No fim do século passado, Nova York ficou conhecida como a cidade que nunca dorme. Hoje, esse apelido poderia se aplicar a qualquer metrópole do mundo. A cidade nunca para. Quem mora em São Paulo se depara diuturnamente com a inflexibilidade de prazos, congestionamentos, ansiedade e voracidade.
É comum para habitantes metropolitanos o desejo de reconexão com a natureza como contraponto ao caos urbano, mas mesmo a natureza tem seus fluxos também contínuos, como a seiva das plantas e, principalmente, os rios, veios, mares. A água nunca para de correr. Nosso sangue também, enquanto estivermos vivos, circulará. Somos 70% água e esse é nosso rio. Nada para. O tempo nunca para de correr. O fluxo nunca para.
Correnteza é um fluxo de água que corre forte e contínuo. Como as vias da metrópole paulistana, suas ruas e avenidas largas. Como nossas veias. Vale frisar que São Paulo possui mais de 600 cursos d’água até pouco tempo completamente desconhecidos, como afirma o geógrafo e ativista Luiz de Campos que, em parceria com o arquiteto e também ativista José Bueno, criou o movimento Rios & Ruas. Esses fluxos de água encontraram espaço e, mesmo soterrados pelo asfalto, nunca pararam de correr.
Estabelecendo uma narrativa visual sobre essa síntese entre os fluxos da natureza, da vida humana e da metrópole, o projeto CORRENTEZA transforma o prédio de Lina Bo Bardi em rio, veia, avenida e também, por que não, prédio. O espetáculo usa a verticalidade do edifício para converter concreto em corrente líquida e artistas aéreos em seres que não param. Com isso, levanta-se a reflexão: quais fluxos nos levam sem que nem percebamos?
Essa proposição só é possível unindo várias linguagens. CORRENTEZA é um projeto híbrido de performance vertical, confluindo as linguagens da dança vertical – que por si só já é uma sobreposição da dança com a técnica do rapel – com o videomapping, a arquitetura urbana e a poesia. As coreografias são executadas fora do palco e fora do plano horizontal. A técnica vertical permite deslocar o palco do artista e, consequentemente, o ângulo do espectador, gerando estranhamento e fascínio: corpos flutuantes descendo ininterruptamente um prédio que já é em si um símbolo icônico da metrópole.
SINOPSE
Correnteza é um fluxo que corre forte e contínuo. Nos rios, veios, mares. Na seiva das plantas. Nas ruas e avenidas da metrópole. No nosso sangue, enquanto estivermos vivos. Nada para. O tempo nunca para de correr. O fluxo nunca para. Estabelecendo uma narrativa visual sobre essa síntese entre os fluxos da natureza, da vida humana e da metrópole, o projeto CORRENTEZA utiliza a verticalidade para converter concreto em corrente líquida e artistas aéreos em seres que não param. Com isso, levanta-se a reflexão: quais fluxos nos levam sem que nem percebamos?
CORRENTEZA
Concepção e direção: Kiko Rieser
Coreografia: Lauanda Varone e Paula Spinelli
Artistas verticais: Gabriela Bagno, Julia Foti, Lauanda Varone, Paola Higa, Paula Spinelli e Rodolfo Ruscheinsky
Direção de imagem e videomapping: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo)
Figurino: Cássio Brasil
Iluminação: Rodrigo Palmieri
Música original: Mau Machado
Visagismo: Eliseu Cabral
Informações do evento
Datas e Horários:
18 de julho de 2024
até 19 de julho de 2024
18:30 às 19:00 -
Quinta-Feira
20:00 às 20:30 -
Quinta-Feira
18:30 às 19:00 -
Sexta-Feira
20:00 às 20:30 -
Sexta-Feira
Entrada Gratuita
Classificações: livre
Acessibilidade: Com Acessibilidade
Formato do Evento: Presencial
Local: Sesc Pompeia
Endereço: Rua Clélia, 93, até 1699/1700 - São Paulo / SP - 05042-000
Localização: