Espetáculo de dança contemporânea traz o universo das águas desde a cosmovisão do povo Kaingang com entrada gratuita na sexta-feira e sábado (29 e 30.09).
A atração de dança contemporânea Água redonda e comprida é inspirada no conhecimento e cosmovisão do povo Kaingang das águas que banham o sul do Brasil. Com narrativas coreográficas, iluminação, sonoplastia e um cenário que se transforma ao longo da peça, o espetáculo apresenta imagens de águas redondas e compridas pelos corpos da bailarina pré-adolescente indígena Kaingang, Nayane Gakre, e da bailarina profissional e antropóloga, Geórgia Macedo. É nesse encontro em cena, que as intérpretes brincam e criam movimentos orgânicos e intuitivos, conduzindo para a potência dos rios pela ancestralidade para refletir sobre as águas originárias que dão vida a tudo.
“As águas são como nossas parentes. Antigamente, os meus avós diziam que não se jogava sujeira na água, pois é a mesma coisa que jogar uma sujeira no olho de nossa avó ou da nossa mãe”, afirma a kujá (pajé) e líder indígena Iracema Gah Teh, responsável pela orientação cênica do espetáculo, juntamente com Angélica Kaingang.
A concepção e direção geral é de Geórgia Macedo, que assina também a direção artística juntamente com Kalisy Cabeda. A trilha sonora é de Thiago Ramil e à frente do figurino e cenografia o trabalho é de Isabel Ramil. A peça integra a VII Mostra de Artes Cênicas e Música, do Teatro Glênio Peres, e foi criada por meio do edital (Re)-volta da Dança (2022), uma parceria entre o Centro Municipal de Dança da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa com Goethe-Institut Porto Alegre, e recebeu três indicações no Prêmio Açorianos de Dança de 2022, vencendo na categoria Destaque Técnico-Artístico, pela orientação cênica.
“O espetáculo realiza a demarcação, pelas pessoas indígenas Kaingang e suas histórias, dos palcos da cidade. Espero que a obra seja mais uma ferramenta de fortalecimento da cultura Kaingang”, afirma Geórgia que trabalha com o povo Kaingang há sete anos.
As apresentações acontecem na sexta-feira e sábado (29 e 30.09), às 15h, com entrada gratuita no teatro Glênio Peres. A retirada de ingressos pode ser realizada a partir de terça-feira (26), das 9 às 18h, na Seção do Memorial da Câmara Municipal (Av. Loureiro da Silva, 255), em Porto Alegre.
A saber: o povo Kaingang concebe dois tipos de água no mundo: Goj tej (água comprida, dos rios) e Goj ror (água redonda, as nascentes, os lagos). Essas águas são complementares, como toda a cosmologia Kaingang, e é na união e troca entre as duas metades que, de acordo com os indígenas, o mundo pode ficar em equilíbrio. Não só as águas, mas todo universo Kaingang é dividido entre as coisas redondas (ror) e compridas (téj), assim como as pessoas que têm suas marcas passadas de pais para filhos, sendo divididos entre kamé e kajru. As metades possuem características e comportamentos próprios e são atribuídas às plantas, pessoas, animais e todos os seres existentes no cosmos.
Informações do evento
Datas e Horários:
29 de setembro de 2023
até 30 de setembro de 2023
15:00 às 16:00 -
Sexta-Feira
15:00 às 16:00 -
Sábado
Entrada Gratuita
Classificações: livre
Acessibilidade: Com Acessibilidade
Site: https://www.instagram.com/aguaredondaecomprida/
Formato do Evento: Presencial
Local: Teatro Glênio Peres
Endereço: Avenida Loureiro da Silva, 255, até 1000/1001 - Porto Alegre / RS - 90010-420
Localização: