Estreia dia 1º de julho, às 20 horas.

De 1º a 10 de julho. Temporada – De quinta a sábado, às 20horas

Espetáculo gravado.

Acesso pelo Zoom: https://us02web.zoom.us/j/85302361227

Duração – 50 minutos. Recomendado para maiores de 18 anos.

EM BREVE, TATIANA GUIMARÃES REVIVE A HISTÓRIA 

DA VÓ EM CONTRAPONTO COM MOMENTO POLÍTICO DO PAÍS 

Com fortes traços autobiográficos, trabalho faz um paralelo da morte da avó de Tatiana e o retrocesso do cenário político que acaba refletindo muito na vida das pessoas, principalmente das mulheres 

Em 2018, a bailarina Tatiana Guimarães perdeu sua avó. Também em 2018, o Brasil viu a ascensão de um governo autoritário e seus apoiadores saindo das trevas. Recuperando sua memória afetiva, Tatiana viu como a história de sua família se confundia com os momentos de altos e baixos que a política nacional já passou e resolveu com isso criar o solo Breve, criado pelo núcleo Micromovimentos Dança&Cinema que estreia online no próximo dia 1º de julho, às 20 horas, pelo Zoom (link disponível no serviço) . 

O espetáculo, assim como os outros trabalhos de Tatiana com o núcleo Micromovimentos Dança&Cinema, fazem uma relação entre o cinema e a dança. Em cena, a movimentação de Tatiana se dá por meio da relação com objetos; no caso de Breve, eles são três grandes escadas usadas comumente em construção. 

Por meio de processos autobiográficos, Tatiana Guimarães busca reverberar as crises, ruídos e tensões que atravessam seu próprio corpo, buscando um diálogo com temas urgentes como o lugar de fala. O solo Breve surgiu da criação de sinopses cinematográficas documentais, dando continuidade à pesquisa da artista que trafega nas relações entre o cinema e a dança. 

“Apesar de ter trabalhado muito com dança, minha relação com a imagem e o vídeo sempre foi muito forte. Nesse trabalho, até pelo formato que a pandemia nos obriga a seguir, isso se intensifica e pude experimentar mais a relação entre as duas linguagens”, explica a bailarina. 

Autobiografia política 

A inspiração de Breve veio quando a avó de Tatiana ainda estava doente. Ao acompanhá-la no hospital e ver as notícias sobre as eleições de 2018, percebendo todos os retrocessos que estavam em curso em paralelo à ascensão de um grupo político autoritário e retrógrado, Tatiana disse ter a sensação de estar adentrando um portal, que dava acesso para o passado. E esse portal para o passado sempre passava pelo feminino e suas forças. 

Breve parte do pressuposto de que a ascensão do autoritarismo no Brasil e no mundo tem profundos traços patriarcais e traz como pano de fundo a perspectiva de um atentado ao feminino que é cíclico na história da humanidade, como na Caça às Bruxas, que ocorreu entre os séculos XVI e XVIII. Traçando um paralelo entre a história de vida e morte da avó de Tatiana Guimarães e a situação macropolítica brasileira, o trabalho reflete dualismos como vida e morte, feminino e masculino, democracia e autoritarismo, que estão em contínuo confronto e que se desestabilizam de forma irruptiva de tempos em tempos, como é o caso de agora. 

Foi assim que ela passou a recuperar a história da sua família. “Tenho lembranças do envolvimento da minha mãe e meus tios no processo de redemocratização do país, algo que está sendo ameaçado agora. Na minha memória, também tenho muito forte o poder do feminino, que vem sendo ameaçado também com esse novo cenário político. 2018 me mostrou como a vida poder ser cíclica e que nossas conquistas precisam ser defendidas constantemente. E vi também que minhas experiências biográficas se confundiam com o cenário político nacional das últimas décadas”, afirma a bailarina. 

Além da sua movimentação em cena, Tatiana traz também uma série de vídeos de alguns importantes momentos políticos brasileiros, alternados com entrevistas de mulheres da sua família ou imagens em vídeo de momentos familiares. 

Ficha Técnica: 

Direção e performance: Tatiana Guimarães 

Direção audiovisual: Andrea Mendonça 

Desenho de luz: Lucia Chedieck 

Desenho sonoro: Daniel Conti 

Texto: Silvia Federici 

Produção: Iolanda Sinatra 

Sobre Tatiana Guimarães 

Graduada em cinema, Tatiana Guimarães trabalhou com reconhecidos artistas da dança de SP, como Sandro Borelli, Miriam Druwe e João Andreazzi e com diretores de teatro e cinema, como João Miguel, Guilherme Leme e Cristiane Paoli Quito. Desenvolveu vídeocenários para o Núcleo de Dança e Performance Marcos Sobrinho, para a Cia Druw e para o Corpo Estável de Jundiaí. Dirigiu as videodanças ‘Piso Verde e Amarelo para Uma Lógica Branca’ (Mostra Internacional de Vídeodança de SP/2011) e ‘Espaços Anônimos’ (Mostra de Vídeodança do Festival de Bourgogne, em 2013; parte do acervo permanente da Médiathèque du Centre National de la Dans, na França; e parte da Mostra de Vídeodanças Brasileiras do Teatro de Freiburg, na Alemanha, em 2018). Publicou artigos em revistas relacionados aos temas de processos artísticos, pedagógicos e políticos, como a Revista Urbânia, promovida pela Bienal de Artes. Trabalhou no Programa Vocacional, da Secretaria Municipal de Cultura da cidade de São Paulo, de 2007 (ano da implementação da linguagem da dança) até 2016, sendo coordenadora de equipe interlinguagem nos últimos anos. Desde 2013, é diretora do núcleo ‘Micromovimentos Dança&Cinema’ – projeto que atua nas intersecções entre as linguagens da dança e do cinema, tendo recebido prêmios como Proac e Klauss Vianna.

Informações do evento

Datas e Horários:
1 de julho de 2021 até 10 de julho de 2021 20:00 às 20:50 - Domingo 20:00 às 20:50 - Segunda-Feira 20:00 às 20:50 - Terça-Feira 20:00 às 20:50 - Quarta-Feira 20:00 às 20:50 - Quinta-Feira 20:00 às 20:50 - Sexta-Feira 20:00 às 20:50 - Sábado

Entrada Gratuita

Classificações: 18 anos

Acessibilidade: Sem Acessibilidade

Capacidade de pessoas: 80

Site: https://us02web.zoom.us/j/85302361227

Formato do Evento: Presencial

Local: Online

Endereço: Online