Nesse solo de dança, Cora Laszlo pergunta o que o amor move, e como mover com amor. Na busca por inventar soluções imaginárias para problemas tão imaginários quanto reais, a dança se constrói em fluxo de improvisação e redescoberta extrapolando as respostas oficiais. O amor pode ser uma grande gambiarra, uma invenção pessoal, específica e não normativa para seguir em pulso, para alimentar o desejo de sempre seguir rumo a realidades mais amorosas. Gambiarras são soluções não acabadas, em constante processo de transformação no presente e na presença. A cada apresentação a gambiarra é reinventada. É tudo fantasia, e por isso mesmo, é tão concreto.

Mais informações: 

Gambiarra é um solo de dança recém estreiado em Nova York, no Movement Research at

the Judson Church em maio de 2023. O processo criativo partiu da percepção da “gambiarra”

como uma abordagem para enfrentar o desconhecido, que tem em seu cerne a subversividade da desobediência criativa. Eu cresci no Brasil ouvindo essa palavra todos os dias em diferentes

situações: desde quando algo quebrava e as pessoas inventavam uma maneira de consertá-lo até quando algo não seguia os formatos ideais impostos. No desenvolver do processo criativo, ficou claro que os problemas levantados que precisavam das soluções inventivas das gambiarras passavam pelo amor, ou buscavam por realidades mais amorosas. Dessa forma, o motor do solo passou a ser a criação de soluções imaginárias e improvisadas para o amor. O objetivo é abraçar a força de criar soluções quando, aparentemente, nada pode ser feito, mas a inação não é uma opção. O trabalho busca métodos de solução de problemas que acontecem por meio da criatividade, extrapolando o normativo das formas oficiais de solução. Vejo esse solo como uma gambiarra—uma dança que, em sua forma e conteúdo, explora a atenção improvisada exigida para quebrar narrativas normativas.

O processo criativo se baseou na Técnica Klauss Vianna, que se concentra nas possibilidades de trabalhar a presença e a atenção, ouvindo as inter-relações de quem dança e os elementos e pessoas ao redor. O solo inclui movimento, voz, texto e sons como parte da dramaturgia da dança. O trabalho também conta com a uma poesia original criada para o espetáculo pela poeta Nova Yorquina Sadé Powell. 

Ficha Técnica:

Concepção, Criação e Dança: Cora Laszlo

Provocações: Jussara Miller

Criação de Luz e Iluminação: Eduardo Albergaria

Sonoplastia e Cenotécnica: Christian Laszlo

Poesia: sadé pawell

Arte Gráfica: Elis Laszlo

Mini bio: 

Cora Laszlo é  artista de dança, professora e pesquisadora com foco nos estudos da improvisação em dança na sala e na cena. Cora tem graduação e licenciatura em Dança pela UNICAMP, Especialização em Técnica Klauss Vianna pela Puc-SP e mestrado em Performance Studies pela NYU. Desenvolve, desde 2009, processos de criação autoral de solos, além de diversas parcerias e participações em trabalhos de outros artistas, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Em 2018, mudou-se para Nova York e, atualmente, vive em Los Angeles onde cursa o doutorado em Cultures and Performance na UCLA. É autora do livro Outros Caminhos de Dança, lançado pela Editora Summus em 2018.

Informações do evento

Datas e Horários:
31 de agosto de 2023 até 8 de setembro de 2023 20:00 às 21:00 - Quinta-Feira 20:00 às 21:00 - Sexta-Feira

Valor: R$ 21,00 a R$ 56,00

Classificações: 16 anos

Acessibilidade: Com Acessibilidade

Site: https://www.centrodaterra.org.br/cora-laszlo

E-mail: info@centrodaterra.com.br

Formato do Evento: Presencial

Local: Teatro do Centro da Terra

Endereço: Rua Piracuama, 19 - São Paulo / SP - 05017-040

Localização: