Curso Presencial: Representações do feminino no filme de dança

O curso propõe analisar por uma perspectiva feminista três filmes-dança produzidos por coreógrafos consagrados da dança contemporânea dos Estados Unidos e da Europa e um documentário produzido no Brasil.

Começando com um clássico da dança moderna estadunidense e terminando com um filme feito e protagonizado por mulheres brasileiras, pretendemos discutir e movimentar as problemáticas relacionadas às visões do corpo e da subjetividade feminina que essas quatro obras condensam.

Analisaremos também relações de poder que ecoam nessas obras e como essas relações revelam questões relativas à organização estrutural das companhias estudadas.

Nosso percurso avançará desde a década de 1960 até a contemporaneidade, buscando detectar as mudanças, conquistas e entraves no modo como a mulher se apresenta/representa e/ou é apresentada/representada nas produções de dança da cena ocidental.

Programa

14/9 – Invertendo o ponto de vista clássico

Night Journey (1947) é uma das mais famosas coreografias de Martha Graham e reconta a famosa história de Édipo Rei. A coreógrafa, entretanto, inverteu o ponto de vista da clássica tragédia de Sófocles: na dança, Jocasta é quem nos apresenta a história, suas memórias e suas dores nos momentos que antecedem seu suicídio. Em 1960, a obra foi filmada pelo diretor Alexander Hammid em uma das primeiras produções de dança moderna para a TV estadunidense. A partir desse filme clássico, discutiremos o papel inovador e combativo das mulheres na dança moderna dos EUA.

21/9 – O olhar invasivo

Em 1983, Anne Teresa de Keersmaeker criou uma coreografia que causou furor internacional. Rosas danst Rosas é considerada um marco pós-moderno e foi a primeira obra que a coreógrafa belga criou para sua companhia recém fundada. Em 1997, o músico e cineasta Thierry De Mey filmou uma versão mais curta dessa dança no prédio de uma antiga escola em Leuven. O filme, internacionalmente premiado, condensa toda a força da coreografia e do elenco feminino de Rosas em uma dança repetitiva e intensa, na qual a individualidade e a sensualidade escapam por pequenas frestas.

28/9 – Feminismo masculino?

Blush – verbo em inglês para enrubescer – é o nome do filme de Wim Vandekeybus criado em 2004 a partir de coreografia homônima de 2002. O coreógrafo belga criou nessa versão do mito de Orfeu e Eurídice uma dança radical, violenta e desconcertante. A partir desse filme premiado e provocador, vamos discutir o casamento heterossexual, a estrutura patriarcal e as formas de representação e agência das mulheres na dança contemporânea criada por coreógrafos homens.

5/10 – A bailarina na periferia do capitalismo

Nossa discussão chegará à realidade brasileira a partir de um documentário chamado Bel (2015), da diretora brasileira Marília Albornoz. O filme acompanha a produção de uma coreografia do francês Jérôme Bel no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Em cena, a veterana Isabel Torres prepara-se para seu  primeiro solo, construído a partir de sua história como bailarina de corpo de baile, mas os materiais e as situações vão aos poucos revelando também as estruturas de poder e o modo de funcionamento da mais antiga companhia estável de balé do Brasil. A coreografia é, na verdade, uma reelaboração de um solo criado em 2004 para Véronique Doisneau, bailarina do Ópera de Paris, e a comparação entre os filmes produzidos a partir dos dois solos é reveladora. Desta forma, terminaremos nosso curso discutindo a permanência e as possibilidades de renovação das formas de poder e opressão que existem ainda hoje no mundo da dança cênica no centro e na periferia do capitalismo.

Recomendamos o uso de máscara cobrindo nariz e boca.

Se você necessita de recursos de acessibilidade, como tradução em Libras, solicite pelo e-mail centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br, após a conclusão e efetivação do pagamento da sua inscrição, com até 48 horas de antecedência do início da atividade.

As inscrições podem ser feitas a partir das 14h do dia 26/8 no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc ou presencialmente em qualquer unidade do Sesc São Paulo. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição. O cadastro é pessoal e intransferível.

O pagamento pode ser feito através do cartão de crédito, débito ou em dinheiro. Trabalhamos com as bandeiras Visa, Mastercard, Elo e Hipercard.

** Ao término do curso, você poderá solicitar sua declaração de participação pelo e-mail declaracao.cpf@sescsp.org.br

A declaração será encaminhada em até 30 dias

*** Havendo ainda disponibilidade de vagas para os cursos presenciais, as inscrições poderão ser feitas no dia do curso no Centro de Pesquisa e Formação.

O cancelamento poderá ser realizado com até 48 horas antes do início da atividade, por email: centrodepesquisa.cpf@sescsp.org.br

(Foto: Martha Graham – Flickr Public.Resource.Org – Domínio Público)

Inscrições a partir das 14h do dia 26/8, até o dia 13/9. Enquanto houver vagas.

Palestrante: Jane Oliveira

Professora, bailarina amadora e pesquisadora em dança. Doutora pela FFLCH-USP, com a tese “Martha Graham na linha de frente do movimento progressista” selecionada para publicação na série de e-books da editora ANDA (Associação Nacional de Pesquisadores da Dança).

Valores:

R$ 15,00 – credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 – pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 – inteira

Informações do evento

Datas e Horários:
14 de setembro de 2022 até 5 de outubro de 2022 19:00 às 21:00 - Quarta-Feira

Entrada Gratuita

Classificações: livre

Acessibilidade: Com Acessibilidade

Site: https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/representacoes-do-feminino-no-filme-de-danca

E-mail: janeoliveirajane@gmail.com

Formato do Evento: Presencial

Local: Centro de Pesquisa e Formação Sesc (Sesc CPF)

Endereço: Rua Doutor Plínio Barreto, 285, 4º andar - São Paulo / SP - 01313-020

Localização: