O Projeto de Pesquisa Artística e Extensão “Conferências Dançantes – movidas pela interculturalidade crítica” é uma iniciativa do Coletivo Areia: pesquisa artística e criação em/com dança, coordenado pela artista e professora Emyle Daltro e vinculado aos Cursos de Graduação (Bacharelado e Licenciatura) em Dança do Instituto de Cultura e Arte (ICA) da Universidade Federal do Ceará (UFC). O projeto será realizado, neste ano de 2022, de abril a novembro e já conta com a confirmação de vários/as conferencistas convidades, tais como Pedra Silva, artista multilingue, pesquisadore e arte-educadore da ancestralidade; Catherine Furtado, musicista, professora e pesquisadora que enfatiza as práticas percussivas colaborativas; Bruno de Jesus, artista negro da dança, nascido em Salvador, Bahia, bailarino, coreógrafo, educador, curador e pesquisador em dança; Klevia Cardoso, presidenta do Grupo Coco de Praia do Iguape do Mestre Chico Casueira. Coquista, boca de roda, arte educadora, articuladora e mobilizadora de eventos e grupos culturais na comunidade do Iguape, Ceará; Auritha Tabajara, escritora, poeta e contadora de histórias, conhecida por ser a primeira cordelista indígena do Brasil e Cecília Calaça, doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará, pesquisadora da arte afrocentrada e artista visual.
A primeira conferência será realizada no Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno (Benfica) e terá Pedra Silva como conferencista, com o tema Práticas de uma Atuação Ma’kum[b(eira)], no dia 26 de abril de 2022 (terça-feira), das 16 às 18 horas, compondo a programação do Seminário dança_educação, dos cursos de Graduação em Dança da UFC.
Pedra Silva é uma travesti em retomada ancestral identitária, macumbeira, artista multilingue, arteeducadora e pesquisadora das encruzilhadas. Trabalhadora da corrente espiritual do culto de Omolokô no Abassá de Omolu e Ilê Iansã. Transita entre as artes da corpa e as sensitividades performáticas, o estudo das aparições transancestrais e o processo de expansão espiralar da memória na presença em migração. Guia de Travessia do Percurso Básico de Teatro Negro (PBTN). Brincante do Boi Canarinho. Coordenadora da Res. Art. Memórias Negre-Natives em parceria com o Ateliê Casa Mata. Graduanda do curso Licenciatura em Teatro do Instituto Federal do Ceará e integrante da Coletiva NEGRADA, plataforma ancestral de performatividades negres e natives.
As conferências dançantes serão realizadas uma vez por mês, sempre na última terça-feira de cada mês, em formato presencial e serão transmitidas simultaneamente de modo virtual, para que pessoas interessadas, mas impossibilitadas de estar no local, possam participar remotamente. É obrigatório o uso de máscara e apresentação do cartão de vacina com três (03) doses. Declarações serão emitidas para quem participar. As inscrições para participantes são gratuitas e voltadas a estudantes de dança e de outras linguagens artísticas, artistas (de diferentes pertencimentos étnicos), brincantes, professores/as, pesquisadores/as de diferentes áreas e público interessado.
Compreendemos como “conferência dançante” a apresentação realizada por uma pessoa ou grupo – o/a/e conferencista – em que o público é convidado a intervir livremente nesta apresentação com movimentos, gestos, sons, falas, tornando a conferência um processo de composição coletiva, uma vez que o público improvisa a partir de como é afetado pela fala do/a/e conferencista, mas a própria fala do/a/e conferencista é modificada pelas intervenções do público. Corriqueiramente, entendemos conferências como reuniões de pessoas em que as palavras faladas e escritas demandam uma compreensão e raciocínio lógico circunscritos em uma racionalidade eurocentrada. Quando acrescentamos o termo dançante à ideia de conferência, propomos que os assuntos discutidos nessas reuniões nos convidem a dançar, instaurando a produção de discurso tecido com modos diversos de improvisar. Artistas e pesquisadores que atuam dentro e fora de universidades foram convidadas/os/es a atuarem como conferencistas, possibilitando experimentações artísticas coletivas movidas pela “interculturalidade crítica” (WALSH, 2009). Para Catherine Walsh, a interculturalidade crítica tem um significado fortemente ligado a um projeto social, cultural, educacional, político, ético e epistêmico em direção à decolonialidade que pode nos conduzir a um mundo mais justo. Nesse sentido, trabalha na construção de um pensamento crítico “outro” que parte das experiências e histórias marcadas pela colonialidade e que recusam a universalidade abstrata.
Ficha Técnica:
Planejamento e coordenação do projeto: Emyle Daltro Pellegrim
Produtor executivo: Jota Júnior Santos
Integrantes/pesquisadores do Coletivo Areia e da equipe de produção do projeto: Antonio Layton Souza, Maia Catherine Furtado dos Santos, Érica Evangelista Ribeiro Vieira, Francisco Rubéns Lopes dos Santos, Iury Natasha Vieira de Oliveira, Juliane Gonçalves Queiroz
Técnicos de audiovisual: Antonio Alencar Sobrinho Junior, David Francisco Rocha Leão, Gracielly Dias de Moura
Design gráfico: Lucas Campos
Fotógrafo: Iago Barreto
Edição de vídeo: a definir
Intérprete de Libras: a definir
Informações do evento
Datas e Horários:
26 de abril de 2022
16:00 às 18:00 -
Terça-Feira
Entrada Gratuita
Classificações: livre
Acessibilidade: Com Acessibilidade
Capacidade de pessoas: 30
Site: https://bit.ly/conferencia-pedra-silva
E-mail: coletivoareia.danca@gmail.com
Formato do Evento: Presencial
Local: Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno
Endereço: Av. da Universidade, 2210 - Fortaleza / CE