Crédito da foto: Olaio Rocha - Inspiração Seis

Espetáculo “Daquilo Que Sou” convida o público a mergulhar em camadas de si

Com apresentações gratuitas no CCSP e no Centro de Referência da Dança, a obra solo de Fernanda Salla convida o público a viver uma experiência sensorial de ruptura, memória e reencontro com a própria essência

A partir de vivências pessoais e coletivas, Fernanda Salla estreia a temporada do espetáculo “Daquilo Que Sou”. A obra convida o público a refletir sobre os impactos sociais sobre a raça e gênero, apagamentos e atravessamentos históricos que moldam (e deformam) as subjetividades. O espetáculo terá apresentações gratuitas nos dias 12 e 13 de julho, no Centro Cultural São Paulo (CCSP), e nos dias 18 e 19 de julho, no Centro de Referência da Dança (CRD),

Concebido como um mergulho profundo nas camadas que constituem o sujeito ao longo da vida, a obra parte de experiências íntimas da artista — que envolvem perdas, maternidade e a busca por autenticidade — para tocar em temas que atravessam muitas pessoas: a desconexão de si, os impactos dos traumas e a possibilidade de resgate. “Quis falar sobre o que nos afasta da nossa essência. E sobre o que acontece quando começamos a tirar essas camadas”, comenta Salla.

De forma íntima e intensa, o espetáculo convida o público a acompanhar uma jornada de rompimento com barreiras invisíveis que, muitas vezes, são construídas em nome da sobrevivência, da aceitação e do pertencimento.

“Essa obra nasceu de uma ruptura pessoal, mas cresceu quando percebi que ela não era só minha. Muita gente carrega essas camadas, essas barreiras invisíveis. Quis criar algo que nos lembrasse que dá para se reencontrar, mesmo depois de tudo desmoronar”, afirma a artista.

A movimentação cênica nasce da pesquisa de expressão corporal e dança contemporânea, mas é atravessada por diferentes vocabulários corporais, como jazz, técnicas de queda, uma pesquisa de giros, espirais e inspirações em danças populares brasileiras. O figurino e o cenário dialogam com a ideia central da obra: tecidos leves, sobrepostos e translúcidos que representam as múltiplas peles da protagonista. Criado por Fernanda e produzido por sua avó Edna Maria, essas camadas são retiradas, revelando não apenas o corpo, mas a potência criativa e simbólica por trás de cada gesto.

Sensações em cena

A estrutura da obra é espiralar, não segue uma linha reta. Assim como a vida, caminha entre luto e reconstrução, dor e encanto, silêncio e movimento. Cada cena carregando um tipo de vibração.

O público experimenta a inquietação de uma busca vigorosa, o vazio de uma perda, o acolhimento das águas, a potência do corpo que dança. Há também momentos de ritual. Como quando a artista cobre a pele com uma pasta dourada — símbolo das riquezas que carrega. Ou quando seus pés batem no chão com força e memória, como quem se reconecta com a terra, memórias e ancestralidade.

A trilha sonora é executada ao vivo. Voz e música funcionam como extensões do corpo da intérprete. O músico em cena é mais que acompanhante: é outro corpo que testemunha e escuta, enquanto lida com suas próprias camadas e feridas. A trilha não é rígida. Respira junto da cena.

Entre as referências teóricas e poéticas que sustentam a criação estão autores como Clarissa Pinkola Estés, Neuza Santos Souza, Gabor Maté, Ediane Ribeiro, Ailton Krenak e Antonio Nego Bispo. Os contos, conceitos e pesquisas desses pensadores contribuem para a construção de uma narrativa não linear, espiralar, onde cura e dor coexistem, tal como na vida.

Além de artista da dança, há quase três décadas, Fernanda Salla também é atriz, contadora de histórias e fundadora do Projeto Imaginança, voltado à criação para as infâncias. Em sua trajetória, integrou companhias como Raça e Anacã, participou de óperas e musicais como “O Guarda-Costas” e “Tarsila, a brasileira”, e assinou obras autorais como “Iná e a Flor Mágica”.

Sinopse do espetáculo

Entre poesia e movimento, em uma dança de rupturas, luto e reencontros, a protagonista se desprende de camadas e camadas criadas para sobreviver neste e a este mundo. Escondida em algum lugar daquele emaranhado de versões dela mesma e crenças alheias sobre o mundo e sobre si, descobre que tudo aquilo não era seu e nem era ela. Assim, a frase “Eu já existia antes de me dizerem quem eu era.” norteia a protagonista num mergulho profundo arrancando camada por camada até sobrar apenas ela mesma.

Teaser:

Teaser – DAQUILO QUE SOU.mp4

Ficha técnica

Concepção, direção e interpretação – Fernanda Salla

Cenografia: Fernanda Salla e Edna Maria

Iluminação: Juliana Jesus

Execução musical: Fábio Leandro e Júlio Lino

Figurino: Fernanda Salla e Edna Maria

Produção Geral: Fernanda Salla

Produção de Campo: Bruna Lopez

Assessoria de Comunicação: Edson Raphael

 

Sobre Fernanda Salla

Fernanda Salla é multiartista, pesquisadora de expressão corporal e teatro físico, atriz, contadora de histórias, arte educadora e, entre outras coisas, produtora e diretora do Projeto Imaginança. Com 29 anos dedicados à dança, a artista desenvolveu sua movimentação no estudo das linguagens de jazz e dança contemporânea e, recebendo também influência de outras linguagens, como danças urbanas. Atuando profissionalmente, desde 2008, integrou companhias e grupos de dança como Companhia Teatro Dança Ivaldo Bertazzo, Raça Cia. de Dança, Anacã Cia. de Dança e Cia. Pé no Mundo. Dentre outros trabalhos, participou dos espetáculos “Quantos nós sou eu” s Ópera “Prism”; performance “Corpo Objeto Humano”, ao lado de Pak Ndjamena e Felipe Cirilo (2020); e do projeto “Como adiar nosso fim”, de Rubens Oliveira, com os espetáculos “Garimpo”, “Subterrâneo” e “Círculo” (2022). Na esfera do teatro musical, esteve em “Sidney Magal – Muito mais que um amante latino” (2022), “O Guarda Costas – O musical” (2023), “Tarsila, a brasileira” (2024) e “Sonhos, Lama e Rock’n Roll” (2024). Em 2022, fundou o Projeto Imaginança, onde desenvolve trabalhos artísticos voltados para as infâncias, com o espetáculo “Iná e a Flor Mágica”, com texto autoral.

 

Serviço:

Espetáculo: Daquilo Que Sou

Duração: 60 min

Classificação: 12 anos

Entrada gratuita

Datas: 12/07 (sáb), 20h e 13/07 (dom), 19h

Local: Centro Cultural São Paulo – CCSP,  Espaço Cênico Ademar Guerra

Endereço: Rua Vergueiro, 1000 – Liberdade

Datas: 18/07 (sex) e 19/07 (sáb), 19h

Local: Centro de Referência da Dança – CRD, Sala Cênica

Endereço: Galeria Formosa Baixos do Viaduto do Chá s/n, Praça Ramos de Azevedo – Centro Histórico de São Paulo

Informações do evento

Datas e Horários:
18 de julho de 2025 até 19 de julho de 2025 19:00 às 20:00 - Sexta-Feira 19:00 às 20:00 - Sábado

Entrada Gratuita

Classificações: 12 anos

Acessibilidade: Sem Acessibilidade

Capacidade de pessoas: 60

Telefone para contato: (11) 99736-3712

Site: https://www.instagram.com/p/DLv8DNLxLsa/?img_index=6&igsh=MWt3djZtMmduazB5dA==

E-mail: [email protected]

Formato do Evento: Presencial

Local: Centro de Referência da Dança - CRD

Endereço: Rua Conselheiro Crispiniano, s/n, Galeria Formosa Baixos do Viaduto do Chá s/n, Praça Ramos de Azevedo - Centro Histórico de São Paulo, São Paulo - SP - São Paulo / SP - 01037-000

Localização: