FID 2021 – CORPOS URGENTES – MOSTRA VIRTUAL
Quando: A partir de 26 de novembro, no linktr.ee/fid_bra e https://www.youtube.com/user/fidbrasil
FID 2021 – CORPOS URGENTES – DEBATES
Quando: Dias 11 e 12 de dezembro, das 14h às 16h30, no linktr.ee/fid_bra
Inscrições: linktr.ee/fid_bra
Online | Gratuito
FID 2021 – CORPOS URGENTES APRESENTA MOSTRA VIRTUAL E DEBATES SOBRE A PRODUÇÃO ARTÍSTICA DE 13 GRUPOS DE DANÇA DO PAÍS
Edição, que celebra os 26 anos do Fórum Internacional de Dança, começa no dia 26 de novembro com a exibição das obras de forma online e segue em dezembro com a reflexão sobre os trabalhos apresentados
Entre os dias 26 de novembro e 12 de dezembro acontecem as ações do Fórum Internacional de Dança (FID) 2021 – Corpos Urgentes, questão trazida à tona em toda a concepção desta edição, que celebra os 26 anos de atividades ininterruptas do FID. Nesta edição, a primeira etapa acontece com a apresentação das pesquisas em dança de treze (13) artistas/coletivos em uma mostra virtual. Na sequência, nos dias 11 e 12 de dezembro, serão realizados dois dias de debates com a participação de mediadores convidados escolhidos por desenvolverem atividades de curadoria, ensino, criação e pesquisa.
Criado em 1996, o FID promoveu, de maneira articulada e permanente, circulação, distribuição, fomento, exposições, espetáculos, publicação, edição e lançamentos de livros, debates, oficinas, programa de bolsas, mostras, laboratórios, palestras, inclusão social, reflexão sociocultural, além de criar um espaço privilegiado de pensamento e de intercâmbio de ideias e repertórios.
Corpos Urgentes traz à tona questões que permeiam toda a cadeia de produção em dança, passando pela deterioração das condições de criação, a desigualdade de oportunidades em diferentes regiões do país e o apagamento de corpos (e pensamentos) que não correspondam a padrões hegemônicos. “Os Corpos Urgentes são os artistas que enfrentam os desafios da deterioração do controle da sua própria área de trabalho, eles são sempre a primeira opção para desacelerar os gastos quando se pensa em sociedade e regiões. Como explicar a urgência dos editais? Por que nunca houve essa equidade nas diferentes regiões? O FID, em seus 26 anos, sempre forneceu as ferramentas para furar e gerar intervenções positivas que atendam às necessidades mínimas de qualquer artista, pesquisadores e o público”, explica Caroline Silas, que assina a curadoria ao lado de Adriana Banana.
Devido a todo o contexto da crise sanitária da Covid 19, a mostra de espetáculos acontece de forma virtual. Treze grupos artísticos de todo o país compartilham com o público suas criações, sendo sete (7) da região Norte, quatro (4) de Minas Gerais, 1 do Nordeste e 1 do Centro-Oeste. O recorte territorial, que privilegia o encontro com obras geradas principalmente na região Norte do país, vai ao encontro do histórico do FID de busca pela pluriversalidade de movimentos, danças e conhecimentos, colaborando para mostrar a produção de dança feita nas diversas regiões desse corpo enorme chamado Brasil.
Segundo Caroline, essa escolha diz respeito “sobre o quão não é mais tolerável o apagamento, sobre como o silêncio não pode ser o protagonista dessas regiões. Os artistas das regiões do Norte se conectam entre eles e essa raiz é invisível para o restante do país”. E continua: “A circulação desses artistas é quase inexistente fora do seu eixo natural, ou seja, onde estão se alimentando as oportunidades. É, assim, que se estabelecem, então, as relações desiguais. O empenho consome a vida de muitos artistas dessas regiões que jamais irão cruzar as margens do setor público e privado”, enfatiza.
Do Norte do país, se apresentam Yara Costa/Índios.Com Cia de Dança (Urucurituba – Manaus/Amazonas), Nóis de Casa/Valeska Alvim (Rio Branco/Acre), Cia de Dança Uatê/Mara Pacheco (Manaus/Amazonas), Coletive UMDENÓS (Belém/Pará), Cia. Casa Circo (Macapá/Amapá) e Gaia Núcleo Artístico (Porto Velho/ Rondônia) e Lamira Artes Cênicas (Palmas/Tocantins). Do Centro-Oeste, se apresenta Carol Barreiro (Brasília/DF). Integram ainda a programação Iara Sales e Tonlin Cheng (Olinda/Pernambuco). E, de Minas, Coletivo Nomeiodeparacom (Esmeraldas/BH), Hibridus Dança (Ipatinga), Christina Fornaciari (Viçosa) e Grupo Ditarso Dança (Montes Claros) apresentam suas criações.
“Os trabalhos são todos pensados muito sobre crescimento e decadência, a interação entre os dois, a maneira como todo crescimento requer regeneração, que por sua vez requer um derramamento, uma reconstituição de material antigo, uma foto de infância tirada em uma terra que já não existe mais. São trabalhos prontos que dialogam com a insistência sobre si mesmo, sobre lidar com não planejamento econômico nacional, que não é apenas ideológico, ele é taxativo e cruel. Existe amor nas regiões escolhidas, tradições, modos de viver, existe um compromisso histórico, e esses trabalhos nos convidam – de forma muito contrária às práticas do restante do país – para uma conversa sobre o que é mais importante agora”, contextualiza Caroline.
Segundo Adriana Banana, coordenadora e curadora do FID, esta edição é também uma oportunidade para conhecer contribuições da dança feita na região Norte do Brasil.
“Possuem entendimento e compromisso com o propósito de fazer dança como força de vida, como forma de mover a própria existência. O compartilhamento comunitário com a dança, cruza o ir até as pessoas, como na obra do Coletive Umdenós (Pará) na qual o público vê, de seus barcos, a dança acontecendo em um trapiche na ilha do Combu, região turística de Belém. Também colaboram com a produção de dança que entende que corpo e ambiente se codefinem. E, rompendo com a hegemonia da tradicional sala de dança, de piso liso e enquadrada, da caixa preta cênica, do palco feito em perspectiva, a Cia de Dança Uatê/ Mara Pacheco (Amazonas) produz uma dança no quintal que é sede do grupo”, exemplifica.
E prossegue: “É curioso que alguns temas e questões perpassam todos os trabalhos: água, mulher, natalidade e destruição, começo e fim, e ritos de passagem. Andréa Melo, da Gaia Núcleo Artístico de Rondônia, me disse sobre a dança feita por mulheres do Norte, que é feita a cortes de facão, a mesma que abre caminhos e respiros para quem dá à luz e visa outras realidades”, relata Adriana.
Além da mostra virtual, que poderá ser acessada pelo público a partir do dia 26 de novembro, pela plataforma virtual YouTube, serão realizados dois dias de debates acerca das obras apresentadas, com a participação de seis mediadores convidados que visam dinamizar a conversa e enriquecer a fruição do público leigo e especializado.
Os mediadores foram escolhidos por serem multiplicadores culturais, devendo divulgar a dança de Minas Gerais e do Brasil em ambientes de ensino e pesquisa, destacando o convidado do continente africano, de país de língua portuguesa, Quito Tembe, de Moçambique.
Os debates acontecem nos dias 11 (sábado) e 12 (domingo) de dezembro, das 14h às 16h30. E, assim como em edições anteriores, esses encontros reflexivos ampliam o pensamento do FID acerca das possibilidades da dança como forma de pensamento e produção de conhecimento. “A dança não pode ser vista apenas no palco. Existe uma discussão que deve ser mais naturalizada, a fala do artista, pois suas pesquisas ficam restritas ao momento da apresentação das obras artísticas, que compactam processos temporais muito maiores. Esse momento das conversas é fundamental para a formação de público, para que compreenda que aqueles minutos no palco levaram anos, décadas para acontecerem”, avalia a curadora.
Os encontros dos dias 11 e 12 de dezembro serão exibidos através do canal youtube e zoom e a participação é gratuita. A participação pelo zoom garantirá o recebimento de certificado de participação emitido pelo FID junto com a Faculdade Angel Viana (RJ), sua nova parceira em desenvolvimento de ações educativas e formativas. Limitada em 50 (cinquenta) vagas gratuitas garantidas por ordem de inscrição, feitas até o dia 10 de dezembro (sexta-feira). Link de inscrição: linktr.ee/fid_bra
SOBRE O FÓRUM INTERNACIONAL DE DANÇA – FID
A primeira edição do Fórum Internacional de Dança (FID) aconteceu em 1996 e teve sua realização na cidade de São Paulo, com patrocínio do SESC São Paulo; e em Belo Horizonte com patrocínios da FIEMG e SESI Nacional. O projeto promove a circulação, distribuição e fomento de espetáculos por meio de coproduções; exposições; edição, publicação e lançamento de livros e catálogos de textos críticos; fóruns de discussão; oficinas; programa de bolsas de pesquisa e laboratórios; palestras, inclusão social e reflexão sociocultural.
As ações do FID contam com a presença de renomados diretores e bailarinos, com isso, criando um espaço privilegiado de pensamento e intercâmbio de ideias e práticas em dança, e acabam por mobilizar e alavancar uma série de profissionais e públicos. Sua principal motivação de existência é a disseminação da dança como campo do conhecimento e a promoção de debates relacionados ao universo da dança e do corpo em suas mais variadas conexões, com caráter multidisciplinar.
A proposta central do FID é dar continuidade ao desenvolvimento de relacionamentos, redes de cooperação entre artistas, grupos, programadores, gestores privados e públicos, enfim, todos que possuam algum envolvimento ou possam contribuir para a cadeia produtiva da dança.
SOBRE ADRIANA BANANA
Coordenação Geral, Curadoria
É doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da USP – Universidade de São Paulo, Mestre em Dança (UFBA) e Bacharel em Filosofia (UFMG). Especialização expedida pela CAPES – MEC pelos estudos na Trisha Brown Dance Company (NY-EUA) através de Bolsas APartes (CAPES- MEC). Especialização em Neurociências da Aprendizagem (Uninove, 2018-2019).
Atua como artista cênica desde 1988, tendo participado em mais de 20 espetáculos de dança como dançarina, coreógrafa, diretora, compositora da trilha sonora, provocadora, projeto cenográfico, preparadora corporal, etc. É fundadora e diretora artística do grupo Clube Ur=H0r (BH/MG) em 1997. Trabalhou com , Marcelo Gabriel/ Cia de Dança Burra, Leela Grupo Teatral, Grupo de Teatro Armatrux, Toni Cots, Shussaku Takeuchi e Alain Platel/ Les Ballets C. de la B..
Como coreógrafa recebeu diversos Prêmios como: APCA 2011 – Associação Paulista de Críticos de Arte – SP 2011; Bolsas Vitae de Artes 2000; Itaú Rumos Dança 2003/2004, 2009/2010; e, do Governo do Estado de Minas Gerais, a Medalha da Inconfidência (2005).
SOBRE CAROLINE SILAS
Coordenação de Comunicação e Curadoria
Coordenadora e curadora do FID – Fórum Internacional de Dança desde 2014. Está cursando uma pós-graduação em Marketing com ênfase em consumer pela Universidade Nove de Julho e Letras Inglês (UNINOVE/SP). Formada em Letras/Espanhol (UNAMA/PA) e Comércio Exterior (UNINOVE/SP), é especialista em Política Internacional e Gender Equality (UFSCAR/SP) e Migração Internacional (ESDPU/SP). Trabalhou no Ministério Público do Trabalho como Assistente do Delegado Regional do Estado do Pará. Foi assistente de Comunicação e Departamento Pessoal do Correios (PA) e no Unibanco (SP-SP) trabalhou na ouvidoria e no administrativo-jurídico.
Publicou livros de poesia, diversas antologias de prosas, contos e dramaturgia, premiadas em outros projetos de fotografia, vídeo no âmbito internacional e nacional.
Informações do evento
Datas e Horários:
30 de novembro de 2021
14:00 às 16:30 -
Domingo
14:00 às 16:30 -
Sábado
Entrada Gratuita
Classificações: livre
Acessibilidade: Sem Acessibilidade
Site: https://linktr.ee/fid_bra
Formato do Evento: Presencial
Local: Online
Endereço: Online