Em 2415 um sobrevoo pela superfície da Terra nos revela paisagens novas. Mares de plástico podem ser encontrados por toda parte. A imensa maioria das espécies que se conheciam em 2015 já não existem e, no entanto, a rede multiespécies que sustenta a vida do planeta segue, mesmo que fragilizada, existindo. Novas formas de vida surgem. Como serão essas criaturas do plástico? Como vivem?

2415 é uma dança-instalação que nasceu da urgência gerada pelo avanço desenfreado das crises climática, ecológica e social que estamos vivendo. O trabalho responde à necessidade de romper com o especismo e excepcionalismo humanos para cultivar formas de viver e morrer em responsabilidade com os demais seres que compartilham o planeta conosco. Em um exercício fabulativo que escapa do antropocentrismo, a cena parte da concretude das transformações ecológicas que já se impõem nas paisagens do planeta para imaginar possíveis futuros. Pela manipulação não hierarquizada das matérias cênicas (corpo, cenário, luz e som) o público é convidado a vislumbrar um fragmento da vida cotidiana no futuro –  não tão distante – dos mares de plástico que ajudamos a construir. 

Com uma cenografia construída exclusivamente com os plásticos armazenados ao longo dos últimos 7 anos pela artista criadora Marcela Páez, o trabalho faz um convite a repensar nossa relação cotidiana e coletiva com a matéria plástica, de forma não convencional.

Motivada por inquietações antigas a respeito das relações entre humanos e não-humanos na sociedade capitalista e alimentada pela leitura de: Ailton Krenak, Donna Haraway, Vincianne Despret e Jason Moore, a pesquisa corporal se desenvolveu a partir da aproximação, em relações de alteridade significativa com seres tentaculares. Dessa investigação, surgiram movimentações, qualidades de presença e demandas corporais que ancoram o trabalho corporal na relação com a cenografia em um diálogo sensorial com público – que desperta sensações variadas relativas a passagem do tempo, sufocamento, aflição entre outros. 

O trabalho teve sua estreia em outubro de 2023, no Teatro do Centro da Terra (SP). Ele se desenvolveu de forma independente, somando com uma rede de artistas dispostos a contribuir nesta criação: Bruno Torrano e Nara Zocher foram convidados para criar a Trilha Sonora e Iluminação do trabalho, Júlia Iwanaga assumiu a produção geral, as artistas do Ateliê Vivo – Andrea Guerra, Carol Cherubini, Flavia Lobo e Gabriela Cherubini – encararam o desafio de criar o figurino e Andrea B, do Inflou, fez a assessoria cenotécnica. 

 

Ficha Técnica:

Concepção e Performance: Marcela Páez

Música original: Bruno Torrano

Iluminação: Nara Zocher

Produção executiva: Júlia Iwanaga

Figurino: Ateliê Vivo por Andrea Guerra, Carol Cherubini, Flavia Lobo e Gabriela Cherubini

Assessoria Cenotécnica: Inflou por Andrea B.

Narração: Sofia Maruci

Texto: Marcela Páez, inspirado em “The Camille Stories” de Donna Haraway

Orientação de pesquisa: Juliana Moraes

Registros em vídeo: Marcelo Carreño

Registros fotográficos: Jorge Yuri e Juliana Moraes.


Informações do evento

Datas e Horários:
2 de abril de 2024 até 4 de abril de 2024 20:30 às 21:10 - Terça-Feira 20:30 às 21:10 - Quarta-Feira 20:30 às 21:10 - Quinta-Feira

Valor: R$ 12,00 a R$ 40,00

Classificações: 10 anos

Acessibilidade: Com Acessibilidade

Site: https://www.sescsp.org.br/programacao/2415/

Formato do Evento: Presencial

Local: Sesc Pompeia

Endereço: Rua Clélia, 93 - São Paulo / SP