Alicerce

Nesse espetáculo, Ana Noronha segue sua pesquisa, iniciada em 2014, a utilização da sapatilha de ponta, tendo-a como eixo criativo e estímulo do movimento. 

Ainda apoiada nos estudos somáticos e nas danças Brasileiras, Ana Noronha revela e estuda a instabilidade intrínseca que esse objeto/ sapatilha oferece. No ballet clássico, normalmente a busca é pelo equilíbrio sem que haja demostração de dor ou dificuldade. Como encontrar o alicerce nesse espaço tão pequeno, instável e muitas vezes doloroso. Sentimentos e sensações corporais do que acontece durante a dança devem ser escondidos em prol de uma história a ser contada e do ideal de beleza importado.

Nesse novo estudo, Ana, casada com o capoeirista Bahiano Leonardo Meira,  percebe e reconhece os afetos que essa relação produz.  O jogo, o desequilíbrio, os apoios são potências. O Contra Mestre Castor da o ritmo do espetáculo,  bem como numa roda de capoeira. A pesquisa da sapatilha segue não sendo repetir passos já codificados do Ballet.

Ana Noronha é mãe bailarina, coreógrafa, professora, pesquisadora, preparadora corporal e diretora. Mestre em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, Bacharel em Comunicação e Artes do Corpo, Puc SP, Instrutora de Pilates pelo CGPA.  Iniciou no balé clássico aos 3 anos de idade no Estúdio de Ballet Cisne Negro. Em 2002 começou as aulas de danças Brasileiras com o Angelo Madureira e Ana Catarina Vieira. Em 2008 tornou-se a primeira integrante da Cia, participou de diversos espetáculos. Atualmente está em circuito com o Diário de Duas Bicicletas, espetáculo indicado ao prêmio APCA melhor elenco. Trabalha com Cristiane Paoli Quito desde 2009, como bailarina, coreógrafa, assistente de direção e preparadora corporal. Já trabalhou com diferentes diretores e artistas, dentre os quais Diogo Granato, Gisele Calazans, Luaa Gabanini e Luiza Lian (show 7 Estrelas quem arrancou o céu premiado como melhor show pelo APCA). Dirige o grupo de Teatro/dança Àtona desde 2018. Último espetáculo Teias, contemplado pelo Proac.