A(s) – isso não é um solo

“A(s) – isso não é um solo” é uma performance de dança concebida e interpretada por Renata Costa, que parte de uma provocação fundamental: onde se encontram a palavra, o pensamento e o corpo da mulher na construção da feminilidade em nossa sociedade? O trabalho busca promover o encontro com vozes femininas, manifestas na literatura, filosofia, política, música, artes visuais, artes cênicas. É um exercício de pensar a feminilidade a partir da palavra e corpo das mulheres, rompendo com as narrativas dominantes que, como aponta a escritora bell hooks, historicamente têm sido moldadas pela visão masculina. Instigada por esse argumento Renata Costa se dedica a um mergulho profundo nas experiências e pensamentos de mulheres que ao longo da história conquistaram espaços de visibilidade, como também, daquelas que foram invisibilizadas pelo patriarcado. A artista invoca essas mulheres em sua dança, celebrando-as, buscando dar voz e corpo às suas palavras. A obra procura trazer a diversidade e a resistência feminina para a cena. Esta performance nos convida a refletir sobre a urgência de acessar as palavras e os gestos das mulheres – seja através da escrita ou por meio do movimento – como referenciais fundamentais para a construção de novas e renovadas visões de mundo, mais plurais e equitativas.

FICHA TÉCNICA

Concepção, direção e atuação: Renata Costa

Dramaturgia: Renata Costa e Marcellus Ferreira

Criação de luz: Renata Costa e Karla Gabriela

Fotografia: Paulo Borgia

Design gráfico: Paulo Borgia e Renata Costa

Figurino: Renata Costa

Costureira: Eva Ramos Guerra

Equalização de trilha sonora: Claudia Castelo Branco

Produção executiva: Renata Costa e Marta Bastos

Apoio: Espaço Tápias e Milton Perdigão (visagismo)

A artista Renata Costa foi contemplada pelo Acolhimento Artístico do Espaço Tápias em 2024 e 2025.

Renata Costa é artista da dança, professora e preparadora corporal. Pós-graduada em Preparação Corporal nas Artes Cênicas pela Faculdade Angel Vianna (RJ), em 2015, e graduada em Licenciatura em Dança pelo Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro (UniverCidade), em 2008. Já ministrou workshops de técnica de dança contemporânea e clássica em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. Em São José dos Campos (SP), foi assistente de direção do Ballet Damares Antelmo (2000–2001).

Na área docente, desenvolve uma abordagem autoral de reflexão pedagógica denominada Movimento Criativo, cuja premissa é a aprendizagem pela experiência. A partir dessa perspectiva, ministra aulas de dança para crianças e adultos, além de cursos formativos voltados a docentes da dança, das artes em geral e do ensino formal. Atua em escolas de dança, espaços multidisciplinares de arte e escolas de educação infantil, lecionando atualmente no Rio de Janeiro, tanto em estúdios de dança quanto em instituições de ensino. Também trabalha como preparadora corporal de cantores.

Em sua trajetória artística, foi intérprete e coreógrafa com a DAMA Cia de Dança (1998–2001) e intérprete da Cia de Dança de São José dos Campos (2002–2003). No Rio de Janeiro, atuou como intérprete-criadora em companhias, coletivos e projetos dirigidos por Ana Andréa Arte Contemporânea (2005–2008), Andréa Maciel (2006), Núcleo Duo Facto (2006), Marcelo Aquino (2014), Ana Vitória Dança Contemporânea — onde também foi assistente de coreografia — (2008 a 2018) e Flávia Tápias (2020).

Como diretora e coreógrafa, realizou o trabalho solo “A(s)” (2004), apresentado no Projeto Novíssimos, do XIII Panorama de Dança Contemporânea (RJ). Em 2023, estreou o espetáculo “Balão de oxigênio para mergulhos amorosos”, com as proposições nº1, em parceria com o artista Samuel Frare, e nº2, com Ivna Messina. Em 2024, estreou a proposição de dança “A(s) – isso não é um solo”.

É coautora do livro digital Movimentos de Afeto – por um protocolo dançado de volta às aulas, ao lado de Carol Romano, Layla Mullinari, Luiza Banov e Renata Fernandes. É uma das fundadoras do projeto Gesto Dança Solidária (2020–2021), criado em parceria com Ana Amélia Quadros, Ana Figueiredo e Bia Peixoto.

Além dos cusos para professoras/es de sua Abordagem Movimento Criativo (Outras Possibilidades, Experiências com Projetos, Ciclo de Encontros Práticos – Aprendizagens pelo movimento na Educação Infantil, Processo Criativo no Ensino da Dança e Iniciação à Dança), ministrou, com o coletivo Afetos Dança Educação, o curso “Dança na Tela? – desafios e potencialidades da presença da dança no complexo contexto educacional pandêmico”, realizado pelo SESC Santos/SP (2021), e o curso “Processos criativos em dança e educação”, na segunda edição do Dança na Roda(2021). Foi professora convidada de eventos virtuais como o Festival Zaca-Ria (MG), onde ministrou aula de dança contemporânea, e participou da roda de conversa Práticas artísticas com crianças durante a pandemia (2021). Também apresentou a palestra “Processo criativo no ensino da Dança” no ciclo de estudos do Clube Coordenando-se (2022).

Assinou a direção cênica do show “Viva Sivuca”, da cantora e pianista Claudia Castelo Branco (2023). Desde 2022, integra como professora o Coletivo Artístico do Espaço Tápias, onde também é uma das artistas contempladas com cessão de espaço para o desenvolvimento de suas pesquisas coreográficas. Em 2024, ministrou a residência “Palavras que constroem corpos-danças” no 34º Festidança, em São José dos Campos (SP), participou da Mostra Mulheres em Cena – Gira!, promovida pela Fragmento Cia de Dança, no Centro Coreográfico do Rio de Janeiro, e apresentou-se na Sala Maria Thereza Tápias.