Espetáculo ‘Fêmea’ explora a violência doméstica naturalizada contra a mulher.

Dirigida por Carmem Soares, peça da Cia do Despejo investiga o teatro gestual e a dança para refletir sobre a marginalização social feminina.

21 a 25 e 28 a 30 de abril, das 20h às 20h40

40 minutos

Apresentações: 

Dia 21: YouTube de Aline Machado

Dia 22: YouTube de Aline Machado – seguido de conversa

Dia 23: YouTube da Cia do Despejo

Dia 24: YouTube da Cia Enchendo Laje & Soltando Pipa – seguido de conversa

Dia 25: YouTube do Grupo Xingó

Dia 28: Facebook do Coletivo Subversivas – seguido de conversa

Dia 29: Facebook do Madeirite Rosa – seguido de conversa Dia 30: Facebook do Centro Cultural Grajaú

Com o objetivo de refletir sobre o que é ser mulher nos dias de hoje, a Cia do Despejo fez uma ampla pesquisa em teatro gestual e dança para desenvolver o espetáculo “Fêmea”, que ganha exibições online pelo YouTube ou o Facebook de vários grupos e instituições entre os dias 21 e 25 e 28 a 30 de abril, sempre às 20h. Confira o serviço completo abaixo. 

A obra, dirigida por Carmem Soares, é construída a partir dos corpos femininos e suas interações com diversos objetos-símbolo associados à figura da mulher. Essa fisicalidade foi criada por meio do estudo da motricidade de animais usados para adjetivar negativamente as mulheres, como porca, galinha e vaca. As movimentações incorporadas afloram as distorções existentes entre a maneira como são comparadas, vistas, tratadas e seus corpos reais presentes. 

Serviram como influências dramatúrgicas a escritora Carolina Maria de Jesus e sua obra “Quarto de Despejo”; o livro “Presos que menstruam: a brutal vida das mulheres – tratadas como homens – nas prisões brasileiras”, da jornalista Nana Queiroz, e os documentários “Estamira”, de Marcos Prado, e “Meninas”, de Sandra Werneck.  Além de referências autobiográficas da equipe de criação.

Para dar o tom do espetáculo, a música é executada ao vivo e explora sonoridades afro-brasileiras em composições autorais. As potentes vozes femininas se juntam aos instrumentos melódicos e percussivos, como a alfaia, o djembe, o violão e o agogô. Há também a constante exploração de sons de elementos da natureza e dos arquétipos animais, como água, lama, madeira, grunhidos de porcos, sinos de vacas e sonoridades do mangue.

“Nossa pesquisa também contemplou os cantos ancestrais, como o vissungo, que se originou entre os negros escravizados na região de Minas Gerais. Ouvimos muito Clementina de Jesus, que tem um disco unindo diversos cantos vissungos. O grupo Clarianas, que explora os cantos caboclos, foi outra referência – a Naruna Costa até nos cedeu uma canção”, comenta Aline Machado, uma das atrizes-criadoras do trabalho. 

As cenas bastante imagéticas evidenciam as violências sofridas pelas mulheres, o que possibilita a criação de um espaço de acolhimento, potencializado por um bate-papo com o público logo após o espetáculo. Para a temporada virtual, estão programados encontros com os espectadores pelo Zoom nas sessões dos dias 22, 24, 28 e 29.

O cenário e o figurino evidenciam ainda mais a temática. As atrizes vestem bermudas, sutiãs com fecho frontal e corpetes pós-cirúrgicos, em referência aos padrões de beleza impostos pela sociedade. Conforme a peça avança, seus corpos e vestimentas ganham tons de vermelho, simbolizando tanto a violência quanto a emancipação feminina.  

Já o cenário se divide em três espaços: o ambiente doméstico, formado por mobílias como fogão, cadeiras e relógio; o “não-lugar”, que fica vazio e é onde as atrizes encontram seu local de fala; e a área dedicada às musicistas.  

No elenco estão Aline Machado, Carolina Gracindo e Ingrid Alecrim. As musicistas são Aryani Marciano, Beth Sousa e Helena Menezes e o dramaturgista é o Felipe Dias Batista. 

SOBRE CARMEN SOARES – DIREÇÃO

Carmem Soares é moradora do Grajaú, mulher cis, lésbica, periférica. É atriz, diretora, educadora e produtora. E Licenciada e bacharelada em Artes Cênicas pela Faculdade Paulista de Artes e Mestra em Arte Educação pelo Instituto de Artes da UNESP. 

É idealizadora do A Casala Espaço Cultural e do Projeto La Fancha – Casa Restaurante e integrante da Cia Teatral As Truparteiras.

SINOPSE

“Fêmea” é um espetáculo de teatro gestual que apresenta cenas imagéticas. A narrativa é construída através de corpos femininos, da relação da casa com esses corpos e da musicalidade entoada ao vivo.  

As cenas elucidam violências cotidianas a que estão submetidas tantas mulheres em nossa sociedade e investigam quais aspectos são entendidos como determinantes do que é “ser mulher” em nossa cultura. Os elementos postos em cena podem trazer memórias afetivas sob a lente poética que amplia perspectivas possíveis da mulher sobre as situações em que é posta. Aos poucos, as histórias pessoais apresentadas ganham processos emancipatórios possíveis e interdependentes.

FICHA TÉCNICA

Diretora: Carmem Soares

Dramaturgista: Felipe Dias Batista

Atrizes Criadoras: Aline Machado, Carolina Gracindo e Ingrid Alecrim

Musicistas Criadoras: Aryani Marciano, Beth Sousa e Helena Menezes

Sonoplastia: Nina Oliveira

Técnica e Operação de Som: Wayra Arendartchuk

Criadora de Luz: Carolina Gracindo

Iluminação: Dara Duarte

Orientadoras de Corpo: Ana Paula Bouzas e Mariana Arantes

Orientação Musical: Valquíria Rosa

Costureira: Duda Viana

Cenotécnica: Ingrid Oliveira

Cenográfa: Carolina Gracindo

Figurinista e Concepção de Maquiagem: Ingrid Alecrim

Produção: Felipe Dias Batista

Filmagem e edição: Bruta Flor Filmes

Assessoria de Imprensa: Agência Fática

Este projeto foi realizado com recursos da Lei Federal 14.017/2020 – Lei Aldir Blanc, através do Edital PROAC Expresso Lab da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.

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Informações do evento

Datas e Horários:
21 de abril de 2021 até 30 de abril de 2021 20:00 às 20:40 - Domingo 20:00 às 20:40 - Quarta-Feira 20:00 às 20:40 - Quinta-Feira 20:00 às 20:40 - Sexta-Feira 20:00 às 20:40 - Sábado

Entrada Gratuita

Classificações: 14 anos

Acessibilidade: Sem Acessibilidade

Formato do Evento: Presencial

Local: Online

Endereço: Online