A TORRE – Temporada de estreia – Sextas e sábados, às 21 horas, domingo, às 19 horas
Teatro Paulo Eiró – 14, 15 e 16 de maio
via facebook.com/teatropauloeiro/
Teatro João Caetano – 21, 22 e 23 de maio
via Facebook (https://www.facebook.com/teatropopularjoaocaetano/)
e Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCQx2fKyT_uAwnb3i5uQOU8Q)
Teatro Cacilda Becker – 28, 29 e 30 de maio –
Via Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCu2Bux2z1D045s1T-wF1Amg
A TORRE JUNTA DANÇA E VÍDEO EM ESPETÁCULO VIRTUAL QUE QUESTIONA ESTRUTURAS DA NOSSA SOCIEDADE
Lembrando momentos como a queda do prédio do Largo do Paissandu (2019) ou das Torres Gêmeas do World Trade Center (2001), montagem questiona sobre estruturas da sociedade e sua reconstrução
Foi a partir de uma das cartas do baralho de Tarot que o espetáculo A Torre começou a ser criado. A imagem contida na carta A Torre, que mostra uma construção alta sendo atingida por um raio, remetendo a um padrão de sociedade que começa a desmoronar – foi o que norteou o diretor Vinicius Dantas na criação do conceito visual dessa montagem que estreia on-line no dia 14 de maio. O espetáculo faz uso da relação com dança e vídeo para questionar fortes estruturas sociais e refletir sobre como alterá-las. A temporada digital irá acontecer nas redes dos Teatro Paulo Eiró (14, 15 e 16 de maio), Teatro João Caetano (21, 22 e 23 de maio) e Teatro Cacilda Becker (28, 29 e 30 de maio), sempre às sextas e sábados, às 21 horas, e domingos, às 19 horas.
A Torre traz toda essa simbologia de transcendência do plano onde estamos inseridos por meio da representação da figura que a inspira. No Tarot, a imagem do raio que atinge a torre – que começa a pegar fogo, fazendo com que duas pessoas pulem pelas janelas para escapar do caos – traz uma revelação: a destruição da torre deve acontecer para que o velho desapareça totalmente e dê espaço ao novo. Já na visão de Vinicius, essa transcendência pode simbolizar várias coisas. “Ao falar sobre esse projeto, relembro de cenas como as pessoas se jogando do World Trade Center quando atingido pelos dois aviões, em 2001. Esse é um símbolo fortíssimo que a nossa sociedade está ruindo e que estruturas de poder e construção de engrenagens tradicionais precisam ser revistas em diversos aspectos. Ao mesmo tempo que ele indica poder, também é um constante alerta: se você está em cima, um dia, você também pode cair”, explica.
Para levar essas imagens para a cena, foram convidados os coreógrafos Mônica Augusto e Alexandre Américo. A dupla criou a dramaturgia coreográfica interpretada pela bailarina Janete Santiago. Essas ideias permeiam todos os questionamentos da montagem: nossa sociedade está ruindo? Por que certas estruturas parecem ser tão fortes? O que são essas estruturas? Por que seguimos essas regras?
De acordo com Vinicius, as imagens que inspiraram o espetáculo surgiram no processo de criação como diagramas ou ensaios metafóricos sobre a condição humana diante dessas estruturas sociais. “Vejo essas referências visuais surgindo em cena de maneira incisiva: a cidade aparece como um corpo e ele se aproxima de nós em um movimento paradoxal de construção e destruição. Às vezes, isso aparece de maneira muito forte, como a clara referência à queda ou derrubada, do prédio no Largo do Paissandú e outros. Isso traz um olhar poético para o ato de “largar/abandonar a estrutura” ou saltar dela em uma queda de coração aberto para a incerteza e o caos inevitável”, afirma o diretor.
Um dos desafios é recriar essa estrutura de torre fazendo uso somente de um corpo. Inicialmente, o projeto tinha sido pensado para um grupo de 20 pessoas, mas, por conta da permanência da pandemia, sofreu adaptações. “A chegada de Janete no trabalho nos ajudou a materializar todas as ideias que tínhamos a partir da imagem da torre, além de novas camadas. A ideia é que esse corpo nos ajude a trazer não só as metáforas relacionadas à torre e tudo o que ela simboliza, mas também, por ser uma mulher negra, ela costura essa posição de enfrentamento de maneira muito mais clara, além de reconstruir imaginários em cena. Reconstruir porque, em diversas culturas, essa estrutura de torre é também uma possibilidade de reconexão entre o mundano e o sagrado. Por isso que eu e o Alexandre estamos pensando em um corpo que vai além dessa relação dicotômica ou binária. Estamos falando sobre um vertical que se conecta para poder se expandir num campo sacro de comunicação”, explica Mônica.
Dupla de Mônica nesse processo, Alexandre Américo diz que o corpo de Janete convoca assuntos específicos e isso causou um novo contorno no trabalho. “Todos os corpos trazem assuntos muitos seus e dão nova plasticidade à cena. E acho que esse é um dos méritos desse trabalho: repensar corpos em relação às estruturas de maneira mais ampla possível, trazendo novas propostas”, conta.
Vinicius Cortez diz que uma das contribuições que Mônica, Alexandre e Janete trouxeram para o trabalho também foi a experiência e a pesquisa que cada um desenvolve em improvisação na dança. “Essas trajetórias conversam com o tema do espetáculo de maneira muito clara e contribuem demais para o resultado que vemos em cena. Os três usam os corpos e suas instabilidade a seu favor”.
Vídeo e corpo
Alexandre Américo diz que um dos desafios desse trabalho é corporificar as imagens que inspiram o espetáculo e transformá-las em vídeo. “Pensar A Torre tem sido um processo de extrema colaboração entre todos os envolvidos. Temos pensado em processos à distância. Mônica e eu fazemos um trabalho prévio com o Vinicius de pensar em conceitos que as imagens nos evocam e, nos encontros on-line, levantamos uma materialidade para essas ideias por meio do corpo, já pensando em como traduzir isso no vídeo. Tem sido desafiador porque temos que pensar em toda essa materialização sem a presença e a proximidade”, comenta Alexandre.
Para Vinicius Dantas, esse trabalho também tem aberto uma possibilidade de pesquisa muito interessante sobre a conversa entre dança e tecnologia. “Vimos uma oportunidade de usar o momento crítico a nosso favor. Não queríamos somente o registro em vídeo de um espetáculo de dança. Queríamos realmente pensar nas possibilidades que esse meio poderia nos trazer. Estamos explorando a relação do vídeo com a cidade e com o corpo. A Torre é uma construção que surge num ateliê de cerâmica, o primeiro ensaio é uma escultura de uma torre feita em corpos humanos feitos de barro. Depois, temos vivido o encontro com criativos incríveis que têm trazido fogo para essa produção, que vai tomando forma neste encontro de linguagens”, elenca o diretor.
FICHA TÉCNICA
Concepção, Direção geral e Cenografia: Vinicius Dantas
Dramaturgias do corpo: Alexandre Américo e Mônica Augusto
Corpa-intérprete: Janette Santiago ]
Figurino: Rosane Muniz
Construção de Figurino: Romer Oliveira
Cenografia em videomapping: Sylvio Xico Ekman
Trilha Sonora: Mateus Tinoco
Design gráfico e assistência. de cenografia: Júlia Miola
Técnicas de palco: Flávio Rodriguez
Fotografia: João GQ
Iluminação: Jéssika Montanha
Edição: Robson Araújo
Produção e Fragmentos textuais: Vicente Martos
Social media: Comunica Ceci
Agradecimentos
Designers à beira do abismo
Realização
Estúdio Aya Mais
Apoio
Cine Papaya
Informações do evento
Datas e Horários:
14 de maio de 2021
até 30 de maio de 2021
19:00 às 19:30 -
Domingo
21:00 às 21:30 -
Sexta-Feira
21:00 às 21:30 -
Sábado
Entrada Gratuita
Classificações: livre
Acessibilidade: Sem Acessibilidade
Site: https://www.instagram.com/ayamais.art/
Formato do Evento: Presencial
Local: Online
Endereço: Online