da Dança aborda a discussão recente sobre a dança no museu. Ao longo do curso almeja-se expor as ideias, discussões, e definições sobre as relações entre o museu e as produções com a dança e a coreografia. Trabalha-se com a hipótese de que a dança no museu redefine a noção de visualidade no campo das artes visuais; e o museu como locos potente para apresentações da dança e da coreografia ampliadas. Os alunos poderão ter novas experiências sobre o corpo, o tempo, o espaço, a arquitetura, através da concepção de um museu de ideias, de movimento e de experiências. O museu, por sua vez, torna possível para a dança imaginar um novo espaço público, que potencialmente permite novos formatos de exibição, de conservação de obras, de produção e compartilhamento do conhecimento sobre o corpo que dança.

Júlia Abs é profissional das artes do corpo, tendo formação como atriz, bailarina e coreógrafa, pelo curso superior de Dança da Universidade Anhembi Morumbi (2006) e pelo curso técnico de formação de atores Carmina (2002). Desde 2006 atua como artista das artes performáticas e em 2017 como curadora na intersecção entre as linguagens da Dança e das Artes Visuais. Fundou o grupo de dança Vitrola Quântica (2008) com o qual ganhou vários prêmios e editais, e através destes, produziu coreografias, obras site-specific, performances, vídeo danças e curtas metragens, até a sua dissolução em 2012. De 2012 a 2016 dedicou-se ao aprendizado da língua alemã, viveu em Berlim de 2013 à 2015. Morou no Sul da Holanda de 2015 à 2016, e investiu esse tempo acompanhando grandes eventos culturais nos campos da dança e das artes visuais e realizou audições em universidades na Alemanha, Bélgica e Holanda.

Atua como professora de dança, história da dança e faz projetos de curadoria independentes. Estuda balé clássico, com enfoque somático, com a professora Zélia Monteiro desde 2009. Ganhou prêmios importantes como o Prêmio Funarte Klauss Vianna (2008) e o prêmio Rumos do Itaú Cultural em Obras Coreográficas (2010). Tem experiência com teorias acerca da história da arte e teorias das artes da performance (Dança, Teatro e Performance), tendo iniciado seus estudos com o crítico de artes visuais Rodrigo Naves. Em 2018 prepara-se para ingressar no Programa de Pós-graduação em Estética e História da Arte na USP, com a pesquisa de Mestrado que interroga sobre o alcance, os limites e as possibilidades da Dança e da Coreografia em galerias e museus.

A pesquisa em arte atual de Júlia Abs dirige-se para os cruzamentos entre Dança, Coreografia, Artes Visuais e Museu. Em 2018 propõe ensinar a História da Dança como uma programação de um “Museu”, conceito que se alinha à algumas práticas de pesquisa em Coreografia e Dança atuais. O curso é o resultado do cruzamento entre museu, lugar de preservação, a Dança, a arte do movimento e a História da Dança. É um espaço para o exercício do pensamento, para a prática do movimento e para proposições que ampliem as fronteiras da Dança.