Crédito da foto: Daisy Serena

Brasil e Colômbia compartilham não apenas fronteiras amazônicas, mas também uma história marcada pela diáspora africana que deixou raízes profundas nos dois países. No Brasil, essa herança se manifesta nas matrizes culturais afro-brasileiras, como a capoeira, o maracatu e o samba; já na Colômbia, resiste e floresce em expressões como a marimba, as danças do Pacífico e os cantos tradicionais. A relação entre esses territórios vai além do aspecto geográfico: trata-se de uma conexão ancestral, que encontra na arte um espaço de continuidade, reinvenção e diálogo.

Em São Paulo, essa ponte cultural ganha contornos concretos com a presença da comunidade afrocolombiana que, a partir de festivais, coletivos e projetos artísticos, vem marcando a cena cultural da cidade. A música do Pacífico e a força das danças afrocolombianas dialogam com a tradição afro-brasileira, criando encontros que ressoam tanto no corpo quanto na memória. Nesse cenário, iniciativas que aproximam artistas dos dois países não apenas revelam afinidades, mas também reforçam o protagonismo das culturas negras latino-americanas.

É nesse terreno fértil de intercâmbios que se insere a trajetória de Alisson Lima, artista recifense com mais de vinte anos de carreira. Bailarino, músico e professor, Alisson constrói sua obra a partir das matrizes populares brasileiras, em especial da capoeira, aliando rigor técnico à força da ancestralidade. Atualmente professor do Instituto Brincante, em São Paulo, ele desenvolveu e apresentou quatro espetáculos solo e vem se dedicando a projetos que cruzam dança, música e memória popular. Seu trabalho sempre esteve comprometido com o fortalecimento de identidades negras e periféricas, em um constante gesto de resistência e criação.

Dessa confluência de histórias e trajetórias nasce “Ara Ti o Jo, corpos que dançam”, espetáculo que realiza apresentações no Brasil e na Colômbia entre setembro e novembro de 2025. Com direção artística de Alisson e parceria da bailarina afrocolombiana Andrea Bonilla, a obra propõe um encontro potente entre corporalidades afrodescendentes, tendo a música ao vivo como fio condutor, com Filpo Ribeiro (rabeca, Brasil) e Hugo Farley (marimba, Colômbia). Mais do que uma montagem, o projeto é um gesto de reconhecimento e afirmação das culturas afrolatinas, reafirmando a dança como linguagem capaz de costurar memórias, tradições e futuros possíveis.

O reconhecimento mútuo entre povos afrodescendentes da América Latina é um ato de resistência e conexão que desafia a lógica excludente da indústria cultural de massa“, disse Andrea Bonilla.

O projeto foi contemplado pela Convocatória de Apoio à Coprodução de Espetáculos de Artes Cênicas do Iberescena, além de contar com o apoio da Funarte, do Instituto Brincante e da Pontifícia Universidad Javeriana de Cali. Os idealizadores também ressaltam a importância de mecanismos de financiamento e circulação que garantam a sustentabilidade de projetos independentes, especialmente os realizados por artistas populares e afrolatinos.

SERVIÇO – Espetáculo “Ara Ti o Jo, corpos que dançam”

Data: 12 e 13 de setembro de 2025

Local: Teatro Brincante

Endereço: Rua Purpurina, 412 – Vila Madalena – São Paulo 

Horário: às 21h, dia 12 de setembro (sexta) / às 20h, dia 13 de setembro (sábado)

Entrada gratuita / Lotação máxima de 100 pessoas

Informações do evento

Datas e Horários:
12 de setembro de 2025 até 13 de setembro de 2025 21:00 às 22:30 - Sexta-Feira 20:00 às 21:30 - Sábado

Entrada Gratuita

Classificações: livre

Acessibilidade: Com Acessibilidade

Capacidade de pessoas: 100

Telefone para contato: (11) 96076-8657

Site: https://www.instagram.com/alissonlima.dance/?hl=en

Formato do Evento: Presencial

Local: Teatro Brincante

Endereço: Rua Purpurina, 412 - São Paulo / SP - 05435-030

Localização: