Sinopse
Em Corpo Crustáceo, o movimento perene de transformação da matéria-corpo brota do repouso e do acolhimento. Da inação, provêm micro movimentos na escuta de um corpo sensível vivente, a partir da relação com 500 quilos de pedras, tensionando e esculpindo uma dilatação temporal. Sons hiper-realistas, texturas e ruídos se misturam, criando camadas e atmosferas específicas para este ambiente de novas descobertas.
Instalação performativa de dança contemporânea, a criação tem como mote poético a investigação em sítios urbanos de demolição residencial, lugares que sofrem especulação imobiliária, e espaços de preservação ambiental. É um estudo sobre a imaginação das forças de um corpo em devir.
“É facilmente compreensível que os homens adorem as pedras. Não é a pedra. É o mistério da terra, poderosa e pré-humana, que mostra sua força.” Gaston Bachelard
Release
Corpo Crustáceo é uma instalação performativa de dança contemporânea influenciada pela pesquisa motora e conceitual sobre as forças que instituem a valoração da terra nas cidades. Dançarina, figurino, objetos, luz, música feita ao vivo conduzem uma sucessão de paisagens sensoriais. A relação de retroalimentação entre as matérias inorgânicas e orgânicas são tensionadas através da dilatação do tempo com a intencionalidade de criar múltiplas nuances de reflexão sobre aspectos de intersecção do humano e da Terra.
Advindo de uma pesquisa de corporalidade e estados de presença realizada pelo Coletivo Ruínas em sítios urbanos de demolição residencial e re-significada por experiências de dança em lugares de natureza, como rios e áreas verdes preservadas. “Corpo Crustáceo” busca refletir sobre a relação intrínseca entre o corpo e o ambiente em que habita, tomando “a casca”, “a crusta” o contorno do corpo como disparador imediato de relação com meio.
Este trabalho se apoia em práticas corporais de Do-ho, que é uma técnica de movimento que busca, a partir do movimento sensível do corpo, compreender os princípios de kata (postura) contido na cultura tradicional japonesa.
Ficha Técnica
Concepção: Coletivo Ruínas
Dança e Coordenação Artística: Michele Carolina
Provocação Cênica: Luah Guimarãez
Desenho de som: Jovem Palerosi
Assistente de Criação Cênica: Vitória Savini
Iluminação: Hernandes de Oliveira e Thiago Capella
Preparação Corporal: Toshi Tanaka
Cenografia: Rogério Marcondes
Figurino: Rogério Romualdo
Registro em foto: Flavie e Inês Bonduki
Registro em vídeo: Gideoni Júnior
Edição: Rafael Frazão
Produção: Júnior Cecon e Josie Berezin
Assistente de produção: Raissa Bagano
Redes Sociais: Portal MUD
Assessoria de imprensa: Nossa senhora da pauta
Designer Gráfico: Gustavo Domingues e Hernandes de Oliveira
Coletivo Ruínas
O Coletivo Ruínas existe desde 2014, como um coletivo artístico temporário de investigação, pesquisa e criação transdisciplinar entre as linguagens da dança contemporânea, do teatro, do audiovisual expandido, da fotografia, da música, do figurino e da iluminação.
Nos reunimos pelo assombro e pela atração que nos geram os sítios de demolição de casas para construção de altos edifícios e condomínios, fundamentalmente em bairros residenciais da cidade de São Paulo, não só pelo fenômeno da voracidade com que máquinas põem casas abaixo, mas por mudar radicalmente a natureza dos lugares. Nos interessa como os processos de especulação imobiliária e desestatização coreografam o cotidiano e afetam os corpos.
Este motivo fez com que começássemos a criar modos e meios de nos relacionarmos poeticamente com determinadas topologias urbanas e a refletir, ética e politicamente, por meio de criações artísticas (Intervenções Urbanas, Instalações, Performances, Videodanças, Experimentos Cênicos e Peças) o modo como percebemos os processos de transformação em tempo real e as contribuições que a ação direta do corpo nos lugares agrega às discussões sobre este atual fenômeno.
A interlocução com a topologia movente dos sítios de demolição e construção de edifícios residenciais, a metamorfose do ambiente lar e a remodelagem dos corpos e dos modos de vida, nos coloca frente ao modo com que a espécie humana está ocupando a Terra. Quanta floresta tem em um edifício?
No entendimento de que somos natureza, a pesquisa corporal se apoia nas práticas de matrizes japonesa, Do-ho, e chinesa, Tai Chi Chaun Dao Yin. No campo teórico, nos interessamos por conceitos sobre Ecologia, Ecofeminismos, Antropoceno, Filosofia, Direitos Humanos e a Terra como ser de direitos.
Trabalho contemplado nas 29ª e 34ª edições do edital de fomento à dança para a cidade de São Paulo.
Informações do evento
Datas e Horários:
26 de setembro de 2024
até 28 de setembro de 2024
20:00 às 20:40 -
Quinta-Feira
20:00 às 20:40 -
Sexta-Feira
16:00 às 16:40 -
Sábado
Entrada Gratuita
Classificações: livre
Acessibilidade: Sem Acessibilidade
Formato do Evento: Presencial
Local: Edifício Oswald de Andrade
Endereço: Rua Três Rios, 363 - São Paulo / SP